Melhores Álbuns Internacionais e Nacionais de 2019

Rock On Stage Especial
Os Melhores Álbuns Internacionais e Nacionais de 2019
E também Os Melhores Álbuns Ao Vivo de 2019

    E mais um ano se passou, muitos álbuns admiráveis foram lançados e marcaram o ano, alguns já estavam na minha lista de expectativas para 2019 e outros só tomei conhecimento depois de seu lançamento.

    Logicamente, que muitos dos discos lançados no ano anterior escapam quando se escreve um especial relembrando dos melhores e também a minha ideia é citar alguns discos que me cravaram sua sonoridade positivamente no ano e que provavelmente foram responsáveis por alegrar e fazer muitos fãs ouvi-los por várias e várias vezes em seu cd player, celular, carro, computador ou seja lá onde for. Muitos deles foram alvos de resenhas no Rock On Stage, que já estão publicadas e outros ainda estarão encartando as páginas do site.

    Sempre é importante enfatizar que esta lista é um ponto de vista pessoal deste jornalista que voz escreve, pois, ao citar esta e aquela banda estou provavelmente excluindo uma que lançou um grande álbum e que por um motivo ou outro não entrou na listagem final. Mas, o objetivo é que a curiosidade do leitor(a) seja despertada e desta maneira ele(a) pesquise e ouça mais a banda citada.

Melhores Álbuns Internacionais

    No especial do ano passado ( consulte aqui ) elenquei as minhas expectativas de alguns discos que seriam lançados e não é que álbuns como o Moonglow do Avantasia, Distance Over Time do Dream Theater, Flesh & Blood do Whitesnake, The Atlantic do Evergrey, Door To Doom do Candlemass e At The Edge Of Light do Steve Hackett foram realmente notáveis e merecedores de um destaque já logo nestas primeiras linhas. Porém, muitos outros álbuns foram disponibilizados ao longo do ano e encantando à maneira que ouvi eles.

    Entretanto, o disco que considero como o 'Top One' de 2019 foi o Space Between do Sammy Hagar & The Circle, que trouxe aquele Hard Rock festivo, contagiante e descompromissado, que ele sempre executou nos seus anos à frente do Van Halen. Outro 'campeão de audiências' foi o Moonglow do Avantasia, que conta com praticamente - no mínimo - seis novos clássicos criados por Tobias Samett, assim como o Flesh & Blood do Whitesnake, que o carismático David Coverdale nos colocou diante a canções empolgantes que facilmente viciamos em apenas uma audição.

    Ainda neste campo do Hard Rock, não posso deixar de citar o primoroso Rise do projeto Hollywood Vampires de Alice Cooper, Joe Perry e o ator Johnny Deep, que neste trabalho dispararam um disco praticamente com composições somente deles ( leia resenha ), além do Revelation do projeto Michael Schenker Fest em que o virtuoso guitarrista alemão reuniu alguns dos ilustres vocalistas que já integraram sua banda solo e suas outras iniciativas musicais, por assim dizer.

   Entretanto, não posso deixar de incluir nesta lista foram os seguintes álbuns: Road Back To Ruin do Pristine ( leia resenha ) - banda norueguesa do Círculo Polar Ártico, que faz um Rock Psicodélico fervoroso com temperos de Blues e Soul; o Shehili do Myrath ( confira resenha ) - banda tunisiana de Prog Metal que não deve nada para nomes estrangeiros e que lembra muito o Queensrÿche, mas, agregam naturalmente as influências árabes; Original Human Music do Ultraphonix ( leia mais ) - projeto com feras do quilate de George Lynch ( Lynch Mob e Dokken ) e Corey Glover ( Living Colour ), que transita por Blues, Soul, Funk e Heavy Metal de forma única.

     Das bandas que são ligadas ao Rock Progressivo e ao Prog Metal não tem como deixar de enaltecer o Distance Over Time do Dream Theater, que é um álbum mais básico com relação ao longo The Astonishing, mas, direcionado ao Prog Metal costumeiro dos norte americanos, que crava suas melodias e nos leva a adorá-las rapidamente. A Suécia nos brindou com dois grandes trabalhos, primeiro o The Atlantic do Evergrey e depois o In Cauda Venenum do Opeth, ambos devidamente viajantes e saborosos de se ouvir.

    Todavia, as viagens deles não são maiores que as presentes em At The Edge Of Light, porém, aí é quase uma disputa injusta, pois, este é do mestre do Rock Progressivo Steve Hackett, que por muito tempo foi o guitarrista de uma das bandas criadoras do estilo, o Genesis. E os norte-americanos do Queensrÿche lançaram em 2019 o seu melhor disco com o vocalista Todd La Torre chamado The Verdict.

   Outra galera dos Estados Unidos, que logo no começo do ano nos presenteou com um dos seus melhores e mais criativos discos foi o Rival Sons com Feral Roots, e te falo caro leitor(a), essa galera é discão atrás de discão. Já o Power Trio alemão de Berlim que forma o Kadavar atacaram com For The Dead Travel Fast, que se não é melhor que o anterior, mantém o padrão de qualidade da banda. Contudo, sou obrigado à voltar para a América ao relembrar de Another State Of Grace, outra sonzeira do Black Star Riders e também do Ten, disco solo do vocalista do Stryper, o magnífico Michael Sweet, dono de uma das melhores vozes do Rock atual.

    Da turma que mergulha nos caminhos mais pesados e acelerados do Metal, em estilos como Thrash Metal, Death Metal, Viking Metal e Doom Metal, os álbuns que mais se destacaram em 2019 foram o Humanicide do Death Angel ( confira resenha ), recente pedrada ousada de Thrash Metal dos veteranos americanos que até arriscaram algumas novidades em algumas de suas músicas; o não menos rápido, esmagador e fulminante The Wings Of War do Overkill, outra das maiores estruturas de Thrash Metal existentes e que são junto com o Death Angel originários da década de 80.

    Dos nomes de Doom Metal, o Candlemass disparou um dos seus melhores álbuns da carreira com o mortífero The Door To Doom, que conta com a participação de Tony Iommi na guitarra e é não somente um álbum de Doom Metal, mas, um lançamento seminal de Heavy Metal que foi - obviamente - influenciado pelo Black Sabbath, que comprova a fase excelente vivida pelos suecos neste primeiro trabalho que marca o retorno do vocalista Johann Langquvist ao posto depois de muitos anos. Na esfera do Death Metal, os norte-americanos do Possessed detonaram muitos pescoços com o esmagador Revelations Of Oblivion, o terceiro da carreira. E os Vikings suecos do Amon Amarth também ampliaram o seu território no cenário com o implacável Berserker, que continua a linha dos grandes trabalhos que nos presenteiam com frequência nos últimos anos.

    Novamente, os italianos do Lacuna Coil que são praticantes de um envolvente Gothic Metal retornaram com Black Anima mantiveram o padrão visto nos último álbum de estúdio, ou seja, estão com uma sonoridade sombria, pesada, moderna e atraente, o que comprova o crescente vivido por eles, como estão acumulando mais fãs e também como estão atuando perfeitamente em ótimos clipes, fatores que resultam em uma fase cada vez melhor.

    Os suecos do Sabaton colocaram no mercado em 2019 o álbum The Great War, que foi inspirado desta vez em batalhas da Primeira Guerra Mundial e os lendários Pete Townsend e Roger Daltrey, os únicos remanescentes da formação original do The Who lançaram após treze anos depois de seu último disco de estúdio, o até inesperado Who, que se não é no nível de discos magistrais como "Tommy", "Who's Next" ou "Quadrophenia" é um álbum de uma dupla que não precisa provar nada a ninguém, e mesmo assim, foi ao estúdio e registrou um belo disco de Rock'n'Roll.

    E apesar de ter colocado 25 discos entre os melhores de 2019, fico pensando que facilmente seriam 50, pois, muitas outras também disponibilizaram grandes discos neste ano que acabou.

Lista dos Melhores Internacionais

1 - Sammy Hagar & The Circle - Space Between
2 - Avantasia - Moonglow
3 - Whitesnake - Flesh & Blood
4 - Hollywood Vampires - Rise
5 - Rival Sons - Feral Roots
6 - Dream Theater - Distance Over Time
7 - Candlemass - The Door To Doom
8 - Michael Schenker Fest - Revelation
9 - Steve Hackett - At the Edge of Light
10 - Evergrey - The Atlantic
11 - Opeth - In Cauda Venenum
12 - Queensryche - The Verdict
13 - Myrath - Shehili
14 - Death Angel - Humanicide
15 - Possessed - Revelations of Oblivion
16 - Black Star Riders - Another State of Grace
17 - Michael Sweet - Ten
18 - Overkill - The Wings of War
19 - Amon Amarth - Berserker
20 - Ultraphonix - Original Human Music
21 - Lacuna Coil - Black Anima
22- Pristine - Road Back To Ruin
23 - Sabaton - The Great War
24 - Kadavar - For The Dead Travel Fast
25 - The Who - Who

 

Melhores Álbuns Ao Vivo Internacionais

   É... assim como no ano anterior percebi que era justo colocar uma outra lista de melhores, pois, além dos álbuns de estúdio tivemos grandes álbuns Ao Vivo que merecem serem comentados separadamente neste especial.

    O primeiro deles é o All One Tonight - Live At The Royal Albert Hall dos ingleses do Marillion ( leia resenha ), que pela primeira vez se apresentaram no famoso The Royal Albert Hall em Londres executando na integra as músicas do aclamado F.E.A.R. ( confira resenha ), o seu último disco de estúdio e alguns clássicos da fase de Steve "H" Hogarth na banda ao lado do quarteto de cordas In Praise Of Folly em um show registrado em 2017 no dia 13 de outubro.

    Outro que também foi muito aguardado por conter partes gravadas no Brasil foi o United Live In Madrid dos alemães do Helloween em um álbum triplo que consolida a tour Pumpkins United e um grande número de sucessos de todas as épocas dos alemães.

    A despedida do Slayer dos palcos não seria completa sem um disco para nós recordarmos do nível de potência que os norte-americanos possuem ao vivo com o seu violento Thrash Metal e isso nos foi dado com o The Repentless Killogy Live At The Forum In Inglewood.

    Outra banda inglesa que lançou um álbum ao vivo memorável foi o Saxon com o The Eagle Has Landed 40 Live, onde resgatam canções de todos os 40 anos do mais puro Heavy Metal expressos em 22 discos de estúdio. Já os finlandeses do Nightwish, que excursionaram em 2018 com a turnê Decades, que celebrou os 20 anos da banda e coroando o seu sucesso disponibilizaram o show no cd ( e também DVD ) Decades Live in Buenos Aires, que nós brasileiros ficamos sim com uma ponta de ciúme perante a empolgação dos 'hermanos', que vibram bastante em cada música do show.

    O veterano Dee Snider teve seu álbum de 1997 Dee Snider's S.M.F.s - Twisted Sister Forever relançado como Sick Mutha F***kers - Live In The USA ( confira resenha ) e o resultado é aquela adrenalina única do vocalista americano. Outra banda que é das antigas e colocou um disco ao vivo daqueles que você escuta e não para de ouvir é o Screaming, Murder, Death From Above: Live In Aalborg do Power Trio inglês de Heavy Metal Raven, cuja passagem na cidade dinamarquesa de Aalborg foi registrada sem que eles soubessem que estavam sendo gravados ( leia detalhes ).

    Os também ingleses e experientes membros do Magnum nos brindaram com o ótimo Live At The Symphony Hall, que mostra como foi a turnê Road To Eternity no Symphony Hall de Birmingham, região que é considerada por Tony Clarkin, Lee Morris e Bob Catley como sua terra natal, afinal, eles nasceram entre Birmingham e Wolverhampton. Por fim, e não menos importante, o incansável Blaze Bayley lançou o Live In France com os shows gravados entre 25 e 26 de maio de 2018 no Chez Paulette na França cujo set list é um breve resumo da sua trilogia conceitual Infinite Entanglement.

Melhores Álbuns Ao Vivo

1 - Marillion - All One Tonight - Live At The Royal Albert Hall
2 - Helloween - United Live In Madrid
3 - Slayer - The Repentless Killogy Live At The Forum In Inglewood
4 - Saxon - The Eagle Has Landed 40 Live
5 - Nigthwish - Decades Live in Buenos Aires
6 - Dee Snider - Sick Mutha F***kers - Live In The USA
7 - Raven - Screaming, Murder, Death From Above: Live In Aalborg
8 - Magnum - Live at the Symphony Hall
9 - Blaze Bayley - Live In France


Melhores Álbuns Nacionais de 2019

    Aqui no Brasil também tivemos vários lançamentos que chamaram a atenção e merecem seu destaque neste especial, afinal, a grande diferença de muitas bandas brasileiras para as gringas é a falta de apoio.

    Para mim, o Disco do Ano Nacional foi o novo do Andralls chamado Bleeding For Thrash, uma pedrada de pouco mais de trinta minutos que jorra seu Thrash Metal destemido e voraz na cara. O Hellish War depois de alguns anos disponibilizou o ótimo Wine Of Gods, que traz mais do Heavy Metal Tradicional do quinteto de Campinas/SP em canções sempre com a sua pegada eletrizante.

   O Uganga comemorou 25 anos de estrada e como presente colocaram em nossas mãos o álbum Servus ( confira resenha ), que alia seu Thrash Metal com outros estilos em seu melhor disco da carreira. Gravado em 2018 e lançado em versão física em 2019, Life Is a Song ( leia resenha ) é o primeiro trabalho do Javali, novo nome do Pop Javali, que mesmo sendo um EP e com uma duração menor que o costume... contou com seis explosivas canções direcionadas ao sempre elaborado Hard'n'Heavy executado pelo Power Trio. 

   O Fast Evil foi uma grande surpresa por se tratar de uma banda de Speed Metal do estado do Piauí, que logo em seu 'debut', o The Midnight Force ( leia resenha ) já exibiram nove canções de pura energia.

    Outro disco que se mostrou melhor que o imaginado foi o Royal Art ( leia resenha ), o terceiro trabalho de estúdio do virtuoso guitarrista Kiko Shred, não somente pela técnica e melodia em cada música, mas, pelo fato do álbum conter canções vocalizadas por nada menos que Mario Pastore. The Tribes Of Witching Souls ( confira resenha ) - que mais parece um álbum completo - alicerçou o retorno definitivo dos mineiros do Tuatha de Danann com seu emblemático Folk Metal, que diga-se de passagem, já estava fazendo falta.    

    Representando o Hard Rock no Brasil tivemos em 2019 o Bad Habits Never Die, o segundo trabalho do Härd On e que é um disco que você se torna fã dele em algumas audições, o importante retorno do Dr. Sin com Back Home Again e o Doctor Pheabes, com Army Of The Sun. Outra banda que teve sua importância no ano anterior foi o Armored Dawn, que lançou o seu melhor trabalho de estúdio com o Zombie Viking e terminando esta parte dos Melhores Nacionais, porém, sem diminuir a sua importância, saliento o álbum Rebuilting The Future da one man band Deep Memories, que é um Doom Metal surpreendente com momentos voltados ao Black Metal ( confira sua resenha ).

Melhores Álbuns Nacionais de 2019

1 - Andralls - Bleeding For Thrash
2 - Hellish War - Wine Of Gods
3 - Uganga - Servus
4 - Javali - Life Is a Song
5 - Fast Evil - The Midnight Force
6 - Kiko Shred - Royal Art
7 - Tuatha de Danann - The Tribes of Witching Souls
8 - Hard On - Bad Habits Never Die
9 - Deep Memories - Rebuilting The Future
10 - Armored Dawn - Zombie Viking
11 - Dr. Sin - Back Home Again
12 - Doctor Pheabes - Army Of The Sun

Expectativas

    Neste já iniciado ano de 2020, que aliás, já estamos no seu segundo mês, fica a expectativa para o novo de Ozzy Osbourne ( que pelas três músicas divulgadas, promete e muito ) e também os prováveis discos Iron Maiden, Megadeth, Deep Purple e quem sabe do AC/DC, que certamente serão candidatos a clássicos ou lançamentos que brilharão bastante neste ano. Inclusive, alguns candidatos a melhores de 2020 já foram lançados como são os casos de III do Demons & Wizards, Quadra do Sepultura, MMXX do Sons Of Apollo e o Balistic, Sadistic do Annihilator.

    Aqui no Brasil, é praticamente certeza que nomes como o Angra e o Krisiun também logo... logo... nos brindem com seus novos registros.

    Vamos aguardar para ter certeza se realmente isso vai acontecer e claro que muitos deles serão detalhados aqui no Rock On Stage, conforme é o costume destes quase 17 anos de dedicação ao Rock e Heavy Metal.

 

Por Fernando R. R. Júnior
Fevereiro/2020

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