Tuatha de Danann - In Nomine Éireann
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Faixas - Heavy Metal Rock - 2020

    Com álbuns do porte de Trova di Danú de 2004 ( leia resenha ), The Tribes Of Witching Souls ( leia resenha ) de 2019 e The Delirium Has Just Began de 2002; shows deveras animados e um extenso séquito de seguidores pelo mundo, o Tuatha de Danann é uma das mais longevas e amadas bandas de Heavy Metal brasileiras, sendo que os mineiros de Varginha são nossos maiores representantes do Folk/Celtic Metal.

    Neste novo disco nomeado como In Nomine Eireann, eles mergulharam no fundo das influências irlandesas com com canções tipicamente da cultura celta. In Nomine Eireann foi gravado durante esta maldita pandemia do coronavirus com a ajuda dos fãs na campanha "Eu Apoio" no Braia Estudios em Varginha/SP por Bruno Maia e de forma remota, os uilleann pipes por Renan Machado no Rio de Janeiro/RJ.

    A mixagem e a masterização são assinadas por Thiago Okamura, exceção feita apenas às faixas "Molly Maguires", "Guns and Pikes", "The Wind That Shakes For Barley" e "The Devil Drink Cider", que foram mixadas por Cello Oliveira. O desenho da capa é de Paulo "Coruja" Oliveira e mostra uma elfa mulher dedilhando uma harpa incrustada em uma árvore. Desta maneira vamos conhecer mais do que Bruno Maia ( vocais, guitarra, banjo, bouzouki, tin whistle ), Giovanni Gomes ( baixo ) e Edgar Brito ( teclados ) somados aos convidados Raphael Wagner ( guitarra ), Nathan Viana ( violino ) e Rafael Delfino ( bateria ) prepararam.

    A saborosa viagem ao mundo celta começa com os dedilhados e também com o violino da instrumental Nick Gwerk's Jigs, que mistura com formosura trechos de Mist Covered Mountain ( canção tradicional ) com We're Back de Bruno Maia e também The Banks Of Lough Gowna ( outra tradicional ) com Nick Gwerk do Bruno Maia resultando em uma composição ótima para uma meditação em que teremos um sorriso no rosto ao curti-la. A segunda é a pesada Molly Maguires em que Bruno Maia recebe Keith Fay do Cruachan para dividir os vocais de sua adorável e divertida harmonia, que ainda conta com Kane O'Rourke no violino e saiba caro leitor(a) do Rock On Stage... ao ouví-la... e sentir um enorme desejo de dançar... não se acanhe, pois, com um som assim será perfeitamente normal. A excelente Guns and Pikes foi escolhida como o primeiro clipe de In Nomine Eireann ( aliás, muito bom por sinal ) e entre trechos robustos, o Tuatha de Danann nos coloca diante de toda sua maravilhosa melodia, que se torna melhor a cada instante graças à gaita irlandesa tocada por Alex Navar e saiba que teremos a vontade de cantar seus versos com Bruno Maia e com o cantor irlandês Folk Mooney ( que morou por uma época em Minas Gerais ).

    Para a instrumental Moytura, que devemos apreciá-la de olhos fechados e assim assimilar mais seus reluzentes dedilhados e seus toques de flauta, onde encontramos partes de Battle Song ( do Tuatha de Danann ) com Humours Of Whiskey e Leslies's March, duas canções tradicionais que unidas se tornaram um momento altamente inspirado do cd e que te passará uma saborosa aura de paz. Para a calma The Calling, a vocalista Manu Saggioro canta seus versos entre dedilhados, toques de flautas e uma cativante percussão, que basicamente enfeitiçam positivamente o ouvinte, sendo que este poderá relaxar em sua audição, que traz ainda os convidados Rafael Delfino no boudhán e Nathan Viana no violino. Em The Wind That Shakes The Barley é a vez da excelente vocalista brasileira Daysa Munhoz do Vandroya dividir as atenções com Bruno Maia nesta canção tradicional, que foi inspirada no arranjo do Solas, porém, com dosagens de peso e bateria ( desta vez tocada com primor por Marcell Cardoso da Família Lima ) bastante interessantes, que deixaram esta sexta faixa de In Nomine Eireann ainda melhor.

    Bruno Maia canta com a alma os versos da tradicional Newry Highwayman e graças à sua conhecida forma envolvente, esta faixa de melodias mágicas capturam imediatamente o ouvinte, cujos vocais contam com a participação de Talita Quintano ( do Soulspell ). Para a terceira instrumental do cd temos a presença de John Doyle  no violão e bouzouk, Rafael Salobreña ( banda Taverna ) no bodhrán e Kane O'Rourke no violino, que juntos à Bruno Maia e Edgard Brito dão vida à tranquila The Master Reels ( que é uma fusão de "Glen Of Aherlow, Maia's", "Julie Delaney" e "Dregs Of Birch" ), onde é estimulada a vontade de tomar uma poção e ir para uma floresta celta viajando para tempos remotos e ficar por horas lá curtindo um som assim esquecendo de nossa realidade.

    E os bardos continuam este verdadeiro discão com The Devil Drink Cider, onde Bruno Maia recebe nos vocais Marc Gunn ( do Bardos Brobdingnagian ) e juntos, eles cantam esta admirável composição tradicional que evolui em crescimentos magníficos, que basta ouvir uma vez para que eles sejam cravados na memória e assim, se tornar fã de sua esbelta harmonia, que também exala o lado Heavy Metal do Tuatha de Danann.

    A última do tracklist normal é a instrumental The Dream One Dreamt, onde o banjo tocado por Bruno Maia e o violino tocado pelo convidado Finn Magill se destacam grandiosamente unindo a Devaney's Goat com The Ears Chair e E Tam Lin em uma marcante melodia, que também podemos apreciar por horas, junto a doses intermináveis de hidromel entrando em uma alquimia musical. Por fim, e como bônus, a impactante King, criação de Bruno Maia bastante encorpada ( que critica corretamente um certo presidente, que ao assistir seu clipe descobrimos imediatamente de quem se trata ) e com o DNA místico do Tuatha de Danann que fecha com maestria este magnífico In Nomine Eireann.

    Em tempos que a locomoção, os shows, os encontros estão ainda infelizmente limitados, faça a sua viagem no tempo e no espaço do povo celta com este formidável In Nomine Erieann do Tuatha de Danann, cujo cd lançado pela Heavy Metal Records ( que sempre apoia bandas brasileiras de Heavy Metal e nos traz álbuns como este em formato físico ) está embalado em digipack e em seu encarte temos informações e as letras das músicas. São 45 minutos deliciosos que devem ser repetidos muitas vezes caro leitor(a) do Rock On Stage, pois, novamente os mineiros nos brindaram com mais um magnífico álbum.
Nota: 10,0.

Por Fernando R. R. Júnior
Julho/2019
 

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