Tankard - Kings Of Beer Live 2019
Abertura: Spectrus e encerramento: Carro Bomba
Sábado, 02 de fevereiro de 2019
no Bar da Montanha em Limeira/SP

    O Tankard teve sua fundação em 1982 em Frankfurt na Alemanha e nestes mais de trinta anos de carreira foram considerados como um dos quatro pilares do Big Four Teutônico ao lado do Kreator, do Destruction e do Sodom.

    Curiosamente, o Tankard era a única banda que me faltava assistir a um show dentre os quatro maiores nomes do Thrash Metal germânico e neste primeiro sábado de fevereiro de 2019, tanto eu quanto as centenas de fãs presentes no Bar da Montanha em Limeira/SP tivemos essa oportunidade de conferir o primeiro show da turnê Kings Of Beer Live 2019 e a primeira visita do quarteto na cidade.

    Além do Tankard, tivemos como atração de abertura a banda de Heavy Metal Spectrus de São Paulo/SP e como encerramento a banda Carro Bomba de MPB ( denominação própria deles para Música Pesada Brasileira ), que aproveitaram a chance para nos mostrarem suas composições autorais, sendo que ambas já estão na ativa há muitos anos. Como é sempre um costume dos shows em Limeira/SP, fãs de várias cidades da região marcam presença, o que não foi diferente nesta noite.

Spectrus

    Programado para subir no palco às 21hs, o Spectrus, que é atualmente formado por Danny Gee nos vocais, Lucas Mamoru e Edgar Sgroi nas guitarras, Vitor Munhoz no baixo e Yago Brito na bateria se dirigiram ao palco do Bar da Montanha por volta das 21:20 para apresentarem ao público as músicas presentes no álbum Mankind, que foi lançado final de outubro de 2018 e rendeu uma turnê pela Europa logo em seguida.

    O quinteto disparou primeiramente a pedrada crua Love com muita garra, toques robustos de guitarras, bateria tocada com muita fúria, baixo em evidência e muita movimentação do vocalista Danny Gee, que procurou contagiar a galera com sua atuação no palco em que tenho que destacar também os solos dos guitarristas Lucas Mamoru e Edgar Sgroi em uma linhagem mais Groove.

    Após os aplausos e com a mesma vigor, eles seguem com Forgiveness, canção que o baixista Vitor Munhoz, que também não parava quieto, se posicionou ao centro do palco e executou notas pesadas em seu instrumento em uma linha mais cadenciada e direcionando assim, o caminho desta segunda música do Spectrus de forma que o vocalista pode cantar com toda a sua raiva.

    Com um "Valeu Limeira!!!", o vocalista saúda a plateia, apresenta a banda e comenta da alegria de estarem abrindo o show para o Tankard, também fala que as músicas que estão sendo tocadas são todas pertencentes ao álbum Mankind e que este está disponível para ser adquirido pelos fãs que gostarem do som.

    E desta maneira prosseguem para a Say No, um canção fortificada em seu andamento instrumental, que pende novamente para o Groove Metal, mas, que conta com longas vocalizações de Danny Gee em algumas partes e um verdadeiro massacre dos demais nas outras. Isso também ficou claro na outra música do cd Makind, a Stop, que também teve sua versão ao vivo no Bar da Montanha.

     E os fãs que foram chegando no decorrer do show do Spectrus respeitaram a banda e agitaram um pouco, especialmente, quando tocaram o cover do Black Sabbath para Children Of The Grave em que novamente saliento o baixista Vitor Munhoz, que tocou com muita firmeza cada uma das notas criadas por Geezer Butler. E sem avisar, o Spectrus emendou a música mais lenta For You com um ar mais sinistro que ficou muito bem encaixado na sequencia do show, sendo que esta cresceu nos solos de guitarras feitos pela dupla Lucas Mamoru e Edgar Sgroi até que o seu ritmo inicial foi retomado e tornando muito interessante sua exibição para nós.

    Animados com a oportunidade, o vocalista agradece ao Pezão ( Edson Moraes, organizador do show ), aos fãs presentes, informa que são de São Paulo/SP, reforça que os cd´s estão à venda na barraca no fundo do Bar da Montanha e que a paulada seguinte critica os pedófilos e o que se deve fazer com eles.

    Desta maneira entre muitas batidas tocadas pelo baterista Yago Brito tivemos Where Have You Been? em um estilo cadenciado forte em que o vocalista Danny Gee pega o fio de seu microfone e o enrola no pescoço como se estivesse se enforcando, ou seja, a solução para os pedófilos na visão da banda. E mais próximo ao final da música, o Spectrus aumenta o nível do peso da canção te inspirando a socar o ar e foi o que alguns fizeram. Para fechar o set, eles escolheram a Wise Man, que chegou toda esmagadora alternando velocidade e cadência na dosagem certa.

    Antes de sair do palco, o vocalista Danny Gee agradece mais uma vez aos fãs e pede para que seja tirada uma foto da banda com o público no fundo, o que já se tornou uma tradição nos shows de Heavy Metal em todos os lugares e aproveitei para fotografar a banda neste momento importante para eles, onde estavam esbanjando a alegria pela participação nesta data. Confesso que não conhecia o Spectrus e percebi que nos pouco mais de trinta minutos que estiveram no palco que a banda está bem sincronizada, que o vocalista Danny Gee interage bastante com o público e que seu álbum Mankind será do agrado de quem aprecia o Pantera. Foi um ótimo aquecimento para o Tankard.

Set List do Spectrus

1 - Love
2 - Forgiveness
3 - Say No
4 - Stop
5 - Children Of The Grave
6 - For You
7 - Where Have You Been?
8 - Wise Man

Tankard

    Foi por volta das 23hs, que ouvimos a introdução tradicional dos shows do Tankard e aos gritos de "Tankard... Tankard...", nós todos entusiasmados e ansiosos que estávamos vimos os quatro lendários músicos alemães entrarem no palco tão rápidos quanto a música escolhida para abrir o set, a One Foot In The Grave ( título do último álbum de estúdio da banda de 2017, confira resenha ). E Andreas "Gerre" Geremia nos vocais, Frank Thorwarth no baixo e Andreas "Andy" Gutjahr na guitarra começaram a se movimentar tanto pelo palco do Bar da Montanha que percebemos a intensidade e literalmente o 'sangue no zóio' que eles estavam dispostos a nos passar.

    Óbvio que o baterista Olaf Zissel não levantava de seu instrumento, mas, com a base marcante e pesada que ele fez, nem precisava. A recepção não podia ter sido melhor, pois, tivemos durante One Foot In The Grave vários "hey... hey...", punhos ao ar, bangues e rodas mais ao meio da pista. Isso tudo, além de berrar o nome da canção com Andreas "Gerre" Geremia em um claro sinal que Limeira queria mesmo curtir um show da veterana banda alemã.

    O grandalhão e sorridente vocalista nos pergunta se estamos gostando ( e como estávamos... ) e se apreciamos o Thrash Metal Old School para então anunciar The Morning After ( título do álbum de 1988 ) em que os solos do guitarrista Andreas "Andy" Gutjahr direcionaram o nível das pancadas desferidas pelos demais em um Thrash velocíssimo, ríspido, violento, irrefutável e inspirador para o surgimento de uma roda, o que a galera fez durante a sua execução.

    Andreas "Gerre" Geremia andava por todo o espaço do palco do Bar da Montanha e ia até uma abertura que se comunica com a pista ( fez isso por várias vezes ) e dava a clara impressão que iria lá para o meio do público ( o que acabou não fazendo, talvez por ainda não sentir aquela segurança com relação aos banguers do interior paulista, mas atesto... somos tranquilos ).

    Sem pensar em descanso, o Tankard envia agora a avassaladora Zombie Attack, que figurou no primeiro demo deles e foi título do primeiro álbum de 1986 em uma velocidade implacável que a ensandecida plateia não acreditava no 'baita' showzão que estava sendo exposto com este verdadeiro pilar do Thrash Metal alemão. Entre as linhas mais rudes de Zombie Attack, Andreas "Andy" Gutjahr mandou solos ferozes em sua guitarra e Andreas "Gerre" Geremia nos fazia gritar o nome da música com ele... sentindo a nossa adrenalina, para nos agradecer com um sonoro "Obrigado!!!", que obteve novos gritos de "Tankard... Tankard...".

    Aproveitando para respirar um pouco e agradecer com um "Thank you guys", Andreas "Gerre" Geremia comenta que o Tankard já está na ativa há 37 anos e nos toques fortíssimos do baixista Frank Thorwarth chegara a vez de Not One Day Dead ( But One Day Mad ), uma bordoada certeira do álbum A Girl Called Cervezza de 2012, que manteve o pique inconteste do show do quarteto. Quando Andreas "Andy" Gutjahr pegou para solar sozinho sua guitarra foi o momento de olhar impressionado para ele e gritar alguns "hey... hey..." simbolizando nosso contentamento. A próxima que apareceu no set após alguns breves comentários do vocalista foi a Rapid Fire ( A Tyrant's Elegy ), canção de abertura do A Girl Called Cervezza que veio como um raio em nossos cérebros.

    Comandando muito bem a plateia, Andreas "Gerre" Geremia conversa menos de trinta segundos e anuncia Rules For Fools ( gravada no Vol(L)ume 14 em 2010 ) e contou com 'dancinhas' engraçadas e bem ensaiadas pelo trio de frente, pois, Andreas "Gerre" Geremia, Frank Thorwarth e Andreas "Andy" Gutjahr a fizeram por alguns breves instantes, que provaram que eles também estavam se divertindo bastante com o show em Limeira. Aliás, vale também comentar que as letras do Tankard são em geral sobre bebedeiras, mulheres e situações cômicas únicas descritas por eles.

    Com riffs melodiosos feitos por Andreas "Andy" Gutjahr, que dão lugar a uma explosiva canção voltada ao Thrash Metal dos mais detonadores, Die With A Beer In Your Hand registrada no Beast Of Bourbon em 2004 era muito aguardada também pelos fãs pelo tanto que todos participaram interagindo com a imensa voltagem lançada do palco em nossa direção. É... posso afirmar com segurança... é impossível fica parado num show do Tankard. Quando Andreas "Andy" Gutjahr tocou solos que lembraram a marcha fúnebre, Andreas "Gerre" Geremia nos solicitou para mexer as mãos aumentando a eletricidade do espetáculo.

     Em mais uma nova sessão de gritos do nome da banda, os alemães nos colocaram diante de Minds On The Moon ( do cd The Tankard de 1995 ), que é uma acelerada composição, que possui uma pegada Punk e que foi responsável por mais rodas na pista do Bar da Montanha, e esta noite de início da turnê do quarteto estava sendo mais impactante ainda por conta de que eles incluíram canções inesperadas no set.

 

    A Intro: R. I. B. ( Rest In Beer ) com seus ares épicos e emocionantes antecederam a emblemática música que empresta seu nome para o álbum de 2014, a R. I. B. ( Rest In Beer ), que levou o vocalista Andreas "Gerre" Geremia a correr pelo palco ao cantar seus versos, ou seja, entre um solo e outro de Andreas "Andy" Gutjahr, ele ia da esquerda para a direita ( e vice-versa ) rapidamente incendiando o Bar da Montanha com sua atuação frenética, que só foi interrompida próximo ao final desta composição, quando ele conclamava nossos braços erguidos e enquanto que nós o seguíamos nos "hey... hey..." socando com muita alegria o ar.  

    Do recente One Foot In The Grave, o Tankard nos apresentou também a Pay To Pray, que segundo o próprio Andreas "Gerre" Geremia é a sua favorita no novo trabalho ( uma das minhas também ) e pela execução 'metralhante' realizada por eles se tornou a favorita de muitos dos presentes, onde aliás eu te questiono... como não agitar nesta música? O sentimento causado era de sair direto para a roda, porém, não podia fazer isso, afinal, estava fotografando o show e isso não é lá uma boa ideia, assim, pude conferir o solo estrondoso de Andreas "Andy" Gutjahr em sua guitarra Flying V preta.

    Outra das clássicas da carreira do Tankard é a Metal To Metal ( do The Beaty and The Beer de 2006 ) e na exibição desta noite, Andreas "Gerre" Geremia assinala que esta música é de headbanger para headbanger. A reação que tivemos foi procurar cantar seus versos com o vocalista, ao menos no refrão, pois, fomos devidamente contagiados por seu carisma acentuado.

    De novo muitos gritos de "Tankard... Tankard" entre pedidos de músicas e  Andreas "Gerre" Geremia pergunta se estamos prontos para cantar com eles para que então a avalanche sonora contida em Rectifier do B-Day de 2002 pudesse entrar em cena para desmoronar com tudo. Novamente, não tivemos escolha a não ser de pular, abrir roda, socar o ar e gritar seu título com o vocalista. O sempre também inquieto baixista Frank Thorwarth também deixou um solo forte no momento que teve sua oportunidade e ao término de Rectifier, o vocalista berra: "Limeira Tankard Love You", avisa que a seguinte será a destruidora The Beaty And The Beast ( do álbum de mesmo nome ) e a dedica às belas mulheres da plateia olhando diretamente para uma bela morena... bobo ele não acha?

    Com um ruidoso "Obrigado" dito em português, ele nos agradece, fica atento aos pedidos dos fãs e após algumas palavras grita "Stop... The Chemical" para que em uma linhagem flertando com o Blues rapidamente suplantada pela pancada existente dentro de Chemical Invasion ( título do álbum de 1987 ) fosse desferida sem piedade no Bar da Montanha.

    Talvez por ser a última música antes do bis, o Tankard tenha decidido não deixar pedra sobre pedra pela tamanha brutalidade e velocidade que executou esta música, mas a verdade é que a eletricidade dos músicos no palco passava diretamente para nós e o sentimento era que estávamos vendo mais um grande show em Limeira.

    Eles saem depressa do palco e entre mais uma forte sessão de gritos de "Tankard... Tankard..." alternado com assovios... vemos o quarteto retornar com a veloz e violenta Alien ( do Best Case In Scenario: 25 Years In Beers ), que novamente inflamou a galera, que não sabia se olhava para os solos ligeiros de Andreas "Andy" Gutjahr ou para o agito 'sem freios' de Andreas "Gerre" Geremia.

    Em uma nova e breve pausa em que os músicos olham a vitalidade enviada da plateia gritamos: "Olê... Olê... Olê... Taaankaaard... Taaankaaard..." e o vocalista deixa claro o quanto está adorando o show ao enfatizar: "Tankard Loves You" até que todo simpático e dedica a bordoada A Girl Called Cerveza à bela morena citada anteriormente, assim, a festa continuou com a canção que nomeia o álbum de 2012 com direito a uma 'rifflerama' de primeira.

    Empolgado, o vocalista nos provoca cantarolando o ritmo da canção que faltava no show e que certamente era a mais esperada e que sempre fará parte dos shows do Tankard... estou falando da fascinante ( Empty ) Tankard, sucesso do primeiro álbum Zombie Attack e que foi executada em uma velocidade inabalável, que nos levou a participar com a mesma firmeza que suas notas apresentam. Andreas "Gerre" Geremia praticamente regeu nossos "hey... hey... hey..." sorrindo durante os solos de guitarra cadenciados e nos fez berrar o refrão com ele nos levando ao êxtase e também a exclamar: "que showzão do Tankard!!!". Tanto que antes de se despedirem foram saudados com mais "Olê... Olê... Olê... Taaankaaard... Taaankaaard..." e nos deram mais um 'repeteco' dos riffs iniciais de ( Empty ) Tankard.

    A melodia tradicional da abertura do show retornou enquanto que eles agradeciam os fãs e jogavam palhetas, consideravelmente felizes e sabedores que marcaram sua estreia em Limeira, o início da turnê Kings Of Beer Live 2019 e a quarta passagem no Brasil de forma grandiosa. Para mim e tantos outros que assistiram a banda ao vivo pela primeira vez tivemos a convicção de que o ano começou formidavelmente com um show incrível e superior ao que poderíamos pensar. Valeu Tankard!!! 

Set List do Tankard

1 - One Foot In The Grave
2 - The Morning After
3 - Zombie Attack
4 - Not One Day Dead ( But One Day Mad )
5 - Rapid Fire ( A Tyrant's Elegy )
6 - Rules For Fools
7 - Die With A Beer In Your Hand
8 - Minds On The Moon
9 - Intro R.I.B.
10 - R. I. B. ( Rest In Beer )
11 - Pay To Pray
12 - Metal To Metal
13 - Rectifier
14 - The Beaty And The Beast
15 - Chemical Invasion

Bis
16 - Alien
17 - A Girl Called Cerveza
18 - ( Empty ) Tankard


 

Carro Bomba

    Depois que o Tankard finalizou seu sensacional show e fez um rápido Meet & Greet, ao menos o Andreas "Gerre" Geremia parou um pouco para tirar fotos e tomar uma cerveja com os fãs presentes no Bar da Montanha, a grande maioria do público foi embora, afinal, muitos vieram de longe, como por exemplo, alguns de Araraquara/SP e aí não teriam condições de esperar o Carro Bomba entrar no palco e assistirem seu show. Este quase também foi meu caso, pois, alguns amigos partiram e acabei retornando com outro amigo, porém, com tempo suficiente de assistir o show do Carro Bomba inteiro.

    Formada no início deste século, o Carro Bomba é uma banda de Metal Pesado que faz questão de cantar em português e é atualmente um quarteto que conta com Rogerio Fernandes nos vocais, Marcello Schevano na guitarra, Ricardo "Soneca" Schevano no baixo e Biel Astolfi na bateria. Neste longo tempo de carreira, o Carro Bomba lançou cinco discos de estúdio e em 2018, o seu primeiro DVD intitulado Ao Vivo - A Máquina Não Para.

   E à 01:00, após a rápida troca de palco, o Carro Bomba entrou no palco do Bar da Montanha com seu Heavy Metal pesadaço a toda velocidade com Máquina ( do último de estúdio, o Praga Urbanas de 2014 ) e o vocalista Rogerio Fernandes cantou seus versos com bastante agressividade entre solos ferrenhos do guitarrista Marcello Schevano. Sem muita conversa, eles tocam em seguida a Mondo Plástico do Carcaça ( de 2011 ) em um ritmo mais cadenciado que denotou os toques do baixista Ricardo "Soneca" Schevano em seu Rickenbaker vermelho.

 

 

    Antes da terceira Rogerio Fernandes informa que são o Carro Bomba, que são do Brasil e agradece à organização e aos que ficaram até o fim para prestigiar o show da banda. E infelizmente, ao começarem, algum problema aconteceu com algum equipamento, o que atrapalhou o início da música e fez que o vocalista tivesse que aguardar lembrando do 'velho problema' que é sempre causado pelas tomadas do 'bendito' formato novo. Defeito solucionado, eles disparam a toda velocidade a bordoada Fuga do Pragas Urbanas, que mais parece um Thrash Metal de tão robusta que é.

    A próxima foi cantada de forma furiosa por Rogerio Fernandes e pouco depois ele faz um brinde com uma cerveja por ficarmos até o final do show, por apoiarmos a banda e então tivemos a vibrante, consideravelmente encorpada e bastante raivosa Sangue de Barata ( do Nervoso de 2008 ), que contou com ótimos riffs de guitarra feitos por Marcello Schevano e que foram alongados, além de serem acompanhados com precisão pela eficiente cozinha do Carro Bomba ( Ricardo "Soneca" Schevano e Biel Astolfi, baixo e bateria, apenas relembrando).

    Em uma nova conversa com os fãs, Rogerio Fernandes comenta do DVD, volta a nos elogiar por ficar até este momento vendo o show e dispara junto com os demais o rolo compressor contido em Pragas Urbanas ( que intitula o quinto cd da banda ) e mesmo com todo o peso aplicado pelo Carro Bomba, é possível perceber a linhagem Blues Rock devidamente infectante desta música.

    Para a próxima canção, Rogerio Fernandes convida ao palco o amigo Ivan Gonçalves ( que já passou pelo Expresso Valvulado e Ossos do Ofício ) para dividir os vocais e diz que o conheceu como locutor da Brasil 2000 FM e da 89 FM Radio Rock para juntos cantarem a 'pedrada na cabeça' Queimando a Largada do matador Carcaça e a divisão de versos feitas por eles foi muito prazerosa de se assistir neste Rock'n'Roll de alto poder de fogo.

    Por fim, o vocalista do Carro Bomba agradece a todo mundo novamente, à produção, ao convite, etc. e soltam a devastadora Trash'n'Roll, outra composição do Pragas Urbanas, que te acerta fortemente logo de cara, sua letra fica na memória e te faz pular com a banda garantindo um fervor do público, conforme pude comprovar pelo coro de "mais um... mais um..." gritado pelos fãs de tão contentes que estavam, mas, foi só. E foram 45 minutos de um show incandescente do Carro Bomba, que valeu e muito... em que pude finalmente satisfazer a minha curiosidade em ver um dos quartetos de MPB ( só para frisar... Música Pesada Brasileira ) mais fulminantes do país.

    Só o Tankard sozinho garantiria a plena felicidade de todos os headbangers presentes no Bar da Montanha neste sábado, mas, a Circle Of Infinity Produções sempre gosta de nos presentear com mais em seus eventos e transformou o que seria apenas um grande show em uma noite de muito Heavy Metal. Parabéns... foi um primoroso começo de ano do jeito que não pretendemos esquecer e  já desejando que o Tankard retorne na cidade brevemente.

Texto e Fotos: Fernando R. R. Júnior
Agradecimentos para Edson Moraes e Cláudia Moraes da Circle Of Infinity Produções
e a Jeancarlo Oliveira da ELF Agency
pela atenção e credenciamento
Fevereiro/2019

Set list do Carro Bomba

1 - Máquina
2 - Mondo Plástico
3 - Fuga
4 - Sangue de Barata
5 - Pragas Urbanas
6 - Queimando A Largada
7 - Trash'n'Roll

Galeria de 110 fotos do shows do Tankard, do Carro Bomba e do Spectrus
no Bar da Montanha em Limeira/SP

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