Entrevista com Biff Byford do Saxon

    "Eu queria que o riff de guitarra se tornasse importante novamente. Os riffs de guitarra são muito importantes se você ouvir os discos dos anos 80."

    Em um período de muitas atividades, mesmo com a parada forçada nas turnês nos últimos anos por conta da pandemia, o incansável Biff Byford nos brindou com muitos lançamentos, sendo eles: o seu primeiro álbum solo Hard School Of Hard Knocks ( 2020 ), o Red Brick City com o Heavy Water ( projeto ao lado de seu filho Seb Byford em 2021 ), o álbum Inspirations com o Saxon ( 2021 ) e neste começo de ano, o excelente Carpe Diem também com o Saxon.

    Para saber mais destes discos, da gravação de Carpe Diem, da volta aos shows e da importância do riff para o Heavy Metal, o repórter Fernando R. R. Júnior do Rock On Stage conversou com o excelente vocalista Biff Byford e os detalhes você pode conferir logo abaixo.

Rock On Stage: Biff, é um prazer estar falando com você. Bem, vamos lá... nestes duros tempos causados pela pandemia, tanto você quanto o Saxon nos ajudaram bastante suportar todos os seus entraves com os álbuns Hard School Of Hard Knocks ( Biff Byford ), Inspirations ( Saxon ), Red Brick City ( Heavy Water ) e agora este sensacional Carpe Diem ( Saxon ). Qual é o segredo para em tão pouco tempo produzir tantas ótimas canções e no caso do Inspirations, as versões de grandes clássicos? Ainda mais se recuperando de um ataque cardíaco...
Biff Byford: Sim, a pandemia foi certamente algo que nos deu tempo de sobra e os músicos tiveram tempo para escrever mais. Estando no hospital eu estava pensando em ideias, escrevendo letras e coisas assim, e juntando ideias para o novo álbum do Saxon.

    Inspirations foi um lançamento que a gravadora pediu, pois, já faz um tempo desde o último disco. E achamos que era uma ótima ideia ter um álbum com músicas que inspiraram cada um dos membros da nossa banda e significassem algo para nós.

    Para School Of Hard Knocks eu tinha algumas ideias e também muitos amigos que queriam fazer este disco comigo. E a maioria das letras são sobre mim e minha vida. Consegui fazer músicas sobre mim, sobre como me sinto, em vez do que o Saxon sente.

    E Seb e eu tivemos essa ideia criar um álbum no formato pai/filho por algum tempo em nossas cabeças. Nós dois estávamos em casa e começamos a escrever e gravar. O som do Heavy Water é sobre como Seb escreve os riffs. É meio ferido, bem Old School. Tem um tipo de coisa Folk e algumas coisas Heavy lá. E foi uma ótima experiência fazer isso e ter o Seb na liderança.

Rock On Stage: Como foram os processos de composição e gravação de Carpe Diem, que neste caso imagino que tenha sido à distância e com ajuda das ferramentas de comunicação atuais.
Biff Byford:
Sim, essa é a vantagem da comunicação e tecnologia modernas. Não podíamos ficar juntos, mas deu certo. A bateria e algumas partes de guitarra foram gravadas na Alemanha, algumas aqui na Inglaterra, mas, tudo se encaixou no final.

Rock On Stage: Assim como "Sacrifice", "Battlering Ram" e "Thunderbolt", a produção de Carpe Diem é de Andy Sneap ( Judas Priest, Exodus e tantos outros ), te peço para comentar como é trabalhar com ele e como um produtor deste gabarito ajuda a melhorar ainda mais as músicas do Saxon.
Biff Byford: O trabalho de Andy é incrivelmente importante, a produção pode ajudar ou prejudicar um álbum. Andy entende o Saxon e ele é um grande fã de Heavy Metal, o que ajuda.

    Ele sempre consegue o melhor som da bateria, se relaciona muito bem com Nigel ( Glockler - baterista ) e sempre troca boas ideias conosco. Ele sempre quer que tudo soe o melhor possível. E ele se envolve nas estruturas das músicas - ele pode sugerir partes de guitarra ou mudar arranjos. No final, também é o nome dele no álbum, então ele quer que seja o melhor possível!

 

Rock On Stage: Você disse: “Tudo começa com o riff! Se o riff falar comigo, então estamos no caminho". Também concordo que Heavy Metal tem que começar com o riff. Fazendo um paralelo de quando vocês começaram até os dias de hoje com o Carpe Diem, o Saxon sempre enalteceu os riffs. Como você avalia as mudanças no som do Saxon ( aliás, pouquíssimas na minha opinião ) do primeiro registro de estúdio ao longo destes mais de quarenta anos de banda para o Carpe Diem?
Biff Byford: Eu não posso fazer isso. 40 anos atrás, época diferente, ideias diferentes, som diferente.

    Em Carpe Diem, eu queria que o riff de guitarra se tornasse importante novamente. Os riffs de guitarra são muito importantes, se você ouvir os discos dos anos 80.

    E às vezes, hoje em dia, o riff de guitarra é apenas uma coisa rítmica pesada que muitas bandas fazem. Considerando que eu penso que os riffs de guitarra são agora de um nível muito alto para tocar. Eu queria que os riffs de guitarra, cada um deles fossem ótimos. E acho que conseguimos isso.

Rock On Stage: Os clipes de Carpe Diem ( Seize The Day ) são - até agora - para a vibrante faixa título e para a emblemática Remember The Fallen ( excelente homenagem aos nossos amigos que perdemos nos últimos anos ) e emocionante The Pilgrimage, aliás, escolhas excelentes. Poderíamos dizer que batem com as suas favoritas no cd, ou não, enfim, quais são suas favoritas e que serão mais aceitas nos shows?
Biff Byford: É difícil nomear uma favorita.

    Antes de tudo, sempre tentamos conectar a arte com o vídeo e com a música. A faixa título Carpe Diem ( Seize The Day ) é o primeiro single do álbum. Acho que queríamos ter o maior impacto possível.

    Eu gosto muito do Pilgrimage, mas, também de All For One com os seus riffs cativantes, mas, ela possui ainda tem o Metal Old-School. Temos que ver o que soa muito bem ao vivo e aí, as favoritas serão apontadas pelos fãs.

Rock On Stage: O título Carpe Diem significa aproveitar o dia. Analisando sobre uma ótica de shows... estou certo em considerar que devemos aproveitar ao máximo uma apresentação do Saxon? ( pois, foi o que eu fiz em 2019, na última passagem da banda pelo Brasil - veja matéria aqui ).
Biff Byford: Uma boa maneira de ver isso: todos deveriam tentar aproveitar o dia. Uma vez perdido, não volta mais. Mas, eu entendo que nem sempre é possível apenas aproveitar, mas, pelo menos pode-se tentar.

Rock On Stage: E falando de shows, que espero que possam retornar no Brasil o quanto antes ( desde que a situação deste vírus se estabilize ). Como foi para a banda ficar tanto tempo fora da estrada e como está a expectativa para mostrar para os fãs ao vivo as músicas de Carpe Diem produzindo aquela interação única que temos nos shows?
Biff Byford:
Terrível, como foi para qualquer outro músico. Você não podia sair em turnê, não podia interagir com seus fãs ao vivo, claro, sem renda e todo mundo era obrigado a ficar em casa.

    Tudo demorou muito mais do que esperávamos, mas, agora é a hora de olhar para frente e seguir em frente. Parece que os shows vão acontecer novamente.

 

Rock On Stage: É certo eu dizer que o Saxon não grava álbuns, mas, sim registra clássicos do Heavy Metal como é o caso deste Carpe Diem ( que já o coloco entre os melhores lançamentos de 2022 )?
Biff Byford:
Há, há. Eu gostaria que fosse sempre assim.

    Carpe Diem foi excepcionalmente bem recebido em todo o mundo, com excelentes posições nos 'charts' e somente boas resenhas. Estamos muito agradecidos e isso nos mostrou que estávamos no caminho certo e entregamos um formidável álbum.

Rock On Stage: Por enquanto, teremos o Saxon ao vivo somente em agosto no BloodStock Open Air, e nos meses de outubro e novembro já na Seize The Day World Tour com o Diamond Head. Peço-lhe para comentar sobre estes vindouros shows e como será apresentar-se ao lado de outra lenda do Heavy Metal como é o caso do Diamond Head.
Biff Byford: Até agora, marcamos 31 shows na Europa começando no outono e isso deve continuar. Todos ficarão felizes em voltar à estrada e prometo que os shows serão fantásticos.

Rock On Stage: Bem, Biff, sucesso e saúde para você e todos do Saxon, obrigado pelo Carpe Diem, que nestes tempos obscuros em que não podemos fazer praticamente nada do que desejamos fazer, ter um álbum de Heavy Metal desta qualidade nas mãos é uma maravilhosa forma de relaxar e esquecer-se de tudo de ruim que existe ao redor... Enfim... agradeço-lhe pela entrevista e deixo o espaço livre para suas considerações finais.
Biff Byford:
Obrigado a vocês! Obrigado por nos apoiar sempre e serem fãs leais!

Por Fernando R. R. Júnior
Agradecimentos a Susi dos Santos e Eliton Tomasi da Som do Darma
pela oportunidade
Março/2022

Mais Informações:
Som do Darma: http://somdodarma.com.br
Site: https://www.saxon747.com
Facebook: www.facebook.com/SaxonOfficial
Instagram: www.instagram.com/saxon.official
Youtube: www.youtube.com/PlanetSaxon

Onde comprar o álbum Carpe Diem do Saxon
Site: https://hmrock.com.br/
Instagram: www.instagram.com/heavymetalrock83
Facebook: www.facebook.com/hmrock83

 

Interview Biff Byford - Saxon
English Readers, you can read here this interview

Rock On Stage: Biff, it's a pleasure to be talking to you. Well, come on... in these hard times caused by the pandemic, both you and Saxon helped us a lot to withstand all your obstacles with the albums Hard School Of Hard Knocks ( Biff Byford ), Inspirations ( Saxon ), Red Brick City ( Heavy Water ) and now this sensational Carpe Diem ( Saxon ). What is the secret for producing so many great songs in such a short time and, in the case of Inspirations, versions of great classics? Especially recovering from a heart attack...
Biff Byford:
Yes, the pandemic was surely something that gave us time on our hands and musicians have time to write more. Being in the hospital I was thinking of ideas, writing lyrics and things, and putting ideas together for the new Saxon album.

    Inspirations was a release that the record company asked for as it has been a while since the last record. And we thought it was a great idea to have an album with songs that inspired each of our band members and meant something to us.

    For School Of Hard Knocks, I had quite a few ideas and also quite a lot of friends that wanted to do this with me. And most of the lyrics are about me and my life. I was able to do songs about me, about how I feel, rather than what Saxon feels.

    And Seb and me had this idea for a father/son album for some time in our heads. We were both homebound and started to write and record. The sound of Heavy Water is about how Seb writes the riffs. It is sort of bruised, old school. Sort of folky stuff and some heavy stuff on there. And it was a great experience to do this and having Seb taking the lead.

Rock On Stage: How were the composition and recording processes of Carpe Diem, which in this case I imagine it was from a distance and with the help of current communication tools.
Biff Byford:
Yes, that is the advantage of the modern communication and technology. We couldn’t really be together but it worked out well. The drums and some guitar parts were recorded in Germany, some here in England but it all fit together in the end.

Rock On Stage: Like "Sacrifice", "Battering Ram" and "Thunderbolt", the production of Carpe Diem is by Andy Sneap ( Judas Priest, Exodus and many others ), I ask you to comment on what it's like to work with him and how a producer of this caliber helps to improve even more Saxon songs.
Biff Byford:
Andy’s work is incredibly important, the production can make or break an album.

    Andy understands Saxon and he is a big Heavy Metal fans which helps. He always gets the drum sound, and he liaises with Nigel and swap thoughts. He always wants to get everything sounding the best as possible.

   And he gets involved in song structures - he might suggest guitar parts, changing arrangements. In the end, it’s also his name on the album so he wants it to be as good as it can get!

Rock On Stage: You said: “It all starts with the riff! If the riff talks to me, then we're on the way." I also agree that Heavy Metal has to start with the riff. Making a parallel from when you started to this day with Carpe Diem, Saxon has always praised riffs. Like you evaluate the changes in Saxon's sound (in fact, very few in my opinion) from the first studio record over these more than forty years of band to Carpe Diem?
Biff Byford:
I can’t do this. 40 years ago, different time, different idea, different sound.

    On Carpe Diem, I wanted the guitar riff to become important again. The guitar riffs are very important if you listen to the 80’s albums. And sometimes, these days, the guitar riff is just a chunky rhythmic thing a lot of bands do.

    Whereas I think guitar riffs is now a really high level of playing. I wanted the guitar riffs, every one of them to be great. And I think we achieved that.

Rock On Stage: The Carpe Diem (Seize The Day) clips are - so far - for the vibrant title track and for the iconic Remember The Fallen (excellent tribute to our friends we've lost in recent years) and moving The Pilgrimage, by the way, excellent choices... We could say that they match your favorites on the cd, or not, anyway, which ones are your favorites and which will be more accepted in the shows?
Biff Byford:
It is hard to name a favorite. First of all we always try to connect the artwork with the video, with the song. And it is the first single off the album.

    I think we wanted to have as much impact as possible. I like Pilgrimage a lot but also All For One with the catchy riffs but still OIld-School Metal. We have to see which sounds really good live and will go with them.

Rock On Stage: The title Carpe Diem means seize the day. Looking at it from a concert perspective... am I right in considering that we should make the most of a Saxon performance? ( because, that's what I did in 2019, on the band's last visit to Brazil ).
Biff Byford:
A good way of seeing it: everyone should try to Seize The Day. Once lost it is not coming back. But I don’t understand that it not always possible to just do but at least one can try.

Rock On Stage: And speaking of shows, which I hope they can return to Brazil as soon as possible (as long as the situation of this virus stabilizes). What was it like for the band to be off the road for so long and what are the expectations to show Carpe Diem's songs to the fans live producing that unique interaction that we have at shows?
Biff Byford:
Terrible, like it was for any other musician. You couldn’t go on tour, you couldn’t interact with your fans live, of course, no income and everyone was bound to sit home. It all took much longer than we all expected but now it should be time to look forward and move on. Looks like shows are going to happen again.

Rock On Stage: Is it right for me to say that Saxon does not record, but records Heavy Metal classics such as this Carpe Diem (which I already place among the best releases of 2022)?
Biff Byford:
Ha, ha. I wish it would be always that way. Carpe Diem was exceptional well received all over the world with excellent chart entries and only good reviews. We are very thankful and it showed us that we were on the right track and delivered a great album.

Rock On Stage: For now, we will only have Saxon live in August at BloodStock Open Air, and in October and November already on Seize The Day World Tour with Diamond Head. I ask you to comment on these upcoming shows and what it will be like to perform alongside another Heavy Metal legend such as Diamond Head.
Biff Byford:
So far we have booked 31 shows in Europe starting in fall and this is to be continued.

    Everyone will be happy to go back on the road and I promise the shows will be fantastic.

Rock On Stage: Well Biff, success and health to you and all of Saxon, thanks for Carpe Diem, that in these dark times when we can't do practically anything we want to do, having a Heavy Metal album of this quality in our hands is a wonderful way to relax and forget about everything bad around you... Anyway... I thank you for the interview and I leave the space for your final remarks.
Biff Byford:
Thanks to you! Thank you for supporting us always and being loyal fans!

Biff Byford

Voltar para Entrevistas