Uriah Heep - The Magician's Farewell Tour
Abertura: Allen Key
Tokio Marine Hall - São Paulo/SP
Sexta, 11 de abril de 2025
   

Show mágico, notável, impressionante e histórico

    Com formação no final dos anos 60, precisamente em 1969 em Londres, os ingleses do Uriah Heep são uma da mais importantes bandas precursoras do Heavy Metal ao lado do Led Zeppelin, Deep Purple e Black Sabbath.

    Se o Led Zeppelin transitou pelo Blues e o Heavy Rock com muita habilidade, o Deep Purple também pelo Blues, Hard e o Heavy Rock com longas viagens de improvisação ao vivo e o Black Sabbath mergulhou fundo no peso e no ocultismo sendo considerado como o criador do Heavy Metal por muitos; já com o Uriah Heep não foi diferente e a banda aliou Hard Rock, Rock Progressivo e o Heavy Rock em suas canções sempre com muita melodia gerando álbuns que são clássicos e são fundamentais na história do Rock Mundial, que assim como os outros três citados influenciaram gerações de seguidores em mais de 5 décadas.

    Seus 55 anos de história foram expressos através de 25 álbuns de estúdio e 20 álbuns ao vivo, que juntos venderam mais de 40 milhões de cópias e nesta The Magician´s Farewell Tour, eles estão realizando sua última grande turnê mundial, que teve oito datas sul americanas produzidas pela Top Link Music, sendo que na sexta feira 11 de abril, o quinteto esteve em São Paulo/SP no Tokio Marine Hall para celebrar conosco esta inigualável trajetória ao comando do fundador Mick Box em um show memorável. Mas antes, vou contar como foi o show do Allen Key, que foi a banda de abertura.

 

Allen Key

    A banda paulistana Allen Key formada em 2018 ( que que já abriu shows do Primal Fear, Angra, Edu Falaschi, Roland Grapow, Apocalyptica, entre vários outros e ainda participou do Lollapalooza de 2025 ) subiu no palco precisamente no horário programado às 20:50 para um set que contou com canções de seu primeiro registro de estúdio, o álbum The Last Rhino de 2021 e os singles recentes que seguramente serão inclusos em seu segundo trabalho.

    Formada por Karina Menascé nos vocais e piano, Pedro Fornari e Victor Anselmo nas guitarras, Rafael Paiva no baixo e Matheus Hortencio na bateria, eles começaram sua participação com a robusta Granted do The Last Rhino, sendo que a vocalista demonstrou bastante entusiasmo e a banda executou a música com muita animação. Logo em seguida tivemos o single de outubro de 2023, com a Apathy e muito peso nas evoluções de bateria e guitarras e também e ótimas vocalizações em um andamento mais acelerado.

    E não é que o Allen Key ganhou o respeito da plateia do Uriah Heep com sua atitude no palco e a qualidade de suas composições? E isso ficou notório quando executaram a melodiosa Straw House do The Last Rhino com um estilo a la The Pretty Reckless, com variações bastante interessantes nos vocais e em sua parte instrumental.

    Após o término, muito simpática, a sorridente Karine Menascé continuou com outra do primeiro álbum com a Illusionism, que iniciou nos dedilhados de violão ( tocados por ela inclusive ), exalou ares dramáticos e envolventes que serviram para nos deixar ligados em sua atuação no palco bem como nos solos de guitarras feitos pela dupla Pedro Fornari e Victor Anselmo.

    Karina Menascé agradeceu aos aplausos e com sua voz poderosa, ela enviou o single de dezembro de 2023 nomeado como Sleepless, que possui ótimos toques do baterista Matheus Hortencio e também dedilhados, que concederam uma pegada Moderna bem envolvente na música, que certamente garantiu novos fãs para o Allen Key, aliás, Karina Menascé demonstrou uma ótima desenvoltura no palco, além de pedir e ganhar palmas dos fãs no ritmo da composição.

    Prosseguiram com Death From Above e a vocalista começou sozinha à capella passando muita emoção ao cantar seus versos até que os demais colocaram seus instrumentos para contribuírem com o peso do single disponibilizado em maio de 2024 em que saliento também seus fervorosos riffs de guitarras.

    Antes da penúltima, Karine Menascé apresentou cada um de seus colegas de banda para ganharem os aplausos da plateia e pouco depois com um estilo Moderno e bastante encorpado, Easy Prey foi a penúltima do show do Allen Key e este single lançado em dezembro de 2024 emitiu uma pegada bem interessante e que sem dúvida será muito aceita pelos fãs mais novos.

 

    Ela conversou com a plateia antes de encerrar dizendo sobre a alegria abrir para o Uriah Heep e disparou a Get In Line, o ótimo single recém saído do forno e que a galera também gostou. Creio que a grande maioria que não conhecia o Allen Key apreciou o que viu no palco em um show que durou cerca de 40 minutos.

    E mesmo não sendo uma banda com sonoridade setentista, que a imensa maioria dos presentes conheciam e até esperaria na abertura para um Uriah Heep, o Allen Key mostrou que soube realizar um competente show e faço votos para que conquistem seus objetivos e cresçam bastante, pois, são sabedores do que estão fazendo e são possuidores de ótimas canções.

 

Set do List Allen Key

1 - Granted
2 - Apathy
3 - Straw House
4 - Illusionism
5 - Sleepless
6 - Death From Above
7 - Easy Prey
8 - Get In Line

Uriah Heep

Os feitiços foram lançados no ar em direção até nós

    Desde que a perna sul-americana da turnê foi anunciada pela Top Link Music em novembro de 2024, tanto eu quanto muitos dos presentes pensaram: "Esse show eu não posso perder..." e a expectativa de cada um de nós aumentou dia a dia até a data chegar, afinal, poderia ser a última vez que veríamos Mick Box na guitarra e backing vocals, Bernie Shaw nos vocais, Phil Lanzon nos teclados, Davey Rimmer no baixo e Russell Gilbrook na bateria.

    E se levarmos em consideração a declaração de Mick Box datada de 2024: "Quem pode acreditar que ano que vem serão 55 anos desde que a banda começou? Isso é muito incrível. Sei que muitos de vocês estão conosco desde o começo, e agradecemos por isso. Isso significa muito para nós.

    Infelizmente, tomamos a decisão de encerrar com as turnês no ano que vem, sob o título The Magician’s Farewell. Nos próximos dois a três anos, pretendemos tocar na maior quantidade possível de lugares e ver todos vocês pela última vez. Então, esperamos ver todos vocês por aí."; desta forma é até possível que esta sexta feira 11 de abril tenha sido a última vez do Uriah Heep em São Paulo ( tomara que não... todavia, Mick Box já está com 77 anos... e pode resolver parar mesmo... mesmo com o que vimos desmentido este fato ).

    Às 22hs, após a breve melodia de introdução, o Uriah Heep estava no palco, sendo que o quinteto entrou junto, com cada membro dirigindo-se ao seu posto e consideravelmente aplaudidos pelos fãs começaram o show com a empolgante Grazed By Heaven do Living The Dream, o excelente álbum de 2018 e a canção não só fez a galera pulsar como também cantar seus versos com Bernie Shaw, que não só cantava com muito carisma, como também se movimentava pelo palco inflamando cada um dos presentes.

O melhor lugar para se estar

    E a consistência do Uriah Heep ao vivo é algo contagiante que captura mesmo quem está diante deles. As interações nos teclados, no baixo, na bateria e na guitarra foram simplesmente perfeitas com nossos olhares desviando ora para Bernie Shaw com uma roupa azul e preta e ora para o mestre Mick Box, que sorria o tempo todo. Sem dar tempo para pensar, o quinteto veio com outra recente com a Save Me Tonight, que é pertencente ao Chaos & Colour de 2023, justamente o 25º álbum de estúdio da banda e a vibração dos fãs continuava em alta, pois, curtimos mesmo cada instante seja socando o ar, cantando ou sentindo por exemplo os solos de Phil Lanzon nos teclados.

    Ao cumprimentar o público, que praticamente ocupou todos os espaços disponíveis pelo Tokio Marine Hall, Bernie Shaw disse: "Good evening Saooo Paulooo... This is one Rock'n'Roll parting tonight" e complementou sua fala com a seguinte frase: "Esse é o lugar para se estar. Muita música. 55 anos de Uriah Heep", aliás, concordo plenamente com o vocalista, pois, para mim foram quase 20 anos sem rever o Uriah Heep... afinal, vi apenas em 2006 no extinto Via Funchal no Rock In Concert Brazil 2006 também em São Paulo/SP ( saiba como foi aqui ).

    O princípio do show que focou em álbuns lançados no século 21 do Uriah Heep continuou com o Hard Rock cheio de adrenalina de Overload, composição do Wake The Sleeper de 2008 ( o vigésimo primeiro da carreira ) e em três seguidas da fase do canadense Bernie Shaw na banda ( que assim como Phil Lanzon já somam 39 anos ).

    E como Overload caiu bem no show, pois, nosso sentimento de felicidade tomava conta de todas as nossas células com suas harmonias e sempre com o guitarrista Mick Box - entre um solo e outro - encontrando um tempo para lançar seus feitiços até nós ou seriam benzimentos? Bem, ele é um mestre da magia musical, então, sejam feitiços ou benzimentos, a verdade é que a paz reinava em nossos corações e reagimos com as palmas no ritmo da música e que final marcante eles nos concederam.

Fantasmas e clássicos

    Bernie Shaw agradeceu pelas palmas e questionou: "Vamos celebrar 5 décadas de Rock!!! Quem aqui conhece o álbum com o espelho na capa?", em uma clara referência ao clássico disco Look At Yourself de 1971 tivemos a fantástica e fantasmagórica Shadows Of Grief, que nunca havia sido exibida nos shows anteriores no Brasil, um fato que imortalizou esta apresentação pela eletricidade única que o quinteto nos proporcionou com sua execução perfeita com a guitarra de Mick Box conversando com os teclados de Phil Lanzon muito bem amparados pelo toques precisos de Davey Rimmer no baixo e de Russel Gilbrook na bateria.

    Porém, o melhor ficou para quando Bernie Shaw soltou seus longos agudos no meio dos solos de teclados de Phil Lanzon, tanto que a música crescia em uma sinergia entre banda e plateia devidamente impactante.

    Definitivamente estávamos no melhor lugar e com a melhor festa que poderíamos imaginar assegurada por Bernie Shaw ( a propósito... ele relembrou disso outra vez ), Mick Box, Phil Lanzon, Davey Rimmer e Russel Gilbrook nesta noite no Tokio Marine Hall, pois, logo após a surpresa de Shadows Of Grief, eles sacaram o sucesso do álbum Sweet Freedom de 1973 com a majestosa Stealin'.

    Nesta soltamos nossas vozes e relembramos de todas as vezes que ouvimos esta música, agora expressando este sentimento nas palmas no ritmo e fomos 'regidos' pelo vocalista dividindo com a banda este momento esplendoroso, que ao escrever esta matéria fecho os olhos e recrio ele em minha mente a sinfonia Heavy Rock perfeita que tivemos. Inteligente, Bernie Shaw deixou-nos participar gritando o título da música seguidamente enquanto que os demais sustentavam a sua melodia.

    Outra vez muito aplaudidos, Bernie Shaw sempre muito comunicativo conversou com a plateia, disse que teriam mais dois shows antes de voltarem para casa e concluiu: "Nós não queremos ir para casa...", demonstrando todo seu carinho pelo público brasileiro e assim anunciou a próxima do set, que foi a pesada e muito envolvente Hurricane do Chaos & Colour, que manteve a voltagem do show em alta comprovando como o último álbum de estúdio do Uriah Heep é também muito bom.

   É bem verdade que após uma sequencia com dois peso pesados como Shadows Of Grief e Stealin', a Hurricane ficou um pouco deslocada, porém, o desfile de clássicos foi retomado com uma música que está no panteão das melhores de todos os tempos e que contou também com Bernie Shaw anunciando o acolhedor mago Mick Box como o seu melhor amigo.

    E este estava com um violão e dedilhou a simplesmente a cintilante The Wizard do esplêndido Demons and Wizards de 1972, que provocou uma troca imensa entre nós e eles, pois cantamos, aplaudimos, viajamos e saboreamos cada verso da música, que teve um breve prolongamento com o vocalista cantando "Show Me The Way..." por algumas vezes resultando em aplausos efusivos. Além disso, Bernie Shaw admirado com nossa participação elogiou todos ao falar: "Você não pode comprar isso. Vocês não têm ideia de como soam daqui de cima".

    O cortês Mick Box, que também demonstrou sua alegria conosco ao falar que a seguinte seria simplesmente a eletrizante Sweet Lorraine, que com seus ares espectrais graças aos teclados de Phil Lanzon interpretando a criação do saudoso Ken Hensley fez nossas mentes serem conduzidas até ao ano de 1972 quando álbum The Magician’s Birthday foi lançado. O pequeno improviso instrumental que eles adicionaram em Sweet Lorraine deixaram-na ainda mais formosa e reagimos participando intensamente cantando outra vez seu título com Bernie Shaw

    Filosofando um pouco, o frontman teorizou sobre a simplicidade do Rock'n'Roll: "Não precisa complicar. Mantenham-se reais e simples. Rótulos? Apenas um bom Rock and Roll"; embora possamos afirmar que o Uriah Heep é Heavy Metal, é Hard Rock, é Rock Progressivo, para eles, a visão é que fazem bom e velho Rock'n'Roll que amamos e executaram a Free'n'Easy do Innocent Victim de 1977, que está mais para um Heavy Metal de base Rock'n'Roll como ficou denunciado em seu ritmo e no peso aplicado principalmente na guitarra de Mick Box ( aliás, que belo modelo preto Carparelli S4 com a cruz de Malta ele utilizou ), que teve também um pequeno e competente solo de bateria - que adoramos - feito por Russel Gilbrook no final ( ele está na banda desde 2007 no lugar do também saudoso mestre Lee Kerslake ).

    Vale dizer que o baterista - provavelmente - homenageou o conterrâneo Nicko McBrain, pois, fez o show inteiro com uma camiseta do Iron Maiden com uma estampa do disco The Number Of The Beast e sabemos que Nicko McBrain aposentou-se do Iron Maiden no dia 06 dezembro de 2024 aqui no Brasil no último show da The Future Past Tour

Happy Birthday Magician

    Bernie Shaw perguntou se havíamos reparado no belíssimo backdrop atrás da banda com o mágico de costas e especialmente no título da turnê, que significa "a despedia do mágico", e enfatizou que embora dê a entender que é uma aposentadoria, isso - em suas palavras: "Não vai acontecer" - será apenas uma aposentadoria das grandes turnês, porém, novas músicas serão gravadas.

    Após este discurso tivemos a emblemática canção The Magician's Birthday, que intitula o quinto álbum e é uma verdadeira celebração à boa música admiravelmente prazerosa de se apreciar e ao vivo é mais ainda com esta atuação impecável do Uriah Heep, que começou com Bernie Shaw cantando com muito feeling seus versos até que sua atmosfera encantadora caiu sobre nós e levando-nos à um outro plano astral com os seus longos solos feitos por Mick Box na sua guitarra devidamente suportado por Russel Gilbrook na bateria e depois por Phil Lanzon nos teclados em um show de luzes verdes, azuis, púrpuras, que basicamente enfeitiçou cada um dos presentes no Tokio Marine Hall, que compartilharam deste momento único em suas vidas, pois, The Magician Birthday não foi tocada tantas vezes assim pela banda nos últimos 25 anos.

    Vendo todos os praticamente incontáveis solos de Mick Box em sua guitarra você entende porque ele merece um lugar ao lado de Tony Iommi, Ritchie Blackmore e Jimmy Page como parte dos criadores do Heavy Metal, sendo que ele é um dos gênios da guitarra Heavy Metal e ainda em atividade. Pouco depois dos solos, Bernie Shaw retornou para cantar os versos finais e até suaves de The Magician's Birthday até o seu encerramento adocicado, que ao seu término, o vocalista salientou: "Parece que ninguém escreve músicas assim mais".

    Sabe caro leitor(a) do Rock On Stage... difícil dizer se ele está 100% correto, pois, se peneirarmos bastante vamos encontrar ainda ótimas bandas com ótimas músicas, mas, composições no mesmo nível altíssimo contido em The Magician's Birthday é bem mais complicado de se encontrar e, enfim, neste ponto de vista... é possível mesmo que ninguém escreva canções assim.

    Depois deste êxtase sonoro que foi a execução de The Magician's Birthday, Mick Box conversou um pouco conosco e disse que a música seguinte do set list foi a primeira canção que compôs há 55 anos, ele referiu-se à sombria Gypsy do …Very ’eavy …Very ’umble de 1970, cujas atuações dele na guitarra e de Phil Lanzon nos teclados foram brilhantes, assim como as de Davey Rimmer e de Russel Gilbrook na atual cozinha do Uriah Heep.

    Phil Lanzon continuou com o foco em seus teclados para a soberba July Morning nos transportar para uma das mais sintomáticas criações do Uriah Heep do disco Look At Yourself, que cantamos com toda a força de nossos pulmões junto a Bernie Shaw, que sentou em uma das caixas de retorno para aproximar mais ainda dos fãs, sendo que estes viajaram nos solos de teclados criados por Ken Hensley e interpretados com eficiência por Phil Lanzon nesta noite em que a magia das músicas, das letras, dos músicos, das melodias dominou o Tokio Marine Hall.

    Nós "cantamos" inclusive os solos de guitarra e de teclados nos tradicionais "ôôôôôôôôôôôôô" desejando que July Morning nunca terminasse e que seu clima belíssimo ecoasse em nossos corações todos os dias ( bem isso acontece, afinal, somos abençoados por conhecer e ouvir sempre o Uriah Heep ), entretanto, esta canção finalizou a primeira parte do set com a banda sendo ovacionada pelos fãs.

Aposentadoria? nem pensar

  O retorno para o palco não demorou nada, pois em poucos segundos após Bernie Shaw nos agradecer gritando "Saooo Paulooooo", Russel Gilbrook já estava de volta em sua bateria e tocou as primeiras notas de Sunrise, que também foi acompanhada pelo "coral" formado por todos nós, que cantamos com o vocalista completamente felizes por receber esta encantada música do The Magician's Birthday.

      Antes de terminarem, Bernie Shaw perguntou: "Vocês se divertiram hoje?" e com o sonoro "Yeaaahhhh" obtido em resposta, complementou: "temos tempo para mais uma música...", e aí do Demons and Wizards pulamos com a deslumbrante Easy Livin', que é um dos grandes hits da carreira do Uriah Heep e que também foi exibida em uma versão de gala, que chacoalhou o Tokio Marine Hall e indubitavelmente David Byron e Gary Train adoraram ver lá do céu findando um dos melhores shows da banda em São Paulo.

    Enquanto eles se despediram Bernie Shaw disse que nós os veremos novamente, o que será excelente, afinal, lembrando de uma frase do personagem Gandalf vivido por Ian McKellen no filme O Senhor dos Anéis - A Sociedade do Anel: "Um mago nunca se atrasa Frodo Bolseiro, nem se adianta, ele chega exatamente quando pretende chegar".

    Ou seja, os magos Uriah Heep só devem parar exatamente quando assim pretenderem, o que ficou claro nestes pouco mais de 90 minutos de uma apresentação perfeita ( que poderiam ser 180, afinal, a discografia da banda é repleta de primorosas e inesquecíveis canções ) pelas falas de Bernie Shaw e pelo sorriso incontido o tempo todo de Mick Box durante o show, a aposentadoria não será logo e uma nova passagem por São Paulo deverá acontecer em um passe de mágica, de modo que estaremos novamente lá para assisti-los.

    Ao seguir o caminho para a saída do Tokio Marine Hall transbordando de satisfação pelo showzão do Uriah Heep, no saguão que antecede a pista da casa tínhamos o Power Trio MofoJam tocando clássicos do Rock como Ace Of Spades do Motörhead e Smoke On The Water do Deep Purple ( entre outras ), que para mim foi uma excelente iniciativa da Top Link Music, que se não precisasse ir embora, seria uma ótima alternativa ficar por lá curtindo o show deles tomando uma cerveja e celebrando o espetáculo do Uriah Heep que havíamos acabado de presenciar.

Texto: Fernando R. R. Júnior
Fotos: Rogério Talarico ( Top Link Music )
Agradecimentos à equipe da Top Link Music ( Thiago Rahal Mauro )
e da Tokio Marine Hall ( Felipe Martinez ) pela atenção, oportunidade e credenciamento
Abril/2025

Set List do Uriah Heep

1 - Grazed by Heaven
2 - Save Me Tonight
3 - Overload
4 - Shadows of Grief
5 - Stealin'
6 - Hurricane
7 - The Wizard
8 - Sweet Lorraine
9 - Free 'n' Easy
10 - The Magician's Birthday
11 - Gypsy
12 - July Morning

Encore:
13 - Sunrise
14 - Easy Livin'

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