Ao chegar no Bar da Montanha e realizar meu rápido credenciamento pude conversar com alguns amigos enquanto - assim como a maioria dos presentes - esperávamos muito ansiosamente pelo horário que o Massacration começaria seu show. E ao me dirigir para a parte que fica localizado o palco pude notar uma certa aglomeração na loja onde eram vendidos os cd´s, DVD's e camisetas do Massacration, que foi causada pela presença de Bruno Sutter tirando fotos com os fãs, que formaram uma fila. Infelizmente, não deu tempo para tirar uma foto com o vocalista, porém, ao passar perto de onde eu estava apertei a sua mão e lhe desejei um ótimo show extraindo um sorriso do cantor.

    Antes que os membros do Massacration assumissem seus lugares, uma figura um tanto que inesperada entra em cena e fala com o público, era o glorioso Joselito, que no DVD Live Metal Espancation ( leia resenha ) também conversou com a plateia. Ele disse: "Que honra estar de volta em Limeira... meu... demais essa cidade.... dos grandes barões da laranja... cidade de grandes imigrantes italianos e que vieram em navios laranjeiros!!!" - hein... como assim!!! - e desta maneira já garantiu os primeiros sorrisos dos fãs.

    Ele informou que está trabalhando há dois anos com o Massacration e tem duas notícias para dar, uma boa e a outra ruim, que segundo ele eram: "A boa é que vai ter show do Massacration e a ruim é que eles vão atrasar quatro horas... é que eles foram numa casa que tem liberação de book rosa... Eu vou ter quatro horinhas para entreter vocês... vai ser bem da hora... fazendo as minhas palestras, meio stand up!!!!" Interagindo bastante com os fãs, surpreendentemente, ele canta uma versão bizarra do hino de Limeira... Enfim... já dava para imaginar que isso não seria adequado para quem esperava um show de Metal com este infame contador de piadas... e outro membro do Massacration chega falando: "o negócio aqui é Rock'n'Roll... é o Massacration... porra..." e assim, ele retira 'gentilmente' o muito falante Joselito do palco empurrando até o backstage.

    Feita a introdução, os solos de guitarras rápidos dominam o Bar da Montanha com a bordoada Metal Is The Law, que abre o álbum Gates Of Metal Fried Chicken Of Death de 2005 e onde vemos o cantor Detonator soltar seus agudos e ser fielmente acompanhado pelos fãs, além de agitar bastante comandando muito bem a plateia. Vestido com uma roupa de couro dourada Detonator ia saudar a plateia quando vê que o guitarrista Red Head Hammet começa a varrer o palco desesperando o vocalista. Estressado, o guitarrista discute com ele e deixa o palco sendo bastante aplaudido. Ainda assim, Detonator precisa continuar o show mesmo com este 'problema' e com sua 'incrível' voz toda fina conversa nos leva aos risos dizendo que este show será uma forma de aprendermos inglês corretamente, que serviu para o anúncio da também veloz Metal Milk Shake, outra do primeiro álbum, que teve apenas Headmaster na guitarra.

    E a 'aula' de inglês prometida por ele naturalmente foi de tão alto nível que não poderemos utilizar em nenhum lugar e o mais impressionante é o tanto que eles agradavam os presentes, que socavam o ar, riam e curtiam o show até que recebemos a presença de um muito ilustre convidado: o Michael Jackson, não o original é claro, mas, com direito ao ritmo de uma das músicas dele. Antes da próxima, Detonator reclama do cheiro da roupa de Headmaster e este lhe fala que não toma banho há algum tempo, sendo esta a deixa para a cadenciada The Mummy e aí... mais um convidado especial adentra ao palco: o Egypcio do Tihuana, que divide os vocais com Detonator. Na hora dos solos, Headmaster conduziu muito bem sua guitarra e no decorrer da música algumas rodas estouram pelo Bar da Montanha. Difícil foi ouvir o refrão de The Mummy ( que faz parte do Good Blood Headbangers de 2009 ) não rir em sua execução e também tenho que relembrar que este Egypcio - que também não era o original - cantar trechos da Tropa de Elite passando o tom de comédia do show.

    Sempre muito falante, Detonator comenta das participações especiais do show do Massacration e conversando no palco com Headmaster até que conduz a 'prosa' para a Cereal Metal ( do Gates Of Metal Fried Chicken Of Death ), que também chega por linhas cadenciadas em grande interpretação do Massacration.

    Em mais uma sessão de piadas, chega a vez de um momento muito dramático desta apresentação, que foi quando Detonator ficou sabendo que enquanto estava em Limeira, sua esposa fez  a 'festa' com o Kid Bengala em São Paulo, conforme lhe foi contado: "sua mulher tá dando pra outro lá em São Paulo e era ele mesmo empalando sua mulher". Triste, o 'pobre vocalista' começou a chorar e berrando bastante, seu amigo sugere que uma música seja tocada neste duro momento e desta forma... ouvimos os dedilhados na guitarra de The Bull ( presente também no Good Blood Headbangers ), que contou com um grande coro dos fãs presentes provavelmente sentindo a situação 'complicada' do vocalista. Claro, que os demais músicos não se importaram tanto, afinal, desgraça alheia é refresco... e assim dispararam uma versão bastante pesada da música em que sua parte mais engraçada é o seu refrão em que todos fazem questão de participar. Incrível é ver a parte final mais lenta com novos choros ( falsos, é claro ) do Detonator em que abrimos mais sorrisos.

     Abalado e sabedor que o show deve continuar, Detonator se recompõe e comenta que a próxima música é sobre um dos maiores pilotos da Fórmula 1, o tri-campeão Nelson Piquet e informa que é a nova música do Massacration nos convocando para cantar com ele, inclusive com direito a um ensaio antes em ele que solta sua voz normal retornando para a voz aguda. E então, Motor Metal, que é esta ótima nova composição da banda foi tocada em Limeira garantindo uma participação bem grande da plateia no ensaiado refrão, aliás, a virada de andamento percebida nos solos de guitarras que eles incluíram na música é o seu maior destaque e ao vivo ficou melhor que no estúdio.

    Aos gritos de 'lindo, tesão, bonito e gostosão!!!', inclusive de homens, Detonator sorri, faz suas poses hilariantes e 'discute com os fãs' provocando mais risos na plateia para começar a contar a incrível história que nos leva para o clássico hit do Gates Of Metal Fried Chicken Of Death com a Let's Ride To The Metal Land ( The Passage Is R$ 1,00 ), que muitos cantaram com eles e atenderam aos chamados dos "hey... hey... hey..." feitos pelo vocalista com aquele ritmo do Roberto Carlos da música Amigo, com direito a uma incursão do 'próprio' no palco e a tradicional distribuição de flores.

    Toda banda que se preza tem uma música com o seu nome e com os nossos heróis não foi diferente, tanto que após o vocalista perguntar qual é a maior banda do mundo e obter como resposta Massacration, a canção que dá nome para eles foi introduzida para a 'catarse coletiva' em um longo e divertido discurso naquela sua voz fina, que foi interrompida apenas quando ele falou de forma normal para finalmente eclodirem os riffs mais fortes desta robusta criação deles, a Massacration ( do álbum Good Blood Headbangers ) em que - obviamente - participamos novamente gritando seu título a cada pedido feito por eles.

    O single lançado em 2016 que marcou a reunião do Massacration e que foi muito pedido por muitos dos fãs presentes no Bar da Montanha foi a canção seguinte do set e tal qual as anteriores foi precedida por um discurso engraçado, aliás, nem precisava prestar atenção no que Detonator dizia, só de olhar na cara dele e ouvir sua voz fina já era motivo para rir bastante. Porém, ao ser anunciada Metal Milf fez o público pular e agitar bastante a cada nota tocada nas guitarras, afinal, o ritmo desta é contagiante e é difícil não cantar sua letra até culminar no refrão surreal, que é nome de um sucesso do Sérgio Reis que todos nós cantamos com o Massacration.

    Não contente, Detonator ainda conversa mais um pouco ainda com os fãs e pede para que posássemos para aquela foto com a banda na frente e nós ao fundo utilizando seu carisma aos gritos de "mais um... mais um....", que não aconteceu encerrando assim o show após aproximadamente uma hora de vinte minutos. Pois é, amigos e amigas do Rock On Stage e que gostam do que acontece em Metal Land... vimos um show com toda a categoria que o Massacration possui em que o Heavy Metal executado pela banda é sempre uma experiência divertida, que vale presenciar, pois, antes de tudo, música é para alegrar uma noite de sexta feira. Manowar que se cuide!!!

Texto e Fotos: Fernando R. R. Júnior
Agradecimentos para Edson Moraes e Cláudia Moraes da Circle Of Infinity Produções
e a Jeancarlo Oliveira da ELF Agency
pela atenção e credenciamento
Setembro/2019