Children Of Bodom - The Halo Of Blood Over South America 2014
Abertura: Deicide
Domingo, 25 de maio de 2014
no Carioca Club em São Paulo/SP

    Duas gerações do Death Metal retornaram ao Brasil neste final de maio e de duas 'escolas' diferentes. Uma é mais atual, o Children Of Bodom, que caminha no Death Metal Melódico e trouxe ao Brasil a The Halo Of Blood Over South America 2014, para a divulgação de seu último álbum de estúdio, o Halo Of Blood, lançado em 2013. A outra é considerada como uma das lendas e dos mestres do Death Metal mundial, pois os americanos do Deicide militam na cena desde 1990 e trouxeram neste show no Carioca Club, as músicas do seu álbum In The Minds Of Evil de 2013, além é claro, dos grandes e esmagadores hit´s da carreira.

    E esta combinação era a garantia sem dó e piedade de uma noite com muita porradaria com muita técnica, habilidade, melodia e agressividade, que fizeram a alegria dos presentes no Carioca Club.

Deicide

    Chegamos ao Carioca Club às 17h20, as pessoas já iam entrando na casa por causa da chuva e em um domingo à tarde, o que está passando no telão do Carioca? O que o brasileiro gosta de ver de domingo? Futebol e era isso que o telão exibia!!! Para passar o tempo visitamos stand com camisetas oficiais do Children Of Bodom, encontramos amigos ou bebemos alguma coisa. 19h em ponto, sobem ao palco os músicos Glen Benton no baixo e vocal, Jack Owen e Kevin Quirion nas guitarras e Steve Asheim na bateria, que compõem atualmente a banda de Death Metal da ensolarada Flórida: o Deicide, que desde 1987 espalha seus trabalhos pesados e rápidos pelo mundo, vindo ao Brasil em 2001 e 2010.

    Eles abrem o set com a Homage For Satan ( do The Stench of Redemption de 2006 ) dramaticamente de costas para nós, o pessoal reage gritando e fazendo uma roda insana, o Carioca não está lotado, mas temos muitas pessoas por aqui, tem uma microfonia de leve nessa primeira música e no telão está escrito o nome da banda. Colocamos muitas câmeras, de todos os tipos a postos, enquanto no meio da pista tem 'porradaria' total.

    Glen Benton anuncia: "Dead By Dawn!", que é do primeiro álbum, o Deicide de 1990 e essa música foi escolhida para fazer parte da trilha sonora do jogo Grand Theft Auto IV: The Lost and Damnedos. Seus riffs de guitarras são incríveis e apesar da música toda trabalhada em um gutural difícil de entender a galera canta junto do início ao fim. Once Upon the Cross ( título do cd de 1995 ) fez o pessoal se destacar cantando no refrão com o vocalista, além de bangueados violentos e punhos ao ar para todo lado. Em resposta, os músicos bangueam de leve em contraste com o caos sonoro que provocam, em alguns momentos Glen Benton leva a voz de um gutural bem profundo para o scream com muita facilidade.

    Sem tempo para delongas, eles mandam a Scars Of The Crucifix ( que intitula o disco de 2004 ), cuja cozinha dessa música é linda e nós todos no 'hey". Nesta hora, o nome da banda que estava no telão desaparece, provavelmente o cabo da tela não aguentou tanto peso e destruição juntos. Durante sua execução pude sentir uns arranjos caóticos e nessas primeiras músicas o som dos instrumentos sai estourado.

    Em uma pequena pausa, a galera comemora e já começa a gritar "Deicide, Deicide!" e o baterista Steve Asheim se levanta da bateria e nos cumprimenta. Glen Benton diz: "Boa noite São Paulo, faz tempo que não nos vemos! E é muito bom estar de volta!". E em seguida, mandam In The Minds Of Evil ( do último álbum In the Minds of Evil de 2013 ) e a música possui um 'que' dê Thrash. Acho que o pessoal faz roda lá atrás, mas de onde eu estou não dá para ver o acontece no meio da pista.

    Os músicos são mais sérios, não andam tanto pelo palco e são bem concentrados nos arranjos que fazem, tanto que deu para reparar que o guitarrista Kevin Quirion está com uma camiseta do Erimha ( banda de Symphonic Black Metal, quem gosta do estilo vale a pena dar uma olhadinha ). E essa técnica recebeu muitos aplausos ao fim e vão pedindo músicas, alguns estão pedindo cerveja... fanfarrões! A próxima é também do último cd, o In The Minds Of Evil, com a Thou Begone, que une peso e velocidade invejáveis, eu vejo uma roda bem brutal e o povo já vai arrancando a blusa de frio durante a música.

    When Satan Rules His World ( do Once Upon The Cross ) foi a seguinte e essa música é um espetáculo... foi muito pedida pelas pessoas a minha volta, uma pena que com ela vem a microfonia do cão! Glen Benton se afasta mais do microfone para dar uma esmerilhada esperta no baixo e o pessoal agita e chegam elas... Das profundezas do inferno: 'As fumaças do mal!' Elas vêm para acabar com as chances de visualizar bem os músicos no palco. Temos mais uma pequena pausa e Glen Benton anuncia Serpents Of The Light ( que intitula o álbum Serpents Of The Light de 1997 ) e em sua execução acertaram as minhas costas algumas vezes! Ufa!! Bem, a galera canta firme o refrão: "Die!!! Serpents Of The Light!" e no que olho para trás noto que quase não há mais câmeras mais na pista.

    Glen Benton diz "Good job!" para nós... e vejo muitas luzes no palco, ao meu redor estampado no rosto dos fãs uma expressão de: 'eles tocam muito'. Não dá pra ficar parado com esses músicos e o calor por aqui vai aumentando. Nesse intervalo, o pessoal vai pedindo mais e mais músicas, também temos aplausos, punhos ao ar, pulos e grunhidos... É temos de tudo! Em retribuição tivemos outra 'fudida', a They Are The Children Of The Underworld gravada no Once Upon The Cross e tome mais roda lá para trás.. ouço de lá alguém que chega dizendo que queria ver apenas o Children Of Bodom, mas está curtindo e cantando muito as músicas do Deicide.

    Agora é vez da cadenciada Conviction ( do To Hell With God de 2011, confira resenha ) e o que os músicos não se mexem no palco... a galera agita na pista por eles, todos gritam muito aqui embaixo. Glen Benton joga uma palheta e a galera enlouquece querendo mais, um mais animado grita: "joga aqui FDP!". Quando acabam, muitas palmas.

    Emendam a cativante ( se podemos chamar assim uma música de Death Metal ) Dead But Dreaming ( do álbum Legion de 1992) e nesta hora fui mais para trás da casa, para ver melhor uma roda intermitente que acontece no meio da pista, noto um super amigo que vai passando e levando os outros para dentro do empurra, empurra. No fundo da pista, a galera fica filmando, conversando e tirando fotos. Logo que acaba, mais pedidos de músicas.

    Glen Benton avisa: "Essa se chama Trifixion" e alguns já estão sem camisa no meio do povo. Essa música do cd Legion possui uma cozinha notável, ponto para o vocalista que arrebenta no baixo e para o baterista Steve Asheim. A galera banguea e eu fico com uma vontade enorme de entrar na roda, na pausa todos gritamos "Deicide, Deicide!". Glen Benton pergunta se queremos mais uma, ou se queremos mais cinco! Já descabelados gritamos: "fâive móre!" Ele pede para fazermos mais barulho. Assim, chega a vez da caótica End The Wrath Of God, também presente no In The Minds Of Evil, meu pescoço já está todo doido e para essa música quase todos da pista entram na roda! Grandes pequenos, meninos e meninas... A vontade de me jogar no meio é enorme. O pessoal do mezanino agita pouco, mas canta muito. Mais uma pausa, para aquela conversa esperta entre os músicos.

    O show segue com outra recente, a Beyond Salvation, que começa junto com nossos 'heys', pois, essa é outra paulada, incrível e como o Steve Asheim consegue fazer essa destruição ao vivo. Muitos gritos, urros e falsetes tanto no palco quanto aqui na pista também. Tivemos um caos ao Carioca a bangues de quebrar o pescoço, eu entendo nada do que ele canta, mas, Glen Benton arrasa no gutural.

    E a próxima é mais destruidora ainda, pois é a Misery Of One, mais uma do In the Minds Of Evil e não ouço o backing vocal, mas é porque a voz de Glen Benton é absoluta, essa é linda também... minha favorita? e então o guitarrista  Kevin Quirion nos cumprimenta. Na intro de Kill The Christian ( do Once Upon The Cross ) temos participação do 'Hulk' na roda ( pense em um cara enorme ) e galera canta junto, bangueia e joga seus punhos ao ar, os músicos começam a se empolgar mais, com direito a Jack Owen apontando sua guitarra para nós.

    Para finalizar o set eles mandam duas furiosas: primeiro a Sacrificial Suicide ( do Deicide ) e a Godkill ( do In The Minds Of Evil ) e os músicos sorriem ( pouco, mas já está valendo ), a roda fica ainda maior, até tomar de assalto toda a pista do Carioca Club e todos a minha volta agitam como se hoje fosse o ultimo dia. Glen Benton agradece sucintamente: "Obrigado e boa noite!".

    Eles nem saíram do palco e a galera pede: "One more song, One more song!" e o guitarrista Kevin Quirion arranca o setlist do chão para entregar para as pessoas, já Glen Benton vem até a ponta para entregar palhetas e cumprimentar os que estão mais perto do palco, todos batemos palmas, eles fazem pose para foto conosco,  Steve Asheim vem até a frente nos cumprimentar também enquanto as cortinas se fecham. O show acaba às 20h com o povo gritando "olê, olê, olê, Deicide, Deicide!", contentes pelo que haviam assistido.

Set List do Deicide

1 - Homage For Satan
2 - Dead By Dawn
3 - Once Upon The Cross
4 - Scars Of The Crucifix
5 - In The Minds Of Evil
6 - Thou Begone
7 - When Satan Rules His World
8 - Serpents Of The Light
9 - They Are The Children Of The Underworld
10 - Behind The Light Thou Shall Rise
11 - Conviction
12 - Dead But Dreaming
13 - Trifixion
14 - End The Wrath Of God
15 - Beyond Salvation
16 - Misery Of One
17 - Kill The Christian
18 - Sacrificial Suicide
19 - Godkill

Children Of Bodom

    Children Of Bodom é uma banda finlandesa de Melodic Death Metal, na estrada desde 1993, com grandes influências de música clássica em suas composições, já tocaram muitas vezes no país, pois estiveram por aqui em 2001, 2004, 2009 ( confira como foi ) e 2011. Os músicos Henkka Seppälä no baixo, Jaska Raatikainen na bateria, Roope Latvala na guitarra, Janne Wirman nos teclados e o líder Alexi Laiho nos vocais e guitarra são mais novos e vistosos se comparados ao Deicide.

    Demorou pouco mais de 1h para começar a intro They're Coming To Take Me Away do cantor Napoleon XIV e a galera mal contem a animação, quando finalmente começam os primeiros riffs de Sixpounder do álbum Hate Crew Deathroll de 2003 e seus fãs são também bem mais novos que os do Deicide. Reparei que também aumentaram o número de pessoas por aqui, mas o que eu mais gostei dessa noite, é quando a galera grita o nome da banda o que se escuta é 'Bódão!', No telão a sigla COBHC. O povo canta muito, da pista ao mezanino, os músicos já começam na pressão, com Alexi Laiho cheio de pose e mostrando a língua - é estou gostando cada vez mais desses caras, pois todos são bem animados palco.

    A próxima é a animada Living Dead Beat, do cd Are You Dead Yet? de 2005, que começa junto com as nossas palmas, temos pulos e punhos ao ar, cantamos junto com o Alexi Laiho e suas poses 'estilosas', nossa voz cobre a dele no refrão, o pedestal do teclado de Janne Wirman é tão inclinado para frente, que ele toca o teclado quase como se fosse uma guitarra ou baixo, e o guitarrista Roope Latvala vem até a ponta do palco para tocar bem perto do povo. O único adorno do palco é uma bandeira do Brasil e após esta segunda música do set Alexi Laiho grita: "Vamos São Paulo! Holy fucking shit! Eu vejo vocês e wow São Paulo! como vocês estão essa noite? Faz tempo que nos vemos.e estamos felizes por voltar! Obrigado por virem!".

    Janne Wirman faz uma pequena introdução nos teclados enquanto o Alexi Laiho comenta: "Well...Well parece que vocês estão se divertindo, vamos bater palmas para Jaska Raatikainen!". ( É... todos tem nomes legais ), desta forma o baterista começa a Bodom Beach Terror ( do Hate Crew Deathroll ) com muita gente cantando essa inteirinha, os músicos bangueam bastante, esses riffs de guitarra empolgam o público. Roope Latvala e o baixista Henkka Seppälä se movimentam bastante pelo palco, enquanto Janne Wirman está numa 'nice' tomando uma água e observando paisagem, só esperando o momento de assumir seu posto. Alexi Laiho avisa: "eu quero ver os seus punhos ao ar!" E ainda cheio das habilidades, faz sua guitarra girar 360º por ele, ao final voltamos a gritar: "bódão, bódão!" e também pedimos mais músicas.

    Alexi Laiho, 'manolo', manda um beijo para o céu e começa o caos da poderosa Halo Of Blood ( título do cd Halo Of Blood de 2013 ) e é hora de vazar daqui, inclusive, também vejo alguns guardar as suas câmeras. Alexi Laiho agradece ao som de nossas palmas e sem descanso, eles mandam a cadenciada Scream For Silence ( outra do Halo Of Blood ), que começa com os nossos pulos, ele joga uma 'palhetinha ninja' para nós, joga tão rápido que mal posso ver seus movimentos! Essa o pessoal curte de boa, é uma boa hora para trocar ideias entre os membros Jaska Raatikainen e Henkka Seppälä da cozinha da banda, que ao final são ovacionados juntos com os demais pela galera. Alexi Laiho agradece: "Obrigado! São Paulo, vocês estão se divertindo? E aí eu não estou ouvindo vocês!" Então gritamos mais alto ainda e ele responde: "Good Job!".

    Pausa para aquela cervejinha dos músicos, o vocalista continua: "eu tenho que perguntar para vocês, eu quero ver o mais louco pit e vocês podem fazer isso pra mim amigos?". E para inflamar a galera eles emendam a raivosa Hate Crew Deathroll ( título do cd Hate Crew Deathroll ) e completamos o nome da música junto com ele, também fazemos a tão pedida roda com todos da pista e sim, eu fiquei uns segundinhos nela. O baixista Henkka Seppälä vem até a pontinha do palco cantar o refrão com a gente e o vocalista agradece: "Muito obrigado, São Paulo vocês são demais, eu vou perguntar quantos de vocês gostariam de escutar as mais antigas? Vamos voltar para 1997 e isso quer dizer Lake Bodom!". Então, eles tocaram do primeiro álbum Something Wild de 1997, cujas letras desse álbum e o nome da banda são inspirados no caso de assassinato no Lago Bodom, na cidade natal da banda. Começamos nos pulos e 'heys' e volta a roda, e mais rodas com mais solos, Alexi Laiho pede palmas, nós atendemos seu pedido e fazemos coro no refrão.

   Em seguida, Alexi Laiho sorri e chama a próxima música, que foi a Follow The Reaper ( título do cd Follow The Reaper de 2000 ) com o empolgado guitarrista Roope Latvala canta com a gente até seu último verso, enquanto faz caras e bocas para o público, o pessoal no meio insiste nas rodas e é impossível não gostar dessa música, pois, a empolgação dos músicos e da plateia é contagiante, mas em meio a tudo isso está ele... O inabalável Janne Wirman e seu jeito 'sussa' e intenso de tocar seus teclados em meio os riffs destruidores de guitarras e bateria rápida.

    Na intro de Dead Man's Hand On You, outra do Halo Of Blood, os guitarristas aproveitam para trocar de guitarra, beber uma água ou só para ajeitar o cabelinho, e essa música, mesmo sendo relativamente mais nova que as dos outros álbuns, é cantada apaixonadamente pelos fãs da pista, enquanto que os músicos andam bastante pelo palco, fazendo pose e solinhos para nós. Sem delongas, emendam a ótima Are You Dead Yet? ( título do álbum Are You Dead Yet? ) e começa o empurra, empurra do meu lado, mas logo acaba, porque o povo quer mesmo é cantar junto com os músicos, do mezanino a pista todos só querem cantar, eu mal ouço o Alexi Laiho, pois, as pessoas encantadas batem mais palmas e ganhamos mais palhetas... e adivinha... Gritamos mais "bódão, bódão!".

    À minha volta, começam as apostas de qual será música que eles vão tocar ou com qual vão fechar o set, só falta passar aquele carinha com grana na mão perguntando: 'façam suas apostas! façam suas apostas!' De tanta gente dando palpites. Alexi Laiho pergunta: "vocês estão cansados?"...( Bem sinceramente eu estava, mas com a animação de todos os presentes no Carioca Club, não há cansaço que resista ) e ele continua: "Eu sei de algo que vocês gostam... de álcool!", desta maneira ele anunciou a Blooddrunk ( título do cd Blooddrunk de 2008 ) com Alexi Laiho - o flexível - se inclinando e tocando até colocar os joelhos no chão. O povo canta todas as letras e os arranjos dessa música são lindos. Alexi Laiho fazendo pose de 'modelete' pede: "Scream for me!" e o vocalista também fala bastante palavrões, deve ser para expressar sua alegria nesta noite.

  A próxima é a melancólica Angels Don't Kill ( também do Hate Crew Deathroll ), quando Janne Wirman assume os teclados, a galera enlouquece no 'hey' com muitos no air guitar, bangueando, cantando ou ainda, no facebook do celular ( é ... sempre tem alguém). Alexi Laiho vai até Janne Wirman e juntos cantam 'oooh' durante a parte instrumental, nós devidamente animados acompanhamos os dois, mas como sempre, aparece um cara enorme na minha frente e tenho que abandonar este posto de observação.

    Quando acaba a música, temos palmas, gritos e o clássico "bódão, bódão!" e Alexi Laiho cada vez mais animado, pergunta: "E vocês querem ouvir mais? Bom meus amigos, vamos ver o que temos para vocês"... ( pausa de suspense )... do álbum Hatebreeder ( de 1999 ), outra pausa, para aumentar a ansiedade dos apostadores de música, finalmente percebo que começam a tocar a Towards Dead End. E a reação do pessoal é de vibrar com a escolha, pois,agitamos muito, Janne Wirman faz gestos para cantarmos mais alto e nos acompanha no 'hey'. Um cara do meu lado faz um 'air orquestra', ( imita um maestro sem a batuta ) e o tecladista satisfeito com nossa atuação abre uma cerveja, todos os músicos exibem sorrisos no palco, enquanto Alexi Laiho quer ver nossas palmas; os outros músicos vão conversar com Janne Wirman. Agora o cara do 'air orquestra' faz o 'air dj'... É...eu só acho que alguém está no show errado!

   
A espetacular Hate Me! ( outra do Follow The Reaper ) é gritada em todos os seus minutos e os amigos também gritam uns nos ouvidos dos outros para poder conversar enquanto que o resto da pista fica nos 'heys'. Nesse momento, Alexi Laiho joga palhetas da morte e mais de 10 pessoas se abaixam atrás dela, impressionado com a nossa disposição ele diz: "Obrigado são Paulo! Oh my god! É muito bom estar de volta, nós viajamos muito para estar aqui, porque vocês são fucking rock! palmas para vocês!" Roope Latvala, brincando, começa uma música que não é aprovada por Alexi Laiho, que avisa: "vamos tocar a última!", que faz as pessoas reclamarem: 'Poxa bódão!'.

    Mas ele continua: "Quero palmas para Janne" ( também acho que ele merece! É muito maneiro ) e gritamos: "Janneeee! vamos lá! Toca algo legal para esses brasileiros loucos!" E o tecladista começa com as primeiras notas de Downfall ( do Hatebreeder ) junto com nossas palmas e vi amigos se abraçarem... e isso que nem começou a música ainda, mas quando começa já vem com roda - olha eu só acho que é a banda que eu mais vi jogar palhetas para o público.. - o baixista Henkka Seppälä é só sorrisos e pede 'horns up'. Enquanto isso, Alexis Lainho vai novamente até Janne Wirman, faz gestos para a gente acompanha-lo e o baterista Jaska Raatikainen não se contém levanta da bateria e pede palmas também. Ao final, Alexi  Laiho diz: "São Paulo obrigado! Nos vemos novamente!" E todos os músicos saem do palco e só fica um barulho como se fosse uma tempestade. Voltamos a gritar "bódão, bódão!".

    Mas em 10 minutos eles voltam e querendo muito barulho, desta forma recebemos os riffs de In Your Face ( mais uma do Are You Dead Yet? ) a galera pula, grita, xinga, faz roda cantando, Alexi Laiho mostra língua para nós e grita: "C’mon! Sing for me são Paulooo!" com direito a pista e mezanino enlouquecidos bangueando como se não houvesse amanhã. Os músicos também aproveitam para agitar como nunca, mas a música chega ao fim e Alexi Laiho nos carinhosamente nos agradece: "Thank you São Paulo! Obrigado! You are amazing!". E dá-lhe jogar mais palhetas e 'baquetas da morte' com o show terminando às 22h40, ao som de Fight For Your Right da banda The Beastie Boys ( e esta música é do primeiro álbum dos caras Licensed To Ill de 1986 ), que cantamos também, pois ainda tínhamos a esperança que eles retornassem para mais um bis e demoramos um pouco para sair da frente do palco.

    Uma noite bem interessante com bandas do mesmo estilo, mas com atitudes e públicos diferenciados, quem ficou e assistiu os dois shows teve a oportunidade ver duas bandas técnicas e espetaculares; o público deu um show à parte, seja cantando, fazendo roda ou agitando freneticamente. Se precisar resumir essa noite chuvosa em uma palavra seria: Sensacional!.

Texto: Érika Alves de Almeida
Fotos: Érika Beganskas
Agradecimentos à Heloísa Vidal e a Free Pass Entretenimento
 pela atenção e credenciamento
Setembro/2014

Setlist do Children Of Bodom

1 - Sixpounder
2 - Living Dead Beat
3 - Bodom Beach Terror
4 - Halo Of Blood
5 - Scream For Silence
6 - Hate Crew Deathroll
7 - Lake Bodom
8 - Follow The Reaper
9 - DeadMan's Hand on You
10 - Are You DeadYet?
11 - Blooddrunk
12 - Angels Don't Kill
13 - Towards Dead End
14 - Hate Me!
15 - Downfall
Encore:
16 - In Your Face

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do Children Of Bodom e do Deicide no Carioca Club em São Paulo/SP

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