The Dark Element - Songs The Night Sings
11 Faixas - Shinigami Records/Frontiers Records - 2020

    Ela, Anette Olzon, a sueca que ficou mundialmente conhecida como vocalista do Nightwish, que entre 2007 a 2011 excursionou com a banda, teve a missão de substituir nada menos que a incrível Tarja Turunen e gravou com os finlandeses os bem sucedidos discos Dark Passion Play de 2007 ( leia resenha ) e Imaginaerum de 2011.

    Ele, Jani Liimatainen, o finlandês que durante 1996 a 2007 foi o guitarrista da expressiva banda de Power Metal Sonata Arctica e lançou com eles os discos Ecliptica de 1999, Silence de 2001, Winterheart's Guild de 2003, Reckoning Night de 2004 e Unia de 2007, além de alguns EP's e os discos ao vivo Songs Of Silence - Live In Tokyo de 2002 e o For The Sake Of Revenge de 2006. Além disso, ele integra ao lado do vocalista Timo Kotipelto ( Stratovarius ) o Cain's Offering com quem gravou Gather The Fatithful de 2009 e o Stormcrow de 2015.

    Estes dois citados juntos a Jonas Kuhlberg no baixo e Rolf Pive ( Stratovarius ) na bateria são o line up atual da banda conhecida com The Dark Element, que teve origem em 2016 quando a gravadora Frontiers Records ofereceu ao guitarrista um contrato para um novo álbum e que seria com uma vocalista, que para o espanto dele foi a citada sueca. O primeiro registro autointitulado veio à tona em 2017 e em 2019 foi lançado este Songs The Night Sings, que continua exatamente onde o primeiro cd parou.

    A produção é de Jani Liimatainen e o álbum foi gravado nos seguintes estúdios: Alyson Avenue Studio na Suécia por Niclas Olsson, onde foram registrados os vocais de Anette Olzon; Sonic Pump Studios na Finlândia com Miiro Varjus capturando a bateria de Rolf Pive; Luna Park Studios com Joona Hokkanen na Finlândia onde foi registrado o piano; Yk Studio na Finlândia, onde foi capturado o baixo de Jonas Kuhlberge.

    Os processos de mixagem e masterização foram executados pelo mestre Jacob Hansen e foram aconteceram no seu Hansen Studios. Para a capa foi escolhido um desenho de Olli-Pekka Lappalainen que exibe um coração cheio de pregos e com chamas saindo dele. Desta forma, vamos às músicas deste disco que foi lançado lá fora pela Frontiers Records de Serafino Perugino e que no Brasil saiu pela Shinigami Records neste ano de 2020.

     A canção de abertura é Not Your Monster com seus aspectos épicos e Melódicos, que trazem os saborosos vocais de Anette Olzon e em seu decorrer caminha por linhas instrumentais que expressam um bom crescente de média velocidade com a devida robustez, que em um apanhado geral vai seduzir o ouvinte. A faixa título do álbum, a Songs The Night Sings já é a segunda e enfatiza seu lado Symphonic Metal com um início instrumental tão cativante quanto os vocais de Anette Olzon durante os seus versos, que obviamente contam com um esbelto solo de guitarra feito por Jani Liimatainen antes do refrão ser repetido pela última vez nesta ótima composição, onde seu estilo lembra os tempos de Nightwish da vocalista, porém, mais suave do que sua participação por lá.     

    Sem modificar muito seu formato, porém, com mais peso e um padrão cadenciado When It All Comes Down culmina em vocais emocionados e que somados às linhas instrumentais com suas partes sinfônicas, principalmente de teclados, resultarão em uma canção bastante agradável. E vale também citar o criativo solo de guitarra feito por Jani Liimatainen.    

    Na animada Silence Between The Words sente-se a dedicação, a entrega e a leveza dos vocais de Anette Olzon em um ritmo interessante, que resultam em uma ótima composição de discretos riffs de guitarra e teclados apenas para apoiar o encanto produzido na atuação da vocalista, cujo refrão ficará cravado na memória. Para Pills On My Pillow percebe-se uma atmosfera que se aproxima do Pop e também uma elevação gradativa de seu andamento exibindo influências atuais, onde seu refrão é propositalmente destinado a fixar em sua cabeça.

    A sexta de Songs The Night Sings é a dramática e formosa balada sinfônica To What Ever End em que Anette Olzon nos envolve com sua bela voz, enquanto o piano tocado pelo convidado Jarkko Lahti faz sua parte para nos conquistar de vez na melhor composição do cd até aqui. E aqui você poderá perceber como a vocalista é versátil e pode exibir todo o seu potencial. Com a velocidade do Power Metal aparecendo um pouco mais, The Pallbeares Walks Alone também é possuidora de ares mais Pop e um bom ritmo instrumental, que contemplam os excelentes solos de Jani Liimatainen em sua guitarra e obviamente, toda a sutileza dos vocais de Anette Olzon, que nos traz versos como: "Um dia nenhuma criança ficará para trás / Um dia nenhum menino irá marchar para a guerra / Um dia nenhum velho morrerá sozinho / Mas esse dia não é hoje."

      Na oitava temos Get Out Of My Head em que novamente o desempenho de Anette Olzon é o maior destaque da música, pois, seu ritmo com as programações de orientações Pop feitas por Jani Liimatainen mesmo contrastando com momentos pesados de breves solos de guitarras não chegam a empolgar tanto. Em If I Had a Heart, eles enviam uma consistente composição que te prende pela emblemática voz de Anette Olzon, porém, seria melhor se a música fosse mais direcionada ao Heavy Metal e não tanto ao Pop, ou seja, Jani Liimatainen deveria ter deixado seus solos de guitarra em evidência, pois, do jeito que está ficou 'açucarada' demais.

    A encorpada You Will Learn tem seus bons momentos, entretanto, soaria melhor se ambos deixassem o Heavy Metal ser liberado em detrimento de sua linhagem Pop, onde a vocalista é quem garante o aroma delicioso da composição e Jari Liimatainen até aplicou alguns ótimos solos, que na minha visão deveriam serem longos e melódicos, bem Power Metal. No encerramento deste Songs The Night Sings, a dupla nos leva a um ambiente soturno - 'a la' Anos 30 - em um cabaré esfumaçado com a viajante I Have To Go, onde Anette Olzon canta com muito carisma e ternura ( mas, também com um toque sombrio escondido ), que junto ao convidado Jarkko Lahti tocando seu piano lhe garante esta sensação.

    Por conta das bandas que Anette Olzon e Jani Liimatainen já passaram e os álbuns que gravaram com elas, a expectativa que se tem com este Songs The Night Sings é que o disco fosse nos moldes do que fizeram outrora e justamente, isso não é o que vai acontecer aqui. Eles optaram por canções que se assemelham à trilha sonora de filmes com um pé no Symphonic Metal e um mergulho evidenciado no Pop.

    Não que seja ruim, porém, longe do que se pensa ao ler os nomes envolvidos, e aí deixo a reflexão de Jani Liimatainen sobre este segundo álbum do The Dark Element para você após ouvi-lo ver se concorda com ele ou não: "Eu acho que o álbum é muito pesado, mas ainda é muito melódico e, desta vez, estamos explorando novos territórios musicais, coisa que não fizemos no álbum anterior. Agora que Anette e eu já temos um álbum juntos, nós descobrimos o estilo que queremos seguir e também aprendemos a maneira ideal de trabalhar juntos. Por tudo isso, estou confiante em afirmar que no novo álbum, você ouvirá ainda mais do que tornou o primeiro álbum tão bom, só que ainda maior, melhor e mais ousado!"

    Minha opinião... quer ouvir Anette Olzon em um dos melhores momentos de sua carreira cantando músicas de cunho não tão pesadas, mas de ótimas letras, bastante melodiosas e com ares Pop, junto à um excelente guitarrista chamado Jani Liimatainen, então coloque este Songs The Nights Sings para rodar e não fique pensando no que eles fizeram no passado.
Nota: 8,0.

Por Fernando R. R. Júnior
Dezembro/2020

Facebook: https://www.facebook.com/TheDarkElement.    
Instagram: https://www.instagram.com/thedarkelementofficial.   
Twitter: https://twitter.com/anetteolzon.  

 

Voltar para Resenhas