Metal Church - Classic Live
11 Faixas - Shinigami Records - 2017

    A longeva banda de Heavy Metal da cidade de Aberdeen ( estado de Washington ), que em 2015 anunciou o retorno de Mike Howe aos vocais após vinte anos ausente e no ano seguinte lançou o álbum XI, o décimo primeiro da carreira ( leia resenha ), que serviu de base para a turnê com shows em grandes festivais europeus, tais como Wacken Open Air, Dynamo Metal e Rock Hard, além de um giro pelo Estados Unidos ao lado de Megadeth, Amon Amarth e Suicidal Tendencies. Como fruto desta sequencia de apresentações, os norte-americanos disponibilizaram um álbum ao vivo repleto de clássicos da fase em que Mike Howe começou na banda e também músicas mais recentes do álbum XI com o apropriado nome de Classic Live.

    O líder, produtor e guitarrista Kurdt Vanderhoof comentou a importância deste Classic Live para a carreira do Metal Church: "este álbum não só comemora a volta de Mike à banda, senão que também homenageia algumas das músicas mais populares dessa época. É muito legal ver tantos fãs antigos e novos fãs de todas as idades que adoram esses clássicos quando os tocamos ao vivo, então fazia muito sentido lança-los [nesse formato]". E Mike Howe complementa: "É uma honra estar de volta e me deixa muito feliz ver que, quase três décadas depois, os fãs ainda gostam dessas músicas!"

    Além dos dois citados, os demais integrantes do Metal Church são os músicos Steve Unger no baixo, Jeff Plate na bateria e Rick Van Zandt na guitarra. Kurdt Vanderhoof assina também a mixagem e a masterização de Classic Live. Já a capa exibe uma mão com uma gosma se soltando, uma alusão a agitação que o som do Metal Church provoca antes de colocar o cd para rodar, que podemos também se divertir consideravelmente olhando o encarte, que é dotado de excelentes fotos dos shows da turnê que originou este Classic Live.

    A primeira é a Beyond The Black do primeiro álbum da banda de 1984, que aparece entre aos gritos de "Metal Church... Metal Church..." e sua inflamável melodia chega firme, pesada e com um ritmo cadenciado nos riffs de guitarras feitos por Kurdt Vanderhoof e Rick Van Zandt, que liberam Mike Howe para soltar sua poderosa voz. Se ligue também nas variações de andamento que o Metal Church aplica no decorrer da música. Depois eles seguem esmagando com a robusta Date With Poverty, que foi registrada no The Human Factor de 1991, onde a força das guitarras só não são maiores que os toques do baterista Jeff Plate e que a impressionante voz de Mike Howe, sendo que ele canta com furiosamente. A forma que o Metal Church conduz esta segunda canção é deveras contagiante e certamente, a plateia empolgou consideravelmente.

    Em Gods Of a Second Chance ( a primeira do Hanging In The Balance de 1993 ), o quinteto apresenta uma exuberante evolução instrumental com o baixista Steve Unger sustentando o ritmo em uma interação com os fãs antes de Mike Howe começar a cantar e com as guitarras de Kurdt Vanderhoof e Rick Van Zandt serem soladas nesta música em que a melodia, a potência e uma certa dose de fúria nos vocais caminham juntos inflacionando o prazer em ouví-la e provocando a vontade mandar os punhos ao alto em sua execução.

    Com a plateia fervendo e com o carismático vocalista salientando sua importância ao cantar os versos de Gods Of a Second Chance ganha um prolongamento e logo em seguida, o animado vocalista pede para que os fãs ergam as mãos para saudarem o 'Metalzão' presente em In Mourning ( do Human Factor ), que cativa com sua adrenalina instantaneamente por conta do seu ritmo fortificado e cadeciando, que é vocalizado com primor por Mike Howe. E para quem gosta, os solos de guitarras da entrosada dupla do Metal Church estão eletrizantes, confira.

    A empolgante e uma das melhores da carreira da banda Watch The Children Play do clássico The Dark de 1986 entra mais melódica e emocionante nos vocais de Mike Howe, que ao seu decorrer sentimos o aumento dos solos de guitarras e do peso do baixo e da bateria, que se tornam mais emblemáticos e um dos melhores momentos do cd em que você cantará com o Metal Church ( ou ao menos tentará ). A sonzeira prossegue neste lendário álbum com Start The Fire dos anos 80 com uma pegada calorosa através de seus solos de guitarras e seus vocais, que aparecem em um formato que ao ouvir esta canção, a ideia que vem é de socar o ar e sacudir o pescoço por conta da energia que é liberada pelos norte-americanos.

    Novamente com os toques do baixista Steve Unger chamando a atenção para ele para que em poucos instantes depois, o peso das guitarras e da bateria chegam para tomarem conta do ambiente, onde é disparado a vibrante No Friend Of Mine do Hanging In The Balance, que além de seu andamento puramente Heavy Metal e de seus solos marcantes, Mike Howe solta agudos incríveis, que fazem a diferença e me levam a credenciar esta faixa como outro ponto forte de Classic Live.

    Jeff Plate dita o ritmo em sua bateria e é acompanhado pelo baixista Steve Unger para que o Heavy Metal contido em Badlands ( gravada para o álbum Blessing In Disguise de 1989 ) ecloda de forma mais melódica, sendo que Mike Howe cante seus versos com um estilo impactante a cada trecho, que inclusive dá para se imaginar no show aplaudindo de acordo com o andamento da música, cujos solos de guitarras são sensacionais.

    A última ao vivo é a The Human Factor, que aparece interligada com a anterior através de seus contínuos solos de guitarras, que deixam as chamas deste inexorável Heavy Metal do Metal Church explodindo em nossas mentes, pois, percebe-se claramente a entrega dos músicos para cravar com esta música que intitula o quarto disco da banda a certeza de que estamos ouvindo o resultado de um grande show, que encerra aos satisfeitos gritos de "Metal Church... Metal Church..." repetidamente.

    Como bônus temos duas canções, sendo a primeira um dueto com Todd La Torre do Queensrÿche em Fake Healer, outra das antigas, que foi registrada primariamente no Blessing In Disguise e tem esta nova versão teve os seguintes comentários feitos por Mike Howe:"A ideia veio do Joe, o dono da nossa gravadora Rat Pak Records. Foi ideia dele gravar um dueto dela com Todd. É uma versão incrível e tenho certeza que os fãs ficarão muito surpresos com o quão bom ele soa!".

    E dois grandes vocalistas juntos em uma grande canção com esta, só poderia resultar em uma excelente surpresa, que te conquistará imediatamente, conforme praticamente atesta Todd La Torre sobre sua participação: "Tenho sido um fã de Metal Church desde a minha adolescência, nunca teria imaginado que o grande Mike Howe voltaria à banda! Ter a oportunidade de gravar um dueto com ele na faixa 'Fake Healer' foi muito mais que incrível!" e eu aqui modestamente complemento: é para ouvir, agitar e cantar junto com eles este intenso Heavy Metal. O segundo bônus é uma versão de estúdio de Badlands, que ficou tão cheia de voltagem quanto sua contraparte ao vivo, sendo que é ouvir e saborear mais uma vez o enorme potencial do Metal Church, que novamente capricha nos solos de guitarras.

    Classic Live é o segundo álbum ao vivo dos norte americanos, que se deram ao luxo de não executar nenhuma música de seu último de estúdio, só as clássicas mesmo e é também um importante registro na carreira do Metal Church, que entra para a história do Heavy Metal pelo tamanho da garra exibida pelos músicos no palco e pela sinergia entre eles, que aumentam o prazer de se ouvir o cd como também a vontade de ver a banda ao vivo com esta formação por aqui. Enquanto isto não acontece, hora de ouvir outra vez este grande lançamento da Shinigami Records no país.
Nota: 10,0.

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Por Fernando R. R. Júnior
Maio/2018

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