Kataklysm - Unconquered
9 Faixas - Shinigami Records/Nuclear Blast - 2020

    Os canadenses do Kataklysm, que são praticantes do Death Metal Melódico estão nestes últimos anos vivendo uma excelente fase altamente criativa e para confirmar esta minha visão sobre a banda, basta apenas conferir os seus dois últimos álbuns de estúdio, o Of Ghosts And Gods de 2015 ( leia resenha ) e o Meditations de 2018 ( confira sua resenha ), que trouxeram muitas faixas devidamente destruidoras e bem feitas. Seguindo esta linha no ano de 2020, Maurizio Iacono nos vocais, Jean-François Dagenais na guitarra, Stephane Barbe no baixo e Oli Beadoin na bateria disponibilizaram Unconquered, que é o seu décimo quarto álbum de estúdio, que nos expõe a nove estraçalhantes petardos musicais.

    Aliás sobre o título do cd, o vocalista Maurizio Iacono disse: "Com tudo o que está acontecendo no mundo, não poderíamos ter escolhido um título melhor". E prossegue em seu raciocínio: "Este álbum é um renascimento da agressividade para o Kataklysm. Ninguém planejou que isso acontecesse da maneira que aconteceu, mas o nome desse álbum faz todo sentido agora. É um álbum agressivo, porém, é uma agressão positiva".

    Nos temas de Unconquered, o quarteto trata sobre lutar e superar as adversidades impostas para depois saborear sua vitória, entretanto, para Maurizio Iacono o conceito de Unconquered é mais abrangente e ele refletiu: "Este é um álbum muito pessoal para mim, do lado lírico das coisas, em termos dos acontecimentos recentes da minha vida. Normalmente, eu falo sobre assuntos mais amplos com os quais todos podem se relacionar, mas neste [os temas] são mais pessoais. [...] Se você acompanha o Kataklysm há muito tempo, não há uma música que não possa ser considerada nossa, você tem todas as nossas características neste álbum, mas também há uma modernização do som, a modernização da ética de trabalho".

    Unconquered foi gravado no JFD Studio em Dallas no estado do Texas nos Estados Unidos por Jean-François Dagenais sendo somente a bateria registrada no Pirate Studio em Quebec no Canadá por Oli Beadoin e Chris Donaldson. A mixagem é de Colin Richardson e Chris Clancy e feita no Backstage Studio em Derbyshire na Inglaterra enquanto que a masterização é do citado Chris Clancy. Na capa temos um ser maligno arrancando seu coração e ressurgindo de uma montanha de caveiras, que foi desenhada por Black Armstrong.

    Aos dedilhados de guitarra e repiques na bateria The Killshot abre o cd trazendo o esmagador Death Metal urrado até o talo do Kataklysm, que está ainda mais pesado exatamente porque Jean-François Dagenais decidiu usar uma guitarra de sete cordas e ampliando desta maneira a diversidade de seus riffs e de seu peso. Depois da densa pedrada inicial, os canadenses disparam a veloz e agressiva Cut Me Down, onde Maurizio Iacono recebe a participação de Tuomas Saukkonen da banda finlandesa Wolfheart para dividir os vocais com ele e assim elevarem consideravelmente a violência que está contida na canção, que conta com uma base instrumental intensa e aniquiladora. A terceira é Underneath The Scars e é uma composição possuidora de um andamento ótimo para 'banguear', socar o ar e abrir uma roda entre seus insanos urros pronunciados por Maurizio Iacono, justamente quando os demais concedem linhas para colocar a casa abaixo. Confirme esta minha afirmação sentindo Oli Beaudoin esmagar seu kit de bateria.

    Na seguinte de Unconquered, que é a Focused To Destroy You temos um Death Metal visceral, direto e cru flertando com o Thrash Metal em alguns momentos enaltecendo a pegada técnica e sempre robusta da trinca formada por baixo, bateria e guitarra de Stephane Barbe, Oli Beadoin e Jean-François Dagenais, respectivamente, que liberam Maurizio Iacono para berrar seus versos impiedosamente.

     A cadenciada The Way Back Home até ajuda que o ouvinte possa respirar um pouco depois da frenética paulada anterior, mas, felizmente isso dura até que os urros de Maurizio Iacono reapareçam, porque daí para diante meu caro leitor(a) do Rock On Stage é bordoada certeira e matadora em cada um de seus minutos fazendo você desejar socar o ar e sacudir o pescoço sem pensar em amanhã até porque a banda não mediu esforços para deixar o peso desta composição simplesmente avassalador. Stitches é a sexta de Unconquered e a faixa é devidamente brutal, seja em seus vocais ou na sua linhagem instrumental, que é responsável por promover um nível de cólera gigantesco martelando sua mente até o seu final.

    Para Defiant, o Kataklysm apresenta um Death Metal dilacerador, que claramente teve a intenção de ser o mais extremo dentre todos neste cd produzindo um clima apocalíptico, que não deixará sobreviventes. Para certificar desta propósito, vide o tamanho dos urros do vocalista Maurizio Iacono ao berrar seus versos ou mesmo o massacre feito por Oli Beaudoin em sua bateria. Aliás, o que ouvimos na anterior foi tão demolidor, que Icarus Falling começa melódica e com belos dedilhados para você ter uns instantes para recuperar o fôlego, mas, com o Kataklysm em ação isto dura pouco, porque em seguida a aspereza desta oitava canção entra em cena e finca suas garras em sua mente te forçando a uma sessão de 'headbanging' através de seu ritmo fortemente cadenciado repleto de vocais enraivecidos. Finalizando Unconquered, eles nos mostram When It's Over, composição em que notam-se os toques opacos feitos pelo baixista Stephane Barbe para que Maurizio Iacono libere seus urros bastante rudes em um andamento cadenciado e de um estilo entristecido.

    Novamente, o Kataklysm nos coloca diante de um álbum fiel ao D.N.A. de seu Death Metal de praticamente três décadas de existência, mas que está ainda mais caótico e feroz de acordo com o momento péssimo vivido por todos neste mundo. Quando você estiver furioso com o que está acontecendo ao seu redor e no planeta, e, sentir que é necessário extravasar sua ira para então se reanimar e conseguir forças para enfrentar o dia seguinte... não tenha dúvidas... coloque este lançamento da Shinigami Records em parceria com a Nuclear Blast chamado Unconquered para rodar e liberte-se destes sentimentos ruins.
Nota: 10,0.

Por Fernando R. R. Júnior
Maio/2021

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