Imminence - Turn The Light On
12 Faixas - Shinigami Records/Arising Empire - 2020

    Fundada em 2010 na cidade de Malmö, que está localizada no sul da Suécia pelos adolescentes Eddie Berg ( vocal e violino ) e Harard Barrett ( guitarra ), o Imminence se tornou uma expressiva banda de Metalcore/Post Hardcore, que vem obtendo um ótimo crescimento nos últimos anos desde que disponibilizaram o single The Sickness em 2015, que catapultou o debut I ( de 2015 ) e o This Is Goodbe  ( de 2017 ). Assim, a dupla citada ao lado de Alex Arnoldsson ( guitarra ), Christian Höijer ( baixo ) e Peter Hanström ( bateria ) partiu para o seu terceiro álbum de estúdio, que recebeu o nome Turn The Light On. Aliás, este disco foi definido por Eddie Berg desta maneira: "Foram dois anos de trabalho incrivelmente difícil. Este álbum [...] era para encontrar a nós mesmos e mostrar o que é Imminence."

    E complementou sua teoria: "Eu acredito que encapsula e define nosso som como banda. O processo criativo foi tudo menos fácil e me deu muito tempo para fazer um exame de consciência, tanto musical quanto pessoalmente. Depois de ter passado pelo período mais sombrio, mentalmente, durante a maior parte do tempo em que estava criando as músicas e escrevendo as letras, eu me apegava à música e ela era o que mantinha minha cabeça na superfície por tempo suficiente para recuperar o fôlego. Da mesma forma que se tornou uma luz na escuridão para mim, espero que os outros possam encontrar a luz ouvindo nossas músicas. É o que este álbum é, um símbolo de esperança. Eu realmente acredito que é o nosso melhor lançamento como banda até hoje".

    Já Harald Barrett comentou sobre este assunto: "Apesar de termos trabalhado mais e com mais intensidade do que nunca, o processo de composição foi libertador e sem obstáculos. Eu conseguia acordar de manhã e me sentir inspirado a escrever uma música com uma abordagem completamente diferente da que escrevemos no dia anterior. Acho que eu e Eddie fizemos o nosso melhor para manter nossas mentes abertas durante a composição do álbum. Realmente não havia regras. Na verdade, nunca tivemos uma ideia concreta de como queríamos que o álbum fosse, o que era um pouco preocupante na época. Fomos em outra direção musical com This Is Goodbye e a estrada na nossa frente não era muito clara. Com o tempo, vimos Turn The Light On tomando forma diante de nossos olhos e então sabíamos que tudo o que tínhamos a fazer era confiar em nossos próprios instintos e na nossa criatividade".

    A belíssima capa cheia de flores que foi criada pelo artista Jakob Koc esconde uma outra ideia, que é explicada por Eddie Berg: "Neste ponto, ele praticamente faz parte do Imminence, sendo muito influente na aparência e no resultado do nosso universo visual desde o início. Há algo sobre sua abordagem simplista que está relacionado comigo profundamente. Ele se desenvolve continuamente ao lado da banda e acho que ele realmente se superou dessa vez. A arte de capa é uma representação perfeita das letras, com a bela e brilhante fachada escondendo algo muito mais escuro embaixo, condizente com o ícone distintivo que simboliza esperança e luz no escuro. Os símbolos tornaram-se praticamente uma marca registrada da banda e esta capa é definitivamente a minha favorita até agora".

     A produção de Turn The Light On é de Harald Barrett e Eddie Berg junto a Peter Hanström sendo gravado no Alias Studio na França por Bert e Eric Poncet, enquanto que a bateria foi registrada no Studio Mega na Suécia por Christian Svedin. Os processos de mixagem e masterização são assinados por Henrik Udd - vencedor do prêmio Heavy Music Awards 2017 ( na categoria de melhor produtor ) - que já trabalhou com At The Gates, Delain, Powerwolf, Hammerfall e outros nomes.

    Contente, Harald Barret falou sobre o produtor: "Quando ouvi o primeiro rascunho de Henrik, eu fiquei instantaneamente convencido. Tudo estava lá e eu tive a sensação de que ele entendeu o que queríamos alcançar com as novas músicas. Henrik apresentou uma produção absolutamente maciça, mas elegante e autêntica, sem perder o toque orgânico nem a identidade de nós como músicos". Sabendo de tudo isso, vamos então conhecer mais do Metalcore/Post Hardcore sueco do Imminence nas linhas seguintes.

    Aberto com toques dramáticos graças a voz de Eddie Berg, Erase ganha o peso típico do Metalcore pouco depois e exibe boas variações em seu decorrer com linhas melódicas, porém, com um adendo chamando a atenção: o violino tocado pelo vocalista em alguns pontos da música.

    Em Paralized, o tom entristecido repete-se nesta segunda faixa em suas primeiras notas que mostram um piano, mas, aqui os vocais estão consideravelmente mais agressivos, exceto em suas passagens Melódicas, sendo que ambos os lados são conduzidos perfeitamente pela banda com destaque ao baterista Peter Hanström e ao baixista Christian Höijer com seus toques opacos. E exalando muita fúria Room To Breathe é a terceira do cd e exceção do seu refrão melodioso, a ordem foi de soar bastante colérico a cada um de seus versos provocando certamente momentos de bastante headbanging em seu ritmo devidamente rude.

     Depois o Imminence começa até mais leve e até um pouco Pop em Saturated Soul e adiciona um tanto de potência ao passar de seus minutos de forma que agradará os mais jovens. Para Infectious, o quinteto agregou elementos estranhos à canção que em uma primeira audição e mesmo com uma tendência mais calma, o lado onde seu ódio é exposto com muitos urros que aparecem com a firmeza necessária tornando a faixa interessante. Na sexta de Turn The Light On, a The Sickness, eles nos enviam uma composição onde os rugidos são bastante proeminentes, assim como sua baste Melódica, entretanto, a crueza obtida com os vocais em consonância com o baixo ressaltam o Metalcore contido em suas entranhas.

    Com vocais melancólicos, o Imminence até começa de forma suave Death Of You salientando o violino e os arranjos que flertam com o Pop, que criam assim um ambiente deveras viajante, mas não se preocupe, pois, as melodias e a frustração retornam com tenacidade em Scars, mas não tão robustas como outrora, todavia, do jeito que os fãs de Metalcore esperam em uma composição assim.

    Esta abordagem levemente menos furiosa é notada também em Disconnected, a nona de Turn The Light On, que possui um ótimo refrão e que será facilmente absorvido. Outra vez ressaltando elementos Pop e muita melodia em suas linhas, Wake Me Up se torna pouco depois uma robusta composição apenas no seu refrão sendo deveras agradável ao passar de seus minutos, mas, não pense que isso significa que seu cólera ficou escondida, pois, existe sim em alguns trechos. Don't Tell A Soul é a décima primeira de Turn The Light On e é um Metalcore costumeiro, onde estão muito bem definidas as melodias e os vocais raivosos atingindo desta maneira os ouvintes que apreciam este estilo.

    A penúltima é Lighthouse e é definitivamente uma das mais encorpadas e rancorosas do cd, onde o Imminence buscou aplicar toda a sua ira nos vocais e nos toques sempre opacos de baixo deixando apenas poucos instantes Melódicos, que trazem novamente o violino tocado pelo vocalista. Finalizando o cd temos aos toques de piano Love & Grace levando muita emoção até o ouvinte em uma interpretação intimista de Eddie Berg na mais esbelta composição deste álbum do Imminence.

    Para amantes de Killswitch Engage, All That Remains, Trivium e Bullet For My Vallentine este Turn The Light On do Imminence que saiu no Brasil em 2020 graças à parceria da Shinigami Records com a Arising Empire será um belo item em sua coleção, pois, incorpora o Metalcore com alguns flertes intrigantes com o Pop, além do inesperado uso do violino e do piano em diversas canções, cuja temática foi definida por Eddie Berg da seguinte forma: "O novo álbum do Imminence chama-se Turn The Light On e incentiva a lançar luz sobre a escuridão que carregamos. As letras do álbum abordam o conflito interior, insegurança, depressão e autodestruição. A música sempre foi, e agora mais do que nunca, uma saída e uma maneira de lidar com essas emoções. Este é o meu testemunho de minha doença mental. É o trabalho mais importante que já fizemos como banda".
Nota: 8,0.

Por Fernando R. R. Júnior
Janeiro/2021

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