H.E.A.T. - Into The Great Unknown
10 Faixas - Shinigami Records - 2017

    Que a Escandinávia é um dos maiores contribuintes para o Hard Rock, Heavy Metal, Death Metal, Black Metal e outros estilos, todos nós já sabemos e sempre nos questionamos como tantas boas bandas surgem por lá, um fato que pode ser explicado pelo correto investimento governamental na educação feito pelos países Nórdicos. Desta forma o quinteto sueco H.E.A.T. da cidade de Upplands Väsby, cuja formação é bem recente, ( surgido em 2007 ) lançou neste curto prazo de tempo de dez anos cinco álbuns de estúdio, dois EP's, dez singles e um álbum ao vivo e todos mergulhados no Rock Clássico, que gostamos desde muito tempo.

    O quinto e último registro de estúdio do quinteto recebeu o nome de Into The Great Unknown e sua temática é basicamente interplanetária e foi gravado por Erik Grönwall nos vocais, Dave "Sky Davids" Dalone na guitarra, Jonas Jonas "Jonatee" Thegel nos teclados, Jimmy "Jay" Johansson no baixo e Lars "Crash" Jarkell na bateria junto ao premiado produtor Tobias Lindell ( vencedor do Grammy ) no Karma Sound Studios na Tailândia.

    Isso mesmo, o H.E.A.T. viajou ( ou mandou pela Internet ) até ao país asiático para esta tarefa que é explicada por Dave "Sky Davids" Dalone: "Durante o processo de composição deste álbum, acho que todos nos sentimos um pouco como astronautas viajando ao espaço pela primeira vez. Começamos uma jornada sem saber com o que voltaríamos ou se voltaríamos, mas em algum ponto do caminho, as peças começaram a se encaixar. Não basta fazer o mesmo álbum uma e outra vez, só porque funciona. Quando tudo se resume a isso, você quer fazer que as músicas brilhem com todo o seu potencial e se para isso devemos transgredir as regras do gênero ou percorrer caminhos em território desconhecido, então que seja ".

    A mixagem também foi na Tailândia com Tobias Lindell, porém, foi realizada no Phuket Sun Studio e a masterização é de Henrik Johnsson no Masters Of Audio. Na capa e contracapa temos uma nave caída em um planeta distante e desconhecido e um astronauta com uma guitarra iniciando sua exploração em um ótimo desenho criado pelo russo Vitaly S. Alexius devidamente inspirada na faixa título do álbum.

    O Hard Rock clássico e contagiante de Into The Great Unknown é colocado a prova com a inflamante Bastard Of Society, onde seus solos de guitarra já empolgam rapidamente, assim como seus vocais e coros, que são puros anos 80 nesta forte candidata a hit do cd em que facilmente desejaremos cantar sua letra. Com batidas eletrônicas e um trabalho eficiente na bateria de Lars "Crash" Jarkell, o H.E.A.T. ataca com a pulsante Redefined, que possui uma estilo atual, vocalizações envolventes e grudentas, além de até alguns pontos viajantes nos solos de guitarras combinado aos toques precisos de teclados.

    De linhagem das antigas, um ritmo cativante nos teclados tocados por Jonas "Jonatee" Thegel, uma atuação marcante de Erik Grönwall nos vocais e solos robustos de guitarra feitos por Dave "Sky Davids" Dalone, a explosiva Shit City é uma canção que te pegará instantaneamente em seu andamento festivo. Outra vez o H.E.A.T. investe em toques eletrônicos em um misto de Synth/Pop com viagens, que se amplificam e recebem mais peso em Time On Ourside, que trazem um ar moderno e mais diferente para a composição, que destaca os poderosos vocais de Erik Grönwall entre uma atmosfera por vezes bastante pesada e em outras exibindo um pé no formato utilizado pelo U2.

    Dotada de um potencial de convocar as palmas em suas execuções ao vivo, Best Of Broken assinala a quinta de Into The Great Unknown e é daquelas em que vamos gostar logo em sua primeira audição, graças ao seu estilo instrumental Hard Rock que lembra de um encontro do Bon Jovi com o Deep Purple e o Def Leppard em seu refrão, que certamente ficará na memória, que teve uso até de um talking box. Com excelentes vocalizações cheias de feeling entre dedilhados, Eye Of The Storm apresenta um encorpado ritmo instrumental dos conterrâneos do Europe, que sofre um crescimento devidamente mais épico em que vocais de Erik Grönwall são tão marcantes quanto a melodia criada pelos demais músicos culminando em pontos viajantes.

    Em Blind Leads The Blind, o H.E.A.T. nos coloca diante de sua mais pesada composição até aqui, que é um Hard Rock dotado de uma melodia viajante e até com uma aura fantasmagórica, além de solos quentes na guitarra de Dave "Sky Davids" Dalone e vocais animados de Erik Grönwall dosados na medida correta pela banda. O início mais clássico de We Rule dá lugar a um andamento Pop um tanto que dançante e a vocais onde são depositadas muita emoção a cada verso, que em seu decorrer exibem um estilo de hino, bons solos de guitarra e teclados entre excelentes variações, que tornam a música bastante intrigante com destaque ao alcance das cordas vocálicas de Erik Grönwall ( que substituiu muito bem Kenny Leckremo, que comandava os vocais dos suecos anteriormente ).

    O H.E.A.T. soube como encaixar as partes Pop com as Hard Rock sem soar apelativo como poderá ser percebido ao ouvir Do You Want It?, que na hora de seus solos sentimos uma atmosfera mais propicia a uma festa, cujo ritmo e letra também são daqueles que podemos de chamar de chiclete.

    A Into The Great Unknown ficou com a missão de fechar o cd e a canção que intitula o cd provou que será classificada entre as melhores logo em suas primeiras notas mais viajantes, que são vocalizadas com muita dedicação e amparadas por um ritmo repleto de eletricidade, que eleva-se positivamente em seu decorrer, sendo que seu refrão é para cantar com a banda. Os caprichosos solos de guitarra feitos por Dave "Sky Davids" Dalone ( que retornou ao H.E.A.T. no lugar de Eric Rivers ) e de teclados de Jonas "Jonatee" Thegel exalam uma progressividade muito bem construída, que seguem até o seu final que é mais acústico e flerta com o Blues.

    Apesar do pouco tempo de existência, o H.E.A.T. merece ser observado de perto e com mais atenção pelos fãs de Hard Rock e Rock Clássico, pois, sabem como criar músicas como os mestres do estilo fazem e também como adicionar partes Pop e Melódicas com habilidade, além de momentos onde sente-se o estilo moderno incluso. Se eles serão considerados como Rock Clássico no futuro, o tempo nos revelará, porém, Into The Great Unknown é realmente uma jornada ao desconhecido dos padrões musicais tradicionais em que os suecos voltaram de lá com novidades intrigantes, que podemos apreciar minuciosamente e sem moderação neste disco disponibilizado pela Shinigami Records no Brasil.
Nota: 8,5.

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Por Fernando R. R. Júnior
Junho/2018

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