Cyhra - No Halos In Hell
12 Faixas - Shinigami Records/Nuclear Blast - 2019

    Depois que o vocalista Joacim "Jake E" Lundberg saiu do Amaranthe em 2017 e convidou o guitarrista Jesper Strömblad ex-In Flames para montar uma nova banda, o Cyhra que teve sua fundação em Gotemburgo na Suécia ganhou forma e se tornou o novo projeto de ambos músicos, que convidaram o guitarrista Euge Valovirta ( ex-Shining e responsável também pelo baixo ) e Alex Landenburg ( Kamelot e Luca Turilli's Rhapsody ) para a bateria. Sua primeira incursão em estúdio sob o nome de Cyhra resultou no álbum Letters To Myself de 2017.

    Assim, com o caminho traçado, os suecos começaram a trabalhar neste segundo disco, que foi nomeado como No Halos In Hell, que deveria ter sido utilizado no primeiro cd, mas que ficou guardado e usado posteriormente, conforme é explicado por Joacim "Jake E" Lundberg: "O melhor é que o título pode ser interpretado de muitas maneiras diferentes. Eu o vejo algo como 'Se você foi bonzinho a vida toda, você não pode estar festejando conosco'.

    Já sobre as músicas, ele informa o seguinte: "Quando eu estava compondo, me sentei e pensei sobre o que funcionou e o que não funcionou no primeiro álbum. Em No Halos In Hell, eu estava mais focado em fazer músicas mais orientadas às apresentações ao vivo e acho que essa 'afabilidade' das músicas ao vivo também eleva a atratividade a outro nível. Eu estava constantemente pensando em linhas que teriam que ficar grudadas na sua cabeça".

    No Halos In Hell foi gravado entre agosto e outubro de 2018 junto ao produtor Jacob Hansen ( Volbeat, Epica, Delain, Amaranthe e outros ) e Jonas Haagensen no Hansen Studios em Ribe na Dinamarca, os teclados adicionais foram registrados no Metal Media Studios em Gotemburgo na Suécia, as guitarras adicionais gravadas no Studio 2013V em Riga na Latvia. Já a mixagem e a masterização é toda de Jacob Hansen e feita em 2019 no seu Hansen Studios na Dinamarca.

    Novamente, o Brasil marca presença neste lançamento da Shinigami Records em parceria com a Nuclear Blast com a capa que mostra um esqueleto agonizando no criativo desenho de Gustavo Sazes. As letras de No Halos In Hell são de certa forma pessoais como Joacim "Jake E" Lundberg declarou: "Eu estava tentando escrever de uma maneira que as letras significassem algo para mim, isso é obvio, mas também quero que o ouvinte ouça as letras e entenda quais são esses sentimentos sobre os quais estou falando". Desta forma vamos conhecer mais detalhes de suas músicas.

    E é com boas doses de melodias e vocalizações cativantes que Out Of My Life abre No Halos In Hell com destaque para os teclados e o momento de riffs lentos, além de seu impactante refrão. Pouco depois já estamos na faixa título, a No Halos In Hell em que Joacim "Jake E" Lundberg coloca muita emoção na sua voz diante de um ambiente que se torna emblematicamente robusto com o controle correto da intensidade de sua melodia resultando em uma canção de ares modernos e envolventes.

    Para a terceira, a Battle From Within temos um andamento animado, porém, ele não reflete a importância de sua letra que é sobre o suicídio do irmão de Joacim "Jake E" Lundberg, onde saliento o seu refrão e também os seus solos de guitarras devidamente criativos ao comando de Jesper Strömblad e Euge Valovirta.  

     Na mais encorpada faixa de No Halos In Hell - ao menos em seu início - o Cyhra nos mostra a I Am The One com um flerte de Pop com Metal, que tem sido explorado por vários nomes atualmente e que acabam conquistando o ouvinte, sendo que isso pode acontecer no refrão, nos solos de guitarras ou mesmo nos vocais. Em Bye Bye Forever este 'namoro' com o Pop fica mais evidente, mas, o quarteto soube como deixar a canção interessante tanto que na sua condução instrumental quanto em seus vocais em coro e devo citar também os ótimos dedilhados antes do refrão ser repetido.

     Joacim "Jake E" Lundberg canta com muita emoção os versos de Dream Gone Wrong e os demais injetam uma grande adrenalina no decorrer da canção elevando sua eletricidade, especialmente, na chegada do refrão, que novamente está em coro. Composta junto ao tecladista Mark Mangold ( Michael Bolton e Cher ), a balada Lost In Time é deveras emocionante e envolvente, onde o vocalista Joacim "Jake E" Lundberg cantou seus versos de coração aberto e o convidado conferiu a roupagem dramática ao tocar seu piano na canção.

    Depois, o Cyhra envia uma composição rápida e de muita melodia com Kings Tonight, que é possuidora de elementos Power Metal e vai agradar seus fãs com facilidade, graças também aos seus solos de guitarras e ao peso imposto pelo baterista Alexander Landenburg. Novamente mesclando peso e melodia com habilidade, o Cyhra nos oferta outra empolgante canção com I Had Your Back, que contém alguns dos mais esbeltos solos de guitarras do cd.

    A excelente Blood Brother é a décima de No Halos In Hell e já te captura em suas primeiras notas, fecha o cerco nos vocais de Joacim "Jake E" Lundberg e nos solos feitos por Jesper Strömblad e Euge Valovirta em suas guitarras enaltecendo a sua letra que inspira você caro leitor(a) do Rock On Stage a cantar junto com eles cada um de seus versos.

    A inflamada Hit Me chega veloz e tem seu ritmo rompido pelo estilo melodioso e de vocais dedicados de Joacim "Jake E" Lundberg, que levam ao seu refrão em coro e posteriormente, a solos bastante encorpados de guitarras.

    No encerramento de No Halos In Hell, o quarteto começa mais calmo, porém, pouco depois deixa o peso fluir com linhas Melódicas e diminui com a eclosão dos vocais tornando Man Of Eternal Rain deveras intrigante de se ouvir por conta de suas diversas e variadas camadas executadas pela banda em que recomendo uma atenção especial aos seus solos de guitarras e a todas as vezes que seu refrão é cantado em coro.

    Posso finalizar dizendo que No Halos In Hell é um bom álbum com uma sonoridade onde o Heavy Metal Melódico, Power Metal e o Pop são diluídos com precisão pelo Cyhra tornando suas doze composições resultantes de uma prazerosa audição, que vão totalmente contra o primeiro olhar de sua capa que passa a sensação que se trata de uma banda de Death ou Black Metal.
Nota: 9,0.

Por Fernando R. R. Júnior
Dezembro/2020

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