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Warshipper
- Past Essentials
20 Faixas - Heavy Metal Rock/Som do Darma - 2022
Para quem não conhecia o
trabalho da banda Death Metal paulista Warshipper, que até 2021
era formada por Renan Roveran ( ex-Bywar ) nos vocais e guitarra,
Rodolfo Nekator ( ex-Zoltar ) no baixo e
vocal, Rafael Oliveira na guitarra e Roger Costa na
bateria; saiba que a banda
iniciou as suas atividades em Sorocaba/SP no ano de 2011 e em 2020
disponibilizou o seu terceiro álbum de estúdio intitulado como
Barren...
( leia a resenha ).
E sabia também
que a Som do Darma
em parceria com a gravadora de
Americana/SP Heavy Metal Rock lançou em 2022 o álbum duplo
Past Essentials, que traz em seus quase 100 minutos de
duração os discos
Worshippers Of Doom de 2015 e o Black Sun de 2018,
ambos na íntegra, justamente e
respectivamente os dois primeiros álbuns do quarteto paulista.
Past
Essentials, além da ótima capa e das 20 músicas traz um grande encarte cheio de
fotos e também um pôster de 36 por 36 cm com a capa da coletânea, dos
outros dois cd's, além de
estar embalado em digipack ( que se abre em três partes ) valorizando sua aquisição física. Vamos aos seus detalhes das músicas deste luxuoso
trabalho do Heavy Metal Brasileiro.
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Past
Essentials começa o álbum Worshippers Of Doom, que foi gravado em
2014 no Ponto Sonoro Studio por Jr Jacques, Davi
Dias e Ricardo Rodrigues, já a mixagem e a edição ficaram à cargo
de Jr Jacques e a masterização foi realizada no Norcal Studio
pelo renomado Brendan Duffey, sendo que a sua capa, que também
integra o encarte é
assinada por Marcelo Vasco ( Slayer, Krisiun, entre tantas outras
).
O caos e a devastação do Warshipper inicia-se com Into The Dystopia, com
sonoridades mórbidas, vozes incompreensíveis, as sirenes de ataques
aéreos e uma explosão se conectando a
Warshipper,
onde o quarteto dispara o poderio devastador de seu Death Metal em uma
música rápida, repleta de vocais agressivos e com toda
brutalidade que o estilo solicita, porém, sempre com uma apurada técnica.
A destruição prossegue em
...And The Darkness Calls, que é menos
acelerada, mas é tão raivosa quanto a anterior deixando toda a sua
violência desabar com firmeza nossos ouvidos, ou seja, mais vocais
urrados com uma ira extrema. Atenção para os amplamente técnicos solos de guitarras em
meio ao massacre sonoro promovido pelo Warshipper. Em Theatrical
Dissection ouvimos vidros se quebrando e o baixista
Rodolfo Nekator com os fortes toques feitos em seu baixo chamar as guitarras e os
vocais, aliás, cantados por ele e assim temos os mais furiosos até este ponto do cd, pois, estão totalmente urrados
deixando esta quarta faixa severamente sombria e aniquiladora beirando o
Black Metal.
A breve instrumental
Autumn Mist com seus toques de teclados discretos,
antecede a cadenciada e matadora Paranormal Connection, que além de
Renan Roveran nos vocais tivemos a participação de Adriano Perfetto
( ex-Bywar e Deathgeist ) também nos vocais
elevando ainda mais a cólera
e a tensão para esta violenta composição.
Supostamente acalmando um pouco chegamos na última da tracklist original
deste primeiro álbum do Warshipper com o terremoto contido em Absence Of Colors -
The Obsolete, pois, a ordem dada pela banda foi de exibir uma canção
arrastada, enraivecida e que convoca o ouvinte socar o ar com força
nesta que também caminha para o Black Metal.
Por fim e como bônus deste primeiro
cd, eles nos expuseram a Absence Of Colors - The Obsolete ( Blackened Version
), que ficou consideravelmente mais esmagadora,
surpreendente e que te faz abrir um sorriso de satisfação pela pedrada
brilhante e muito bem executada pela banda transbordando toda a sua
impetuosidade e todo o seu incansável fel, que teve seus vocais
cantados por André Evaristo, ex-Torture Squad.
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No segundo cd temos o álbum Black Sun, que foi gravado, mixado e
masterizado durante o outono e o inverno de 2017 no Casa Negra Studio
por Rafael Augusto Lopes ( ex-Torture Squad,
Eternal Malediction e atual Fanttasma ) e que sua capa criada por
Alcides Burn da Burn Artworks presente também no encarte e que mostra uma característica
espacial e futurista vamos ao cd.
Black Sun
é aberto com a sinistra
Nemesis ( Intro ) através de melodias
calmas, mas, viajantes e maléficas com aquela aura de que algo de ruim está acontecendo para que pouco
depois o Death Metal do Warshipper desmorone com toda força em Glowworm Dragon,
faixa que é detentora de vocais urrados, ritmo solidificado e muito
ódio cada instante flertando um tanto com o Thrash Metal,
especialmente, nos solos de guitarras feitos por Renan Roveran e
Rafael
Oliveira nos convidando para que seja realizada uma abertura de roda,
o que imagino que acontece, obviamente, em suas execuções ao vivo.
A próxima é Cry
Of Nowhere e o quarteto associou corretamente sua obscuridade, sua raiva,
seu peso
e seus urros com uma imponente precisão em uma canção categoricamente crua com
o singelo propósito de arrasar tudo sistematicamente, sendo que novamente
seus solos de guitarra assumem o protagonismo. Em seguida, somos submetidos aos
dez minutos de
Black Sun ( Part I, II e
III ), que começa distante, sombria e aumenta a sua força em seu
decorrer com a presença dos vocais nos levando a um andamento arrastado
se aproximando de um Doom Metal, que posteriormente recebe belos solos
de guitarras e vocais ríspidos, além de um ritmo cadenciado e com
variações que mostraram as vertentes foram exploradas
mais a fundo em Barren...
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Em Rebirth,
Warshipper apresenta um Death Metal cadenciado e que você
sente que foi criado devidamente em um estilo visceral convocando o
ouvinte para 'banguear' com a banda e isso prossegue também na acelerada
canção seguinte, a Abandonment, tanto que posso cravar que eles se superaram
nesta quinta canção de Black Sun, pois, o Warshipper retoma o seu lado mais cruel executando um Death Metal que alterna o seu andamento com habilidade
deixando cada um de nós intrigado por onde eles vão seguir e provando
assim como evoluíram do primeiro para o segundo disco, o que é muito
importante para qualquer banda.
Teoricamente exalando uma viagem
Descending - Genesis & Ontogenesis
mergulha nos solos melodiosos de guitarras e mostra também vocais guturais
que produzem um ritmo novamente arrastado, onde reparamos o flerte com o
Doom Metal, entretanto, com direito a modificações que trazem a faixa para o
Death Metal rápido e avassalador como gostamos de curtir em bandas assim.
Na trinca final de
Black Sun, o Warshipper exibe a faixa Deathblast Overhead (
Intro ), que é instrumental, cheia de efeitos que parecem que um avião à
jato está decolando em plena guerra e assim traz o dizimador e brutal Death Metal
incrustado em M.E. 262, que proporciona outra verdadeira
dilaceração sonora.
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Fechando a citada
trinca final, Delusions Of Grandeur, que é robusta
também, muito poderosa e vocalizada com muita cólera a cada um de seus versos,
que são apresentados ante a linhas instrumentais variadas e estão
prontas para continuar a demolição que temos com o Warshipper. E
nesta décima e última faixa de Black Sun vale uma
curiosidade: a música foi inspirada no livro Communion: A True
Story escrito pelo ufologista norte-americano Whitley
Strieber, que é autor de livros de horror e nesta história ele
versa sobre supostos contatos alienígenas. Antes de comentar os dois bônus deste segundo cd de
Past Essentials tenho de enfatizar o que disse anteriormente...
é possível perceber aqui as características que ficaram marcadas em
Barren....
O primeiro bônus é o
single Atheist, que foi gravado, mixado e masterizado por Rafael Augusto Lopes
entre outubro e dezembro de 2018 no
Casa Negra Studio e teve sua capa feita por Rodrigo Helfenstein em uma
arte em preto e branco com o cérebro envolto a uma espécie de árvore (
esta caro leitor(a) do Rock On Stage,
você só saberá com o
encarte nas mãos ). Já a faixa
Atheist traça uma melodia relativamente clássica para
depois afundar em seu Death Metal desolador e voraz, que é possuidor
de uma virada serena e inesperada em que prevalecem as criativas linhas
instrumentais da banda até que o formato implacável seja reativado pelos
músicos. Finalizando Past Essentials temos Respect! ( Raw
Version ), bem mais rude e feroz que a versão conhecida no álbum
Barren... e sem a ex-Nervosa e atual Crypta Fernanda Lira
nos vocais.
Depois de ouvir este Past Essentials atentamente e conhecer os dois
álbuns o Worshippers Of Doom e o Black Sun vejo como os
poucos mais de dez de existência da banda foram focados na essência do melhor do
Metal Extremo Brasileiro e temos aqui um verdadeiro exemplar de
colecionador. Com este Past Essentials
e o Barren...
temos o passado e o presente do Warshipper em nossas mãos e dentro de mais
algum tempo o futuro também, pois, a banda já está preparando o
seu novo álbum cujo título será Essential Morphine, que já tem
alguns singles lançados, provavelmente sairá agora em 2023 e terá Theo
Queiroz na guitarra no lugar de Rafael Oliveira.
Nota: 10,0.
Por Fernando R. R. Júnior
Janeiro/2023
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