The Ogre - Aeon Zero
8 Faixas - Independente - 2021

    A one man band The Ogre é liderada pelo multi instrumentista Diogo Marins, ex-Face Of Madness, banda que lançou os álbuns Rusted Memories em 2001 e Locus Horrendus em 2008. A criação do projeto The Ogre aconteceu em 2010, sendo que o músico da capital paulista teve suas bases fundamentadas pelo Death Metal, porém, soube como transitar com naturalidade por outras sonoridades como o Black Metal, o Heavy Metal e a música sinfônica, fato que pode ser confirmado ao ouvir este quarto disco da sua carreira intitulado como Aeon Zero e que foi lançado em 2021. Os anteriores são Idol Icon Black de 2015, Dead In The Water de 2018, Entity de 2019.

    Como costuma acontecer nas ditas one man bands, Aeon Zero foi gravado e produzido por Diogo Marins, todavia, ele canta e toca todos os instrumentos do álbum também. Para os shows ao vivo, Diogo Marins ( vocais e guitarra ) já contou com os músicos convidados Gabriel Salgado no baixo e Alfredo Carvalho na bateria. A capa de Aeon Zero temos três figuras sombrias e macabras flutuando em um cenário desértico, assim, desta maneira vamos conhecer mais do álbum nas linhas abaixo.

    O começo de Aeon Zero ocorre com a pesada, rápida e agressiva We Ride With Demons, que oscila os vocais voltados a um Thrash Metal com algum guturais mais Death em um ritmo direcionado para um Heavy tradicional com direito a boas modificações de velocidade. Após uma conversa notamos alguns dedilhados em um fundo melancólico e obscuro na breve instrumental Polybius, que serve de introdução para o raivoso e destruidor Death Metal presente em Crawling Chaos Underground, que está repleto de urros e solos melodiosos na guitarra, além de um ritmo intenso que é ideal para a abertura de rodas.

    A quarta de Aeon Zero é a The Horrible, um colérico e cadenciado Death Metal de vocais guturais, que promove e espalha a sua ira por todos os lados, tanto que posso afirmar seguramente caros leitores(as) do Rock On Stage... Diogo Marins conseguiu o que planejava. Para Datadeity somos expostos aos fortificados toques de baixo e um estilo pesado através de uma linhagem um tanto que eletrônica como se fossem máquinas conversando até que seus vocais rasgados apareçam e depois assumam uma forma sintetizada, inclusive, esta música foi alvo de várias experimentações feitas pelo The Ogre, pois, conta com um trecho bastante viajante, que causa uma expectativa por não saber o que acontecerá em seguida, como por exemplo na hora de seu solo que é Heavy Metal.

    Retornando para um padrão Heavy Metal de vocais extremos, Forgotten Mills é a sexta do cd e em seu decorrer se aprofunda em um Death/Black Metal visceral explodindo em ódio a cada verso chegando a flertar com o Grindcore ( note os pig squeals ). A seguinte começa com dedilhados em um clima viajante e depressivo que exibe vocais limpos fazendo Neon Sun soar bastante interessante, aterrorizante e soturna.

    Encerrando Aeon Zero, Diogo Marins dispara uma canção de início encorpado, vocais falados com urros e depois vozes rasgadas mais Black Metal, tudo isso ornamentado em um clima apavorante em que não se sabe por onde a coisa seguirá, que tornam The Mountain Of The Cannibal God algo temível e completamente insano.

     As muitas mudanças de andamento e de estilo, inclusive na mesma música, fazem deste Aeon Zero do The Ogre ser um disco desafiador e cheio de experimentalismos que fazem sua absorção ser mais difícil e neste caso teremos que dedicar mais audições atenciosas para compreender tudo que Diogo Marins desejou nos passar em cada uma de suas composições e indico este disco para quem detesta a mesmice e quer ouvir novidades intrigantes.
Nota: 7,5.

Por Fernando R. R. Júnior
Maio/2023

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