Stanka - Sociedade B
8 Faixas - Independente - 2017

    Em 2013 na capital paulista surgiu o Stanka, cujo nome foi originado durante as grandes manifestações populares ocorridas no mês de junho, conforme explicações dos músicos que formam esta banda, disseram eles:  "A ideia de batizar o projeto surgiu das nossas discussões a respeito de todas aquelas manifestações". A definição para este nome é a seguinte: uma mutação combativa do verbo estancar, cujo significado, informam os dicionários, e segundo o quarteto assinala é um pouco mais profundo: "deter ou fazer parar o curso ou fluxo de ( mormente um líquido ): Estancar o sangue. Estancar a corrupção dos costumes. Nosso intuito é transmitir uma mensagem verdadeira que tenha por finalidade ampliar a visão de mundo".

    Formado por Xirum ( vocais ), Julio Mendoza ( guitarra e vocal ) e os irmãos Raoni Natal ( baixo e vocal ) e Stephan Natal ( bateria ) e em suas músicas notamos uma crítica sonora em uma fusão que apresenta influências de nomes díspares como Queen e Rage Against The Machine, Led Zeppelin e Red Hot Chilli Peppers e até Racionais MC's, Charlie Brown Jr. e O Rappa, que resultaram no álbum Sociedade B composto por oito faixas dotadas de riffs de guitarras mais pesados, baixo forte, refrões com muita melodia e a inclusão de Rap.

    Todos os processos de produção, mixagem e masterização de Sociedade B foram realizados no Vitrola Sound Estúdio e a capa do cd mostra uma mão com um olho no fundo de ondas sonoras é de Gabriel Ribeiro.

    Babilônia abre o cd com muitos toque sutis e constantes nos pratos e uma base no baixo para que pouco depois seu ritmo cheio de suingue chegue contagiando com os vocais de Xirum em uma pegada a la Charlie Brown Jr. Isso caminha para solos longos e distorcidos na guitarra de Julio Mendoza. Em Recomeço, o Stanka segue com seu Rap/Rock inflamável e adiciona linhas melódicas no refrão, que certamente conquistarão os fãs do estilo e que também certamente apreciarão a forma que Xirum canta seus versos, inclusive, quando o peso é elevado nos solos de guitarras - muito bem amparados no crescente ouvido no baixo e na bateria - notamos até alguns vocais surpreendentemente urrados ao fundo. Com repiques marcantes nos pratos feitos pelo baterista Stephan, Assim Eu Sigo é mais voltada para o Rap, porém, seus vocais tem uma linhagem mais Rock, que liberam Xirum para cantar exalando críticas interessantes, cujo final percorre riffs longos e viajantes feitos pelo guitarrista Julio Mendoza, que deixa ela fluir livremente para longe.

    Dotada de um formato mais Rock e com dedilhados que a acalmam o andamento assim que Xirum comece a cantar sua letra ( aliás, muito boa e motivadora ), Até o Fim é a quarta de Sociedade B e a mistura feita pelo quarteto de Rap com um refrão dotado de bastante melodia agrada com facilidade seus seguidores. De andamento um pouco mais rápido e com linhas marcantes nos toques de baixo executados por Raoni e também na bateria de Stephan, Pensamentos tem uma boa diminuída seu ritmo para que seus vocais entrem pelo Rap que fazem uma referência ao estilo do Chorão, ouça, confirme e me fale, pois, no refrão sentimos um padrão Pop e muitos solos de guitarra.

    A sexta de Sociedade B é a Mente Blindada, que começa em com um formato Rock'n'Roll, porém, seus vocais são puramente Rap convocando o ouvinte para participar de sua audição, seja ouvindo atentamente sua letra e cantando seus versos com Xirum ou se mexendo. O guitarrista Julio Mendoza inicia a faixa seguinte com solos bastante criativos que só diminuem sua intensidade para que seus vocais possam se evidenciar mais nesta composição intitulada como D. T. J. R.

    Fechando Sociedade B temos Linha 10, que segue pelo lado Rap e possui um refrão melodioso em que destaco o baterista Stephan, que aqui realiza um trabalho formidável em seu instrumento. Além dele, o que chama a atenção nesta música é o trecho viajante feito pelos demais logo depois até que o refrão retorne e também um solo mais grave, que traz algumas falas coloquem números finais ao cd.

    Para os admiradores de nomes como o já citado Charlie Brown Jr., O Rappa e Rage Against The Machine, este Sociedade B do Stanka é um álbum fiel ao estilo praticado por eles e mantém flamejando a atitude questionadora dos conceitos sociais, do esquecimento das autoridades para quem vive nas classes mais baixas, enfim, temas que o Rock em geral sempre aborda, mas, neste caso especial, com a fusão com o Rap, a associação é mais evidente e necessária com suas letras politizadas.
Nota: 8,0.

Por Fernando R. R. Júnior
Setembro/2019

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