Septerra - Freedom Of The Dark One
11 faixas - Independente - 2016

    Em 2016, a banda da capital do estado do Rio de Janeiro Septerra lançou o seu primeiro registro em um formato um tanto que inusitado, pois, o trabalho intitulado como Freedom Of The Dark One, que contém onze faixas está em pen card.

    A origem do Septerra data do ano de 2007 com os músicos Márcio Fernandes ( guitarra e backing vocals ), Diego Félix ( teclados ) e Márcio Kendi ( baixo ), que pouco depois uniram-se a Filippe ZK ( vocais ). O primeiro EP recebeu o título de Darkness Within com quatro composições próprias, saiu no começo de 2008 e no ano seguinte, o baterista Anderson Miranda fixou-se ao posto, sendo que a banda não conseguia um integrante permanente até então.

    Durante o período compreendido entre 2008 e 2010, o Septerra percorreu o circuito Underground carioca, sendo que em janeiro de 2010 foi atração de abertura para o ex-Iron Maiden Blaze Bayley no Circo Voador e também para Tim 'Ripper' Owens no Hard Rock Café no mês de setembro, além de participar de festivais como o de Campo Grande e o da Ilha do Governador ( ambos no Rio de Janeiro ).

    O processo de composição do primeiro full lenght teve início ainda em 2010 e sua pré-produção foi até o começo de 2011, mas, problemas de ordem profissionais quanto pessoais fizeram o Septerra desacelerar o processo. Assim, Freedom Of The Dark One foi produzido e gravado no Muzark e no Locomotiva Studios enquanto que a masterização e mixagem foram assinados por Sidnei Sohn e feitas no mesmo Locomotiva Studios entre 2010 a 2015.

    Na capa de Freedom Of The Dark One temos um sombrio rosto branco em um cenário sinistro com alguns símbolos e o logotipo da banda em uma criação de Carlos Fides da Artside Digital Studio para contar a história de um homem com um coração negro que fica perdido em suas maldades e seus pesadelos. Conhecendo mais do Septerra a partir deste ponto comentarei as suas canções.

    Logo na abertura temos Nightfall com seu estilo fantasmagórico durante os seus breves solos de teclados e de guitarras, que trazem a Nightmare ( The Terror From Within ), onde o quinteto mergulha em uma envolvente linha, que caminha pelas fronteiras do Prog Metal, do Power Metal e também apresenta um pouco de Metal Moderno em andamento deveras complexo e de muita técnica exibindo o talento de cada um dos músicos do Septerra em uma canção bastante envolvente. A seguinte é a The Awakening, onde percebemos seus vocais exalando uma quantidade de agressividade em um ritmo pesado, que é executado com muita habilidade e que demonstra muita intensidade encaixando perfeitamente nos solos de teclados e guitarras, que se destacam bastante.

    A quarta é a The Well Of Nothingness e os seus toques de piano lhe conferem um ambiente dramático para que Filippe ZK aplique muita muita emoção ao cantar seus versos em uma música que notamos que a banda se empenhou bastante na criação desse clima, que é rompido por uma vibrante aceleração no seu andamento e que é totalmente Prog Metal. Mantendo a voltagem em alta para Forlorn Hope, o Septerra exibe uma canção poderosa e dotada de um padrão repleto de variações, onde além das suas partes robustas em que destaco a atuação do baterista Anderson Miranda tenho que ressaltar também a forma direta que os demais conduzem a canção, mesmo nos momentos mais leves elevando ainda mais a categoria desta música.

    Na sequência, o quinteto envia Beneath My Skin, um Prog Metal rápido que nos remete ao Symphony X em um estilo bastante encorpado e notadamente incansável garantido pela potência dos vocais de Filippe ZK, pelas viradas feitas pelo baterista Anderson Miranda e claro, pela combinação fulminante dos solos de Márcio Fernandes na guitarra e Diego Félix nos teclados. Para a sétima, que é a Sacred Gates reparamos que o lado Heavy Metal do Prog Metal Septerra ganha evidência em uma faixa que Russell Allen ficaria orgulhoso ao ouvi-la e que me concedeu muito prazer ao escutá-la graças ao seu ritmo incandescente com solos melódicos notáveis.

    Relembrando dos chiados característicos da agulha de um disco de vinil quando ouvimos um... recebemos aos dedilhados no violão brevemente unindo-se aos teclados para que desta forma montem a atmosfera presente em Keeper Of Dreams, que além de ser bastante interessante conta com inesperados versos em português acentuando todo o feeling dos vocais de Filippe ZK a cada um de seus versos, porém, o Septerra acalora a música e solta o seu rolo compressor com a destreza de sempre, tanto que mais ao final eles incluíram as variações de andamento que a tornaram ainda mais cativante.

    A trinca final do álbum começa com a marcante canção título, a Freedom Of The Dark One em que o Septerra enfatiza o ritmo nos capturando com as diversificadas melodias, cujas evoluções novamente lhe aproximam do Symphony X, entretanto, servem mesmo para consolidar a posição da banda brasileira. Em Dark Symphony a avalanche sonora do quinteto continua devidamente fortificada e dotada de alterações deliberadamente complexas sem nunca perder seu peso ( preste atenção solos de teclados combinados com a guitarra, nos vocais formando corais e sinta a sua beleza ). Por fim, o Septerra, recebe a convidada Bruna Rocha do Revengin em River Red, que faz o fundo com seus vocais líricos para Filippe ZK cantar com muito comprometimento essa última faixa do cd, que é uma balada Prog muito atraente.

    Embora tenha me surpreendido positivamente com este excelente Freedom Of The Dark One ( que em cada uma das suas onze composições transitam com primor pelo Heavy Metal, pelo Prog Metal, visitam vez ou outra o Thrash sempre com muita harmonia e que certamente agradará aos fãs do Symphony X ), o Septerra encontra-se fora dos holofotes e, infelizmente, não consegui encontrar nenhuma novidade sobre a banda. Ainda assim, recomendo você caro leitor(a) do Rock On Stage conhecer mais desta banda brasileira que foi muito promissora em 2016, poderia ter alçado voos maiores e que faço votos para retornar com suas atividades.
Nota: 9,0.
 

Por Fernando R. R. Júnior
Novembro/2022

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