Rygel - Revolution
11 Faixas - Independente - 2015

    Depois de três anos, os santistas do Rygel lançaram o sucessor do ótimo Imminent ( leia resenha ) com o álbum Revolution, que traz uma sonoridade com bem menos Prog e muito mais Metal, muito provavelmente trazida com as mudanças no line-up da banda, que agora conta com Wanderson Barreto nos vocais e guitarra, Vinnie Savastanno na guitarra, Ricardo Reis no baixo e Pedro Colangeno na bateria.

    Revolution está acondicionado em um luxuoso digipack triplo, que relembra os bons tempos dos álbuns de vinil e sua capa, desenhada pelo guitarrista Vinnie Savastanno, mostra uma árvore sem galhos em meio à um local árido no entardecer ( alguma semelhança aos tempos secos que estamos passando? ... imagina!!! - além de significar também o próprio renascimento da banda ) e é composto por onze faixas, que foram gravadas no Estúdio Lamparina em São Paulo/SP por Thiago Hóspede do Worst entre novembro de 2014 a março de 2015.

    Save Me abre Revolution com toques melancólicos e vozes desconexas, para que em poucos instantes, o ritmo do Heavy Metal poderoso do quarteto apareça e envolva o ouvinte através de seus solos de guitarras, seus bons vocais potentes e uma atuação marcante na bateria e no baixo, que exibem linhas bastante modernas. Depois temos Worst In Me, que prossegue com o mesmo grau intenso da anterior, só que um pouco mais agressivo e ao mesmo tempo melódico, que destaca os ótimos vocais de Wanderson Barreto, que se saiu muito bem na função de vocalista e o Rygel consegue conquistar o ouvinte com uma certa facilidade, ainda mais se você for um fã do Adrenaline Mob. Entrando como um rolo compressor graças a uma sequencia vigorosa oriunda bateria de Pedro Colangeno, The Story Begins demonstra um andamento frenético diminuído apenas no refrão, que é mais melódico e com uma grande interpreção nos vocais. Inclusive, quero que repare em como o Rygel tratou da parte instrumental nesta música e como a deixou cativante.

    Em seguida, o quarteto segue firme com Before The Dawn, que é mais acelerada e conta com linhas agressivas nos vocais, que são sustentadas com primor no ritmo instrumental abrindo espaço assim para os competentes solos de Wanderson Barreto e Vinnie Savastanno em suas guitarras.

    Para Mutual Leechin, o batera Pedro Colangeno realiza um início 'metralhante' que se funde aos toques do baixista Ricardo Reis e produz um andamento incansável, que é vocalizado com muita habilidade por Wanderson Barreto em convidativas linhas cada vez mais rápidas, que chamam a convidada Ana Floramurano para pronunciar alguns versos enaltecendo ainda mais a quinta canção de Revolution.

    De estilo mais cadenciado e dotado de belas melodias, Meaning Of Life pega o fã em seus solos de guitarras, que estão um pouco mais 'sujos' e também nos vocais quando são cantados com emoção, embora Wanderson Barreto alterne com precisão quando deseja soar mais agressivo nesta música. Atente também para os solos de guitarras mais pesados, para os momentos onde reparamos pitadas de Prog Metal em suas linhas e confira como estamos diante de uma ótima canção. Deixando as guitarras crescerem ante a reluzente atuação do baterista Pedro Colangeno, a raivosa Arisen caminha para uma fusão de Thrash Metal com Heavy, onde seus elementos do Thrash estão mais evidentes, mas, quando ouve-se com atenção, especialmente os solos de guitarras sente-se toda a magia de seu Heavy. Ponto para a banda com suas ótimas evoluções nesta sétima música.

    No princípio de Repentance o baixista Ricardo Reis dispara ótimas notas ante à um crescente de bateria e guitarras que trazem a presença de Nando Fernandes ( ex-Hangar ) cantando junto a Wanderson Barreto e isso... enriquece ainda mais este brilhante Heavy Metal de andamento cadenciado e de longos solos de guitarras. Exibindo um começo mais calmo em suas primeiras notas, que em seu decorrer ganha mais peso, Burning Remains continua Revolution com o quarteto crescendo entre linhas de partes bastante pesadas e cadenciadas para outras notadamente melodiosas, que te inspiram a cantar junto com a banda, entretanto, o que chama a atenção mesmo são os solos de guitarras com leves pitadas de Blues em seu excelente refrão de fácil assimilação.

    Damage Done é iniciada aos dedilhados calmos e à maneira que vai ganhando mais energia exibe Wanderson Barreto cantando de forma mais tranquila, salvo no refrão, onde ele alterna melodia e agressividade em sua voz, uma efetiva marca do Rygel neste cd.

    Para finalizar este exuberante Revolution temos This Man, que após um começo instrumental poderoso segue no seu estilo mais irado, que faz o ouvinte se ligar pelas quase constantes alternações instrumentais que o quarteto realiza, e assim como em várias outras anteriores, essa certamente fará os fãs 'banguearem' em suas execuções ao vivo.

    Se Imminent já deixou claro que o Rygel merecia tornar-se mais conhecido, este novo Revolution que foi produzido com muita competência pode e deve levar a banda para outro nível, ou seja, clamar sua posição de destaque no cenário nacional. Quem costuma ouvir nomes como o nosso Noturnall e o Adrenaline Mob deve prestar muita atenção à este quarteto da baixada santista, que lançou indiscutivelmente um dos melhores discos do ano.
Nota: 10,0.

Sites: http://www.rygel.net e http://www.myspace.com/rygelband.

Por Fernando R. R. Júnior
Outubro/2015

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