Profecia do Caos - Pregação da Maldição
8 Faixas - Independente - 2016

    A banda mineira Profecia do Caos teve sua fundação em abril de 2014 na cidade de Poços de Caldas e eles são praticantes de um Metal Extremo com linhas progressivas e modernas no que convencionou-se de chamar de Djent Metal. Em pouco tempo de existência, eles já se apresentaram ao lado dos croatas do War Head, do Torture Squad, do Krisiun, do Endrah e do Ratos de Porão.

    Depois que o line up inicial de um trio se estabilizou para um quinteto composto por Fernando Mohamed ( baixo ), Natanael Leda ( guitarra ), Edu Krammer ( vocal ), Fábio Basso ( guitarra ) e Brenner Valverde ( bateria ), os trabalhos do Profecia do Caos foram direcionados para o álbum Pregação da Maldição foi registrado no Studio Athenas em Poços de Caldas/MG e a sombria capa, que mostra um ser com as mãos encobrindo os olhos e o encarte é assinado pelo guitarrista Fábio Basso.

    A dupla Intro/Profecia faz a abertura de Pregação da Maldição, primeiro com dedilhados mais sinistros, que são devidamente acompanhados na bateria e nas guitarras, e depois, assim que ouvimos os urros iniciais, chega o denso ritmo elaborado com muita fúria a cada verso, além de ótimos solos dos guitarristas prontos para sair sacudindo o pescoço em sua audição. Na segunda, que é a Olhos Vendados, o quinteto mineiro envia uma ríspida, curta, acelerada e dilacerante faixa, que pouco depois fica mais cadenciada e urrada até terminar mais velozmente com a cólera de seus versos lá no alto. Em Punição, o Profecia do Caos exibe um princípio técnico para disparar seu Death Metal mortífero de forma mais cadenciada expelindo urros raivosos dos mais esmagadores e incendiários possíveis, que exalam uma letra bastante contestadora.

    Para Nostradamus temos solos de guitarras executados por Fábio Basso e Natanael Leda contracenando com um estilo devastador nos vocais guturais de Edu Krammer, que mesmo em uma curta faixa, sua cólera é exibida com muita habilidade pela banda. A seguinte é Pilhagem e tanto o baixo tocado por Fernando Mohamed quanto a bateria de Brenner Valverde se evidenciam mais para então a linha mais cadenciada ser a escolhida pela banda, sempre com muita ira a cada trecho, que ao passar de seus minutos recebe mais peso, velocidade e lógico, muita violência sonora ( com direito inclusive a alguns 'pig squels' ) se tornando ideal para a abertura de uma roda.

     A sexta de Pregação da Maldição é a esmagadora Apocalypse do Ódio, que mantém a estrutura extrema e caótica do Profecia do Caos como pode-se sentir nos vocais urrados de Edu Krammer e no andamento infernal, que destaca o baixo de Fernando Mohamed, que em colaboração ao que acontece nas guitarras, nos vocais e na bateria, sentimos a produção efetiva de uma cortante composição, onde sua veia moderna fica mais clara.

    Em Visões percebe-se que o quinteto caminha por várias alterações técnicas no andamento da música, porém, com uma constante: a impecável violência a cada nota, onde seus guturais são questionadores quanto à nossa realidade sem esperança.

    Encerrando este breve álbum, que elevou os níveis de brutalidade a índices fora dos padrões, onde aliás, pode-se confirmar mirando a atenção aos toques destruidores do baterista Brenner Valverde, que trazem a impiedosa faixa titulo, a Pregação da Maldição, que após seu urro matador inicial segue por um percurso mais cadenciado que se alterna por momentos rápidos simplesmente mortais e outros onde a habilidade dos músicos se sobressai. Não posso também deixar de enfatizar os toques do baixista Fernando Mohamed, que exprimem muita técnica e são utilizados no momento certo da música.

    Um ponto muito interessante sobre o Profecia do Caos é que eles possuem suas letras em português e isso não atrapalhou em nada a insanidade que é aplicada em cada música de Pregação da Maldição, que é uma ótima pedida para os fãs do estilo Djent e Technical Death Metal, pois, os mineiros não dão descanso em nenhum minuto sequer... é bordoada em cima de bordoada, que são ideais para se recuperar de um dia estressante socando o ar com muita cólera. E a banda já está trabalhando no seu sucessor, que deverá ter seu lançamento ainda em 2018.
Nota: 8,0.

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Por Fernando R. R. Júnior
Fevereiro/2018

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