Pop Javali - The Game Of Fate
11 Faixas - Independente - 2014

    O Pop Javali é um Power Trio criado na cidade de Campinas/SP em 1992 por Marcelo Frizzo no baixo e vocal, Jaéder Menossi na guitarra e Loks Rasmussen na bateria, que desde então manteve seu mesmo line-up e que já resultou em dois álbuns, sendo o primeiro o No Reason To Be Lonely de 2011 e o segundo ( e assunto desta resenha ) The Game Of Fate de 2014.

    Toda a qualidade que estes músicos adquiriram ao longo de sua carreira levaram a realizar a abertura de importantes shows de nomes como André Matos, Nando Reis, Deep Purple, Ugly Kid Joe e Uriah Heep.

    A produção de The Game Of Fate é dos 'dois doutores' Ivan e Andria Busic e foi realizada no Studio Sonata 84 em São Paulo/SP, onde foram realizados os processos de gravação e mixagem, sendo que somente a masterização ficou por conta do experiente Atila Ardanuy. A capa, que explicita o conceito de "o que você faz com o seu tempo?" é de Ricardo Rossi e este tema abordado em seu título sobre o jogo do destino é explorado nas onze faixas do cd, que vou comentar mais detalhadamente nas próximas linhas.

    Com uma pegada fortificada de guitarra e bateria, Lie To Me abre de forma vibrante The Game Of Fate com as contundentes vocalizações do baixista Marcelo Frizzo em um Heavy Rock de alto nível. Depois, eles seguem com Healing No More, que é possuidora de linhas mais calmas em alguns trechos, mas que tornam-se bastante encorpadas em um Hard Rock de ritmo bastante contagiante e que inspira a cantar com a banda. Destaque também ao solo de guitarra feito por Jaéder Menossi e seu refrão, que é cantado em coro pelo trio lembrando dos grandes momentos dos anos 70. Para Mindset, o Power Trio nos envia um cativante Rock´n´Roll dotado de riffs de guitarra e de melodias vocais que ganham o fã em sua primeira audição. Mais uma vez, tenho o dever de chamar sua atenção na hora dos solos de guitarra de Jaéder Menossi, que são simplesmente exuberantes e quem aprecia o Queensrÿche dos tempos de Geoff Tate nos vocais irá se identificar com a postura e a forma de cantar de Marcelo Frizzo.

    A próxima é Road To Nowhere, que é possuidora de um ritmo Hard muito sedutor, além de contar com vocalizações que contém muita emoção e uma atuação instrumental que é simplesmente ímpar, seja em quaisquer um dos três instrumentos ( guitarra, baixo e bateria ), que você escolha para ouvir com mais atenção. Com um andamento mais pesado, Free Men denota os lados mais Heavy Metal do Pop Javali através de linhas cavalgantes, que chamam os solos de guitarra de Jaéder Menossi, que sabe como deixar o ouvinte satisfeito sem precisar exprimir muita técnica, ele apenas executa cada nota com muito sentimento ( sem aplicar uma enxurrada de notas ). Somando-se a isso temos as linhas de vocais envolventes de Marcelo Frizzo, que eletrificam ainda mais a audição.

   Para a seguinte, percebemos dedilhados mais suaves, onde o trio optou por uma canção que vai recebendo mais potência no decorrer de seus minutos, e assim, Time Allowed exibe um estilo mais Progressivo e que aprecia-se instantaneamente. Também podemos notar como a banda colocou a alma na canção, que está cheia de alterações empolgantes em sua parte instrumental e isso sem contar o refrão, que é daqueles de fácil assimilação e que vamos curtir rapidamente.

    A Friend That I´ve Lost é a sétima de The Game Of Fate, que é exibida após um início onde fica demonstrada com precisão a capacidade e a afiação do trio, pois, somos conduzidos para uma verdadeira sonzeira, que fica melhor e mais poderosa à maneira que Marcelo Frizzo canta seus versos. E nesta música confirmei uma impressão que me permeava  até aqui: os solos de Jaéder Menossi em sua guitarra passam a habilidade e a adrenalina na mesma proporção que Yngwie Malmsteen costuma fazer, quando este lendário guitarrista pende para o Hard Rock.

     Na sequencia recebemos os potentes solos de Wrath Of The Soul, que torna-se mais eletrizante assim que seus versos são cantados com primor por Marcelo Frizzo. E o trio realiza tantas boas variações, que levam a música se transformar de um Hard Rock para AOR. Depois, chega a vez do baterista Loks Rasmunssen se evidenciar ante nossos ouvidos nos primeiros instantes de Enjoy Your Life, que é uma animada e muito positiva composição do Pop Javali devidamente guiada por seus riffs de guitarra, que por serem muito bem trabalhados, certamente, serão totalmente agradáveis aos fãs de Deep Purple e aos fãs dos Hard´s criados pelo Van Halen, e isso, sem mencionar os seus vocais em coro no refrão. Aliás, te convido a reparar também mais detalhadamente no que faz o baterista, que toca no contratempo diversas vezes.

    De uma pegada mais agressiva, I Wanna Choose é um Heavy Rock vocalizado com muito feeling por Marcelo Frizzo em evoluções cada vez mais impactantes, graças aos solos de Jaéder Menossi em sua guitarra. Agora, o momento que o Pop Javali suaviza esta décima canção é de arrepiar e isto acontece logo após a longa sucessão de solos, ouça-a com atenção.

    Para fechar este brilhante álbum, hora de sua faixa título, a longa The Game Of Fate com seus dedilhados, repiques e toda a dedicação dos vocais, que fazem desta balada Heavy um dos pontos altos do cd. Sabe quando uma banda se supera, bem este é um caso extremamente claro. Afinal, os caras elevam seu ritmo e melodia trazendo ares progressivos entre solos de guitarra, que trazem a primazia de seu Hard Rock daqueles que parecem que não vão terminar, crescem cada vez mais a cada instante enriquecendo a canção de uma tal maneira que é para se ficar boquiaberto.

    Seja pelo tempo de estrada, pela imensa habilidade dos músicos, pelo excelente momento criativo ou a soma de todos estes fatores, o Pop Javali cravou um sensacional trabalho com este The Game Of Fate, que é muito indicado você possuir em sua coleção e desfrutar de uma sonzeira Hard´n´Heavy da melhor qualidade e que não é tão comum existir no Brasil.
Nota: 10,0.

Sites: www.popjavali.com.br, www.facebook.com/popjavali, www.twitter.com/popjavali
www.youtube.com/popjavali92 e www.soundcloud.com/popjavali.

Por Fernando R. R. Júnior
Setembro/2015

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