Perc3ption - Once And For All
 9 Faixas - Shinigami Records - 2016

    O Perc3ption é uma proeminente banda que transita pelo Power e Prog Metal, cuja origem remonta ao ano de 2007. De lá para cá, eles já disponibilizaram o EP Insights de 2009, o single Dead Man In Me de 2011 e o 'debut' Reason And Faith de 2013 com temas polêmicos e obscuros, sendo registrado no Norcal Studios em São Paulo/SP com produção de Edu Falaschi ( do Almah ) e coprodução da dupla Brendam Duffey e Adriano Daga. Consta no currículo do Perc3ption a participação como atração de abertura dos shows de Amorphis, Evergrey, Shadowside e MindFlow.

    Dispostos a irem além, o novo Once For All conta com uma belíssima capa com um pianista tocando em uma cidade toda congelada, que é assinada pelo baixista Wellington Consoli da After Design baseado em um conceito dos demais membros do Perc3ption, que são Glauco Barros e Rick Leite nas guitarras, Dan Figueredo nos vocais e Peferson Mendes na bateria. Além disso o encarte conta com ótimos desenhos para cada música, o que valoriza o formato físico. As gravações de Once For All foram comandadas pelos integrantes Glauco Barros e Guilherme Lima no Perc3ption Studios em São Paulo/SP enquanto que a mixagem e a masterização é do citado Glauco Barros junto a Rodrigo Ninrod em seu Ninrod Studios também na capital paulista.

    Persistence Makes The Difference poderia ser um mantra da banda, mas é o título da primeira canção, que começa em uma elaborada, épica e acelerada linhagem Power Metal com riffs de guitarras, vocais, baixo e bateria exalando aquela contagiante energia em um estilo positivo e totalmente Heavy Metal. Entretanto, o Perc3ption mergulha também no Prog Metal tornando esta primeira faixa ainda melhor com Glauco Barros e Rick Leite capitaneando os solos de guitarras. Depois, com acordes orquestrados, que dão lugar ao andamento mais cadenciado e melodioso, Oblivion´s Gate mostra o vocalista Dan Figueredo cantando de forma mais distante com vocais graves, formato que tem sido muito usado por algumas bandas atualmente e junto à sua base mais Heavy conferem um ar moderno ao Perc3ption, com destaque aos solos de Glauco Barros e Rick Leite e aos toques do baterista Peferson Mendes, que abrem o breve momento viajante da música.

    De princípio mais calmo Mariliane Brizzotti participa aos dedilhados envolventes na bela balada Heavy Rise, que mostra Dan Figueredo cantando com emoção até o momento que os demais colocam mais força na parte instrumental e posteriormente, alternarem sua melodia entre o peso e a leveza de forma mais Progressiva, que certamente vão te conquistar pela categoria aplicada pelo Perc3ption, que recebe Edu Falaschi nos teclados. Para Immortailty, o quinteto envia uma excelente melodia que vai caminhando por um crescente e se tornando mais harmoniosa no decorrer de seus minutos, que são vocalizados com muito carisma por Dan Figueredo, sendo que o refrão em coro traz uma aura mais orquestrada para a música, entretanto sem esquecer do Heavy Metal nas linhas de guitarras soladas conjuntamente.

        A longa Braving The Beast começa com vozes de crianças em uma atmosfera mais viajante e pouco depois aflora o seu lado Heavy Metal, porém, completo em suas evoluções instrumentais, que trazem as vocalizações muito empolgadas de Dan Figueredo ante aos ótimos backing vocals de Mariliane Brizzotti e Rodrigo Ninrod, que depois o Perc3piton imerge na parte Progressiva da canção inalando muito peso, como por exemplo, nos solos de guitarras feitos por Glauco Barros e Rick Leite, que chamam a atenção, e também posteriormente nos dedilhados, que trazem as narrações de Oscar Palácios quando a viagem se aprofunda e encerra esta quinta faixa do cd.

    A densa e encorpada Magnitude 666 entra conquistando o ambiente com suas linhas instrumentais mais aceleradas e vocalizadas com mais agressividade, que servem para evidenciar uma nova participação do produtor Rodrigo Ninrod nos vocais junto a Dan Figueredo, que nesta, o quinteto nos entregou um Prog Metal repleto de adrenalina, daqueles que são ótimos para 'banguear'.

    Para a trinca final, encontramos a suíte The Apocalypse Trilogy, que é iniciada com a Welcome To The End, que já exibe os vocais líricos da convidada Mariliane Brizzotti em uma sensível melodia executada nos teclados, que tocados nesta primeira parte por Edu Falaschi, que ganha mais potência e um pouco de velocidade em um crescente instrumental voltado ao Power Metal. E a partir do momento que a junção com os vocais acontecem... temos uma marcante composição, que vamos gostar com facilidade.

    Sem que se perceba sua ligação com a anterior, a segunda parte da trilogia a Exctintion Level Event é mais feroz em seus vocais quase guturais e bem mais rápida além de conta com complexas partes instrumentais, que impactam logo em sua primeira audição e apresentam trechos mais Power Metal para pouco depois se tornar mais dramática e emocionante antes do eficazes solos feitos pela dupla de guitarristas e dos seus versos finais. Após as terríveis consequências explanadas nas letras anteriores percebemos o Perc3ption seguindo por uma melodia mais animada, porém, significativamente fortificada em sua parte instrumental e revigorante em seus vocais, que trazem uma mensagem positiva, que glorifica e eleva esta última parte de The Apocalypse Trilogy cujo subtítulo é Through The Invisible Horizons.

    Once And For All é um sensacional, emocionante e surpreendente álbum, que merece ser ouvido muitas vezes e com o encarte nas mãos para que se possa apreciar mais detalhadamente suas letras. Aos fãs de um Prog Metal com claros flertes com o Power Metal... mergulhem nesta obra do Perc3ption, que não é exagero afirmar que se trata de um dos melhores lançamentos de 2016, pois, essa galera merece voos cada vez maiores.
Nota: 9,5. 

Sites: www.perc3ption.com, www.facebook.com/perc3ption e
www.youtube.com/perc3ption.

Por Fernando R. R. Júnior
Fevereiro/2017

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