Motorocker -  Igreja Universal do Reino do Rock
Rock Brigade Records - 2007

    “Esse é o chamado da libertação, a satisfação é a nossa ordem meu irmão!”, com essa frase tradutória começa a rodar esse que é o melhor play de rock brazuca que ouço em tempos. A banda Motorocker, oriunda do Paraná, lançou esse ‘disco-preto’ pela Rock Brigade Records em 2006, mas só agora é que chegou não mão de todos da imprensa especializada, estranho né? Ainda mais por ser um disco de tamanha qualidade.

    Logo de cara você acha que é uma banda calcada no Motörhead ( até pelo nome ), mas não, eis que ao apertar o play você se depara com o AC/DC cantando em português! Acha exagero da minha parte? Então, compra o disco meu irmão!

       As seis primeiras faixas são 100% AC/DC, na voz, nas guitarras, nas viradas de bateria e no baixão compassado, mas tudo com a nossa língua. A primeira faixa é o título do álbum e nos diz como seria a igreja perfeita pro rocker de corpo e alma como nós. O Blues do Satanás nos relata como foi uma visita do senhor Satã aos malárias ( que é como se chama a turma rocker, segundo a gíria deles ) e que não acabou nada bem, pro lado do ‘coisa-ruim’ é claro! ( PS: Repare na risadinha do Zacarias no final ). Salve a Malária é um hino de saudação à nossa turma de botina e roupa escura que é da paz, mas dá porrada em quem procura! O Caminho e as Verdades da Vida é uma cartilha da vida mundana em que estamos atolados até o último fio do nosso cabelo ensebado...hehehehe...

    Tocando o Horror é a mais romântica ( se é que podemos dizer isso dela ) do disco e aí começa a fase em inglês que tem grandes petardos que podemos considerar um ‘novo disco’ de inéditas do AC/DC até que eles resolvam lançar algo novo na praça ( será que um dia eles irão fazer isso de novo? ). Temos Loudest Rock to Crowd que nos chama à coroação do Rock Pesado!

    Shadow Road tem um clima de Status Quo ( outra influência palpável dos garotos). Rock and Roll Old Fashioned tira um pouco o pé do acelerador e serve de desculpa pra eles descreverem suas influências mais descaradas como: “...AC/DC, Motörhead, Ramones and Black Sabbath ‘till my ears bleed...” e Evil Hound é um bluesão onde o vocalista Marcelus escancara de vez o Brian Johnson que existe dentro dele.

    A banda é composta também por Juan na bateria, Luciano Pico na guitarra ‘angusianista’ e Sílvio Kruger no baixo que juntos encerram o álbum de estréia com uma versão matadora e um pouco mais rápida de Back in Black, sim a mesma que está na sua cabeça. Nota 10 para o Motorocker e que venham mais discos como este, pois uma das marcas registradas das bandas do coração deles é que um disco igual ao outro nunca fez mal!

Site: www.motorocker.com.br

Por Alexandre WildShark