Moby Jam - Sem Juízo
8 Faixas - Independente - 2014

    A origem do Moby Jam remonta ao ano de 2006 quando Elson Braga ( Thuco ) no baixo, Augusto Borges na bateria e Marcelo Vargas na guitarra, vocais e violões na cidade de Varre-Sai/RJ começaram a mostrar suas composições vibrantes nos seus shows rendendo premiações em festivais de bandas como o Buzios RJ Motofest e o festival de Campos/RJ, em uma disputa com mais de 70 bandas. Importante dizer também que o Moby Jam recebeu duas moções honrosas da Câmara de Vereadores de Varre-Sai, o que não é comum de acontecer com uma banda de Rock.

    O Moby Jam também foi uma das bandas que foram selecionadas para estrelarem a coletânea Roadie Metal Volume 8, além de entrevistas em programas de rádio e nas TV´s regionais da região dos Lagos/RJ. O álbum de estreia da banda recebeu o título de Sem Juízo e foi gravado, mixado e masterizado por Márcio Pombo no Estúdio Pombo em Teresópolis/RJ entre janeiro e abril de 2014. Na capa temos um desenho de Felipe Mazza passando uma sensação de aridez. E nas oito músicas de Sem Juízo vamos encontrar composições em português calcadas no Rock mais setentista com letras em português.

    Com um ritmo largado Purpurina abre Sem Juízo com uma eletricidade considerável, especialmente, pelos seus toques instrumentais condutores de um alto grau de envolvência, que deixam claro o potencial do Power Trio de nos agradar logo de cara. Na segunda, eles atacam com dedilhados fortes e cativantes, que trazem os vocais de Marcelo Vargas passando emoção em um ritmo mais calmo, que fazem de Sol também ser uma canção cheia de adrenalina, onde recomendo reparar em seus solos de guitarra e em como eles ganham mais eletricidade no decorrer da música. Mais cadenciada e com um Hammond tocado por Márcio Pombo, Chuva Ácida marca a terceira de Sem Juízo e é uma sonzeira devidamente orientada pelos seus solos de guitarra e pelo estilo que Marcelo Vargas canta seus versos, que ficam mais fortes e mais cativantes até o final da canção.

    Para Descalabro, o Moby Jam ataca com um andamento ardoroso, constante ( salvo apenas quando o piano se evidencia ) e que é cantado com um pouco de agressividade por Marcelo Vargas de uma forma que certamente vai acabar conquistando o ouvinte. Em Homem de Gelo, eles nos expõem a uma canção pulsante, cujo início instrumental é deveras cativante e que posteriormente segue por vocais ora mais fortes, ora mais distantes, porém, sempre ambientados por solos distorcidos na guitarra.

    Na versão de Bilhar a Minha Estrela ( Dá Mais Um ) da banda Sangue da Cidade, o Moby Jam faz uma incursão por um Reggae e obviamente que seu estilo é responsável por produzir uma atuação com muitos toques do baterista Augusto Borges e também solos longos do guitarrista Marcelo Vargas, que conta com Márcio Pombo participando novamente e enriquecendo mais a música em seu Fender Rhodes, além de prestarem uma homenagem à este importante nome do Rock Carioca dos anos 80.

    Mais calma e até que viajante, O Voo proporciona um relaxamento de forma que recomendo ouví-la de olhos fechados para uma maior absorção de suas melodias. Encerrando o cd, o Power Trio exibe sua faixa título, a Sem Juízo, que começa flamejante em seus solos de guitarra, em seus toques de baixo e de bateria marcando vocalizações em um ritmo voltado para o Stoner.

    Que o Moby Jam possa continuar trilhando os tortuosos caminhos do Rock Nacional exibindo suas composições nesta pegada viajante, descolada, setentista e com letras em português, sempre com a efervescência dos riffs de guitarras, conforme está demonstrado nestas oito canções de Sem Juízo, pois, o Rock'n'Roll de verdade, que gostamos mesmo, é desta forma e não com todas as modificações que vemos por aí.
Nota: 8,5.

Sites: www.mobyjamoficial.com.
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Soundcloud: https://soundcloud.com/moby-jam.
 

Por Fernando R. R. Júnior
Novembro/2017

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