Liférika
 11 Faixas - Muqueta Records- 2015

    O Power Trio Liférika teve sua origem em Taboão da Serra, Zona Sul de São Paulo/SP em 2011 com Diego Alves nos vocais e guitarra, Adriano Nascimento no baixo e Caul na bateria, sendo que tudo começou a partir de um sonho de Diego Alves, que ele conta da seguinte forma: "Estávamos tocando para uma galera muito louca... e o público gritava Liférika! Liférika!". Assim, eles mergulharam em um Rock´n´Roll autoral pesado, puro e simples com passagens de Stoner Rock de letras em português.

    Desta maneira, eles tem percorrido o circuito Underground e nestes quase seis anos de banda, já abriram show do Devotos de NSA do Luiz Thunderbird, ex-VJ da MTV. A direção artística, produção, gravação, mixagem e masterização da Muqueta Records.

    O encorpado Rock´n´Roll do Liférika começa com a Em Sã Consciência através de um ritmo pesado, que é guiado pelos solos do guitarrista Diego Alves, que canta os versos da música em uma forma bem despojada, meio que voltada para um Stoner Rock, que vai te impactar positivamente por sua energia e fará você curtir a música logo de cara. Em seguida temos Brincando Com a Sorte, que seu início destaca o baixista Adriano Nascimento com toques simples, mas que funcionam perfeitamente na canção, que contém uma letra mais agressiva em um andamento revoltado, pesado e direto.

    Com uma pegada Rock mais suja, Ao Velho Mundo é a terceira do cd em uma aliança competente da eletrizante parte instrumental com os vocais. É o Power Trio demonstrando muito vigor a cada faixa e nesta, eles esbanjam energia conquistando o ouvinte, especialmente no solo de guitarra de Diego Alves, que exibe um ótimo crescente. Para Meu Amigo encontramos riffs mais largados e potentes, que chamam o Rock´n´Roll feito com brilho pela banda, que é sempre pulsante o tempo todo e atenção em sua letra. De andamento mais pesado, vocais com um toque de distância em seus versos e um estilo Stoner puro, Cilada aumenta a voltagem do cd, particularmente, quando o vocalista Diego Alves sola sua guitarra.

    Memórias traça um flerte com o Country com um ritmo cativante no violão, que é até mais calmo e mostra os vocais mais suaves de Diego Alves em uma canção gostosa de se ouvir. A linhagem Rocker retorna com a cheia de adrenalina Agatha, cujo refrão será facilmente assimilado, assim como seu saboroso ritmo.

    Em Alucinações, o Liférika apresenta uma música mais rápida, onde intencionalmente os vocais ficam longe para que o trio desenvolva um estilo Rock´n´Roll notadamente descompromissado e envolvente, graças a sua base e seus solos de guitarra. Com a bateria de Caul colocando o peso em níveis consideravelmente mais altos, de forma que o Liférika possa nos mostrar a mais robusta faixa do cd, que é praticamente um Heavy/Punk caótico chamado Ao Seu Lado, onde os vocais estão devidamente encolerizados neste convite para se 'bater a cabeça'.

     E o clima Rock´n´Roll nervoso ferve com a Rua Augusta, que é uma daquelas composições que gosta-se imediatamente, pois, narra como é a famosa rua paulistana. Em tempo, se ligue nas evoluções de baixo, bateria e guitarra que o Liférika apresenta. Inclusive, mantenha-se antenado na seguinte, que após uma ótima introdução, que te convoca a prestar atenção em sua letra, pois, Cigarros e Bebidas segue transbordando empolgação e intensidade. E para fechar o cd, o Liférika disparou a Chuck Berry´s Blues, que além da atraente letra, é uma verdadeira sonzeira, onde a trinca de baixo, bateria e guitarra se sobressaem colocando o astral lá no alto e causam uma vontade enorme de ouvir o cd novamente, além é claro, de prestar uma homenagem o mestre criador do Rock´n´Roll.

    Para quem pensa que o Rock´n´Roll está morto, um álbum como este do Power Trio Liférika é a prova que é possível criar um som de primeira e em português, que recomendo que seja apreciado em alto volume. Quem gosta de nomes como Tomada, Baranga e Carro Bomba saiba que temos mais um grande representante aqui.
Nota: 9,0.

Sites: https://www.facebook.com/liferika/ e https://soundcloud.com/liferika.

Por Fernando R. R. Júnior
Dezembro/2016

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