KroW - Traces Of  The Trade
11 Faixas - Valvulado/Two Beers Or Not Two Beers - 2012

    O KroW formou-se em 2006 na região de Uberlândia/MG e desde então vem praticando um Death Metal nervoso e neste mesmo ano produziram a primeira demo intitulada Contempt For You. Três anos depois lançam seu primeiro cd, o Before The Ashes e fazem uma bela sequencia de shows, inclusive são a primeira banda de Metal brasileira a se apresentar na Moldávia.

    Desta maneira, não demorou muito tempo para que o KroW caminhasse novamente para o estúdio no Rock Lab Estúdio em Goiânia/GO para gravar seu segundo petardo de forma analógica, este com produção assinada por Gustavo Vazquez e Luis Maldonalle, além dos próprios integrantes da banda, Guilherme Miranda na guitarra e vocal, Lucas ‘Carcass’ Simon na guitarra, Humberto Costa no baixo e Jhoka Ribeiro na bateria. Assim, com apoio da lei de incentivo à cultura e lançado pela Valvulado/Two Beers Or Not Two Beers muito bem embalado em uma luva é disponibilizado em 2012 Traces Of The Trade. Detalhe, além da luva, o cd está envolvido em uma capa tripla com um luxuoso digipack, coisa fina mesmo e não comum em lançamentos por aqui, que fazem deste artefato profano um item exclusivo e único para os colecionadores.

    Com os guitarristas Lucas ‘Carcassa’ Simon e Guilherme Miranda solando em alta velocidade, o blasfêmico som do KroW é iniciado com os berros deste último na furiosa Eidolon, a escolhida para abertura do cd, que mostra a habilidade da banda ao tocar seu Death/Black Metal visceral e extremo. Quem também se destaca na banda é o baterista Jhoka Ribeiro e o baixista Humberto Costa, que fornecem o clima para a esmagadora Traces Of The Trade, que é praticamente interligada com a anterior e possuidora de solos de guitarras e vocais ainda mais ferozes. Em Outbreack Of Maniac temos um urro infernal proferido por Guilherme Miranda em uma base instrumental muito extrema, que vem para fuzilar com seu alto grau de fúria, como é percebido na combinação dos solos de guitarras ( que são acrescidos ainda mais com a participação do produtor Luis Maldonalle ) com a bateria, que mais parecem que estamos diante de uma artilharia das mais impiedosas. A curta Franework Of Violence é extrema, crua, veloz e o KroW não dá descanso mesmo pois é vocal gutural com brutalidade sonora o tempo todo.

    Em Endless Lashings o quinteto mineiro realiza uma linha instrumental fortíssima que mais parece que não conseguirão deixar a música ainda mais violenta, mas apenas parece, pois assim que os vocais guturais de Guilherme Miranda entram em cena, os níveis de brutalidade são elevados aos mais aniquiladores Death/Black Metal que conhecemos. Com a bateria de Jhoka Ribeiro sofrendo um ataque desenfreado de 'triggers' e com as guitarras soladas com muito ímpeto temos Hazardolus Punishiment, que é a sexta pancada de Traces Of The Trade.

    Depois com a instrumental March Of Vendetta com seus batuques praticamente indígenas, que contam com a participação de Jack Will na percussão ( do Porcas Borboletas ) temos um momento mais digamos 'calmo', que antecede a acelerada e mortífera Retaliated, que é a seguinte canção do cd e exibe as guitarras e vocais 'pingando' violência com a participação de Arnaldo Lino ( Waitain ) no baixo junto aos solos de guitarras de Guilherme Miranda e Luis 'Carcass' Simon.

    Parecendo um prolongamento destruidor de guitarras e bateria da anterior, Despair prova que os mineiros são sim um dos melhores representantes que temos no país quando se trata de música extrema de qualidade. Para Slaugther Of The Gods o incansável baterista Jhoka Ribeiro pega com ainda mais firmeza nos avassaladores toques para saciarem a garra dos vocais insanos de Guilherme Miranda, que aparecem mais raivosamente a cada palhetada cheia da eletricidade das guitarras do KroW. Encerrando Traces Of The Trade sem dar tréguas temos a colérica System Unfolds que passa seu violento recado seja nos vocais guturais ou no massacrante ritmo sonoro imposto pelo baixo, bateria e guitarras.

    E para fechar esta resenha não posso esquecer de mencionar a arte da capa de Costin Chiorianu ( criador de capas para Grave, Dark Throne e Running Wild ), que é muito bem feita, porém blasfema como o som que a contém e mostra que Traces Of The Trade é um dos mais pesados, extremos e técnicos discos que ouvi neste ano. E o chamado ( até pela banda ) triângulo satânico mineiro ( alusão ao nome da região onde moram ) rendeu mais um nome de muita qualidade, se gosta de um Death Metal extremo do mais raivoso possível, que executa suas músicas com muita técnica e em um álbum muito bem produzido saiba que este cd do KroW é a pedida certa.
Nota: 9,0.

Sites: www.myspace.com/KroWmetal e http://KroWmetalzone.com.

Por Fernando R. R. Júnior
Setembro/2012

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