Kliav
 9 Faixas - Independente - 2015

    Por volta de três anos atrás, a banda da cidade de Campinas/SP Kliav disponibilizou seu primeiro EP com o título de This Is A New Kliav ( confira resenha ), que foi muito bem recebido tanto pelos fãs quanto pela imprensa dado ao seu ritmo frenético de suas quatro canções.

    Para o ano de 2015, o quarteto composto por Theago Liddell nos vocais, Bruno Renato na bateria, Piu Loko na guitarra e Renan Alonso no baixo - agora muito mais conhecido no Brasil - lançou o seu primeiro cd autointitulado, cuja produção é de Guilerme Malosso e as gravações foram divididas em partes, sendo a guitarra e a bateria registradas no Studio Fusão em Cotia/SP, o baixo no Fábrica do Som e a voz no Studio República do Som ( ambos em Campinas/SP ) aos cuidados de Rafael Souza. Os processos de edição, mixagem e masterização ficaram por conta do produtor Guilherme Malosso no Studio RG em Americana/SP e o vocalista Theago Liddell assina o logotipo, as letras e os encartes do cd.

    Ao som de passos que trazem os toques feitos pelo baixista Renan Alonso e sombrias vozes desconexas que aparecem em meio à uma percussão, a destruidora Neka Tumba exibe o fortificado Thrash do quarteto em atormentadas linhas a la Slipknot com diversas modificações em seu andamento, sempre com vocais urrados e alguns lampejos mais limpos com alguns versos em português. É para 'banguear' fortemente bastante e logo no início do cd. Depois com 880 ouvimos um ritmo frenético, extremamente agressivo e que possui um andamento violento, onde percebe-se como os músicos desferem vários "socos na cara", somente diminuindo nos poucos instantes mais melodiosos, que atravessam os obscuros dedilhados antes de retomar sua atmosfera matadora e indicada para se abrir aquela roda insana.

    Em Fame´s Virus, eles nos apresentam a sonoridades estranhas para depois quebrarem tudo em seu misto de Thrash Metal, com New Metal e Death Metal, que alterna momentos mais acelerados com outros cadenciados, porém, sempre furiosamente pesados e avassaladores transformando esta canção em uma devastadora criação, que apesar de seu peso, consegue-se ouvir tudo com clareza. Prosseguindo e sem praticamente modificar o seu estilo, Can You Hide parece um prolongamento da anterior com urros intensos orientados pelo andamento da bateria feito por Bruno Renato e pelo baixo tocado por Renan Alonso, que apenas são quebrados em breves dedilhados, que apresentam vocais ainda mais infernais.

     Para White Flag, o Kliav mostra uma composição com dedilhados mais suaves, que vai ganhando potência em seu decorrer, seja na guitarra de Piu Loko ou na condução do baixista Renan Alonso para estourar em uma colérica faixa, que é vocalizada com muito ímpeto por Theago Liddell em um andamento arrastado, revoltado e contagiante.

    Com sirenes sendo tocadas temos em bom português a São Paulo é Ódio, uma caótica e violenta música que traz à tona vários dos problemas sociais que uma capital de estado possui em vorazes e urradas vocalizações de Theago Liddell. Começando de forma sombria, com riffs distorcidos e com vocais cheios de cólera recebemos a Bullet Time, que segue por um andamento embasado na forma que Bruno Renato conduz sua bateria e também nos raivosos solos de guitarras, que estão muito bem aliados à forma de cantar extrema do vocalista produzindo um clima de beligerância total no ar.

    Depois temos um verdadeiro massacre na bateria, graças a aniquiladora Crop System, que entra cena com um poder de fogo instrumental descomunal, marcando a mais violenta faixa deste cd, que é vocalizada com guturais que a aproximam a um Death Metal, porém, daqueles que possuem muitas alterações técnicas em seu decorrer terminando em um solo distorcido do guitarrista Piu Loko. A faixa título do EP, This Is A New Kliav retorna neste cd com todo o peso, fúria e violência já conhecidos anteriormente, só que agora com uma produção que a deixou ainda mais incansável e brutal, te convocando para abrir uma roda monstruosa durante a percepção de seu andamento arrastado de muitos solos de guitarra dotados de muita distorção tocados por Piu Loko, além de consideráveis pancadas que foram dadas com habilidade pelo baterista Bruno Alonso e sem contar a sessão de urros assassinos do vocalista da banda.

    Neste primeiro full lenght, o Kliav preenche uma lacuna importante, pois creio que não tenhamos no Brasil muitos nomes que produzam um som tão violento e ao mesmo tempo tão técnico a ponto de agradar os exigentes fãs de nomes como Slipknot, Lamb Of God e Pantera sem dever nada em qualidade para eles.
Nota: 9,5.

Sites: http://www.kliav.com e http://www.facebook.com/KLIAV.

Por Fernando R. R. Júnior
Fevereiro/2016

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