Hagbard - Rise Of The Sea King
10 Faixas - Independente - 2014

    O Folk Metal é um estilo que está cada vez mais ganhando novos adeptos no Brasil e consequentemente, mais músicos, que sempre foram apreciadores do estilo e agora, estão se aventurando e produzindo músicas com o mesmo grau de qualidade que observamos nas bandas lá de fora. Uma das bandas que se encaixa neste perfil é a mineira Hagbard, banda formada em 2010 na cidade de Juiz de Fora com a intenção de mesclar folclore, mitologia e Heavy Metal. Em 2011, eles lançaram a demo Warrior´s Legacy, e pouco tempo depois o single Lost In The Highlands, que ajudaram a banda a ganhar mais notoriedade e a participar e festivais como Roça´n´Roll, Odin´s Krieger Fest, Viçosa Metal Fest entre outros.

    E não demorou que o debut cd da banda ganhasse a luz, pois, no final de 2013 Rise Of The Sea King foi lançado de forma independente pelo seguinte line up: Igor Rhein nos vocais, Thiago Gonçalves e Danilo Marreta nas guitarras, Gabriel Soares nos teclados e flauta, Rômulo "Sancho" no baixo e Everton Moreira na bateria.

    As gravações aconteceram no Aba Studio em Juiz de Fora/MG junto a Leo Dimas entre setembro de 2012 a maio de 2013 e os processos de mixagem e masterização foram realizados por Jerry Torstensson ( Draconian ) no Dead Dog Farm Studio em Säffle, na Suécia. A bela capa é do ilustrador Jobert Mello do Sledgehammer Graphix ( que já fez a capa de nomes como Sabaton e Primal Fear ).

    Tal qual como a capa e o título, o cd é aberto com sons marinhos e também com uso de teclados, que te conduzem para o clima épico e medieval proposto pelo Hagbard com a instrumental Eulogy Of Ancient Times. Em poucos minutos chegamos a Warrior's Legacy, que é vocalizada por Igor Rehin com muita agressividade e com os backings vocals em coro, nos mostrando um Folk Metal gostoso de ouvir, pois todos os instrumentos, seja a guitarra, o teclado ou o violino ( do convidado Vinicius Faza ) aparecem com solos no momento certo, fato que inflama ainda mais a composição, que termina com belos dedilhados. E a atmosfera beligerante se intensifica com a Berserker´s Requiem, cujos repiques de bateria e o seu forte andamento estão devidamente aliados aos vocais: os agressivos de Igor Rhein e os suaves ( mais ao fundo ) da convidada Vitória Vasconcelos cravam como a música é boa. E verdade seja dita... tanto na parte instrumental, quanto na vocálica, podemos perceber a coesão alcançada pela banda e isso nos faz apreciar ainda mais o cd, que possui em seus temas a mitologia nórdica, fato que não poderia ser diferente.

    Produzindo aquela viagem medieval com o uso da flauta de Gabriel Soares e com vocais limpos, Mystical Land é um deleite ao fã do estilo, que pode soltar sua mente e mergulhar na sua letra ( aliás, aconselho a pegar sue encarte e acompanhar ), inclusive tenho de ressaltar a nova participação da flautista Vitória Vasconcellos nos backing vocals enriquecendo assim, ainda mais a música.

    Com o violino de Vinicius Faza criando o ambiente para Let Us Bring Something For Bards To Sing recebemos trechos mais agressivos com um forte peso de guitarra e bateria, que passam uma linha de uma convidativa festa, especialmente no trecho que juntamos a melodia e palmas. E nesta, contamos com excelentes solos realizados pela dupla Thiago Gonçalves e Danilo Marreta.

   

    Depois da festa, chega a hora do barco sair em combate e Sail To War deixa esta ideia bem clara com seu andamento mais intenso de guitarras, baixo, bateria e teclados juntos a vocais mais urrados. Entretanto, o sexteto sabiamente incluiu solos de guitarras e também de teclados, que marcam uma divisão no ritmo nos mostrando muita categoria. Com novamente o violino de Vinicius Faza se evidenciando no início ( e também no resto ), temos a acelerada, e não menos agressiva, March To Glory, que conquista rapidamente o ouvinte com seu estilo, que conclama sua participação no embate, e neste caso específico... a cantar seu refrão. Com toques bastante melodiosos e medievais, Hidden Tearas exibe os excelentes vocais de Vitória Vasconcellos em uma excelente e emocionante composição só nos dedilhados de violão e no violino de Vinicius Faza

    Em seguida, o sexteto ataca com Dethroned Tyrant, que começa quebrando tudo, depois fica mais cadenciada e é vocalizada em coro pela banda, porém, eles te surpreendem de vez quando a flauta de Gabriel Soares é solada junto ao matador ritmo instrumental, que abre espaço para que os vocais urrados de Igor Rhein venham à tona mais uma vez.

    Fechando este competente Rise Of The Sea King temos os toques pesados do baterista Everton Moreira, que se ligam na acelerada condução de Until The End Of Day, música dotada de várias mudanças de andamento, vocais urrados, além de convidativos solos de teclados e guitarras, enfim, uma grandiosa canção que te faz querer ouvir tudo novamente, ainda mais quando em sua parte final temos trechos festivos. Sonzeira.

    Para quem é fã de Turisas e Tuatha de Dannan saiba que temos aqui uma trupe que navegará o difícil e complicado cenário metálico brasileiro e alçará facilmente a conquista de novos territórios, e o melhor, sagrará vitoriosa. Não é por acaso que Rise Of The Sea King é um álbum que agrada logo nas primeiras audições, tanto que já despertou o interesse da gravadora SoundAge Productions ( sediada em Moscou/Rússia ), que irá lançar o trabalho na Europa ( lembrando que esta gravadora possui no seu cast Arkona, Grai e muitos outros ). Longa vida ao Hagbard, parabéns aos seus bravos guerreiros pelo brilhante Rise Of The Sea King. Enfim, abram alas... ó mortais, para o Rei do Mar.
Nota: 9,5.

Site: www.hagbardofficial.com e http://www.facebook.com/OfficialHagbard.

Por Fernando R. R. Júnior
Outubro/2014

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