Green Express - Gex
14 faixas - Independente - 2013

    O quarteto carioca composto por Daniel Green na guitarra e vocais, Lipes na guitarra, Butch no baixo e Tomaz Lenz na bateria formaram o Green Express em 2007 no Rio de Janeiro/RJ e Gex é o primeiro registro da banda, que foi gravado no Studio 101 e no Melhor do Mundo Studios por Alexandre Griva, Patrick Laplan, Diego Vivas e Gex HQ no Rio de Janeiro/RJ.

    A mixagem é de Alexandre Griva e a masterização é gringa, pois foi realizada por Chris Hanzsek em Seattle/EUA, fato que conferiu uma significativa qualidade ao cd. Algo que chama a atenção logo de cara neste lançamento realizado em novembro de 2013 é a capa que mostra o 'cockpit' de um avião, aumentando significativamente a vontade de ouvir as catorze faixas do cd.  

    A primeira de Gex é Ice Road que nos leva a riffs de guitarras encorpados, que trazem os vocais de Daniel Green em um Rock Alternativo e deveras agressivo a la Pearl Jam. Esta composição exibe também uma ótima base de baixo e bateria, que concedem aos guitarristas linhas perfeitas para solos ainda mais envolventes no seu decorrer e provam que foi uma excelente escolha para a abertura do cd. Depois, na segunda Bitter Romance percebemos uma linha um pouco mais acelerada e devidamente pesada, que leva uma pegada contagiante de muita energia e que conquista o ouvinte em sua primeira audição. A próxima desde intenso álbum é Pipeline, cujo andamento alterna uma pequena diminuição no ritmo e uma fortificada base Rock´n´Roll vociferada de forma 'largada' por Daniel Green.

    Em Kill The Pain, o quarteto preparou uma introdução de muita categoria, que torna-se mais calma e propicia os longos solos de guitarras de Daniel Green e Lipes, que ficam pesados no ponto certo. Entretanto, quero que preste atenção no final, pois o ritmo que o baterista Tomaz Lenz aplica é resumido em uma palavra: formidável. Voltando a acelerar, Hot City, marca a quinta de Gex e nesta, o Green Express realizou evoluções instrumentais que se fundem perfeitamente com os vocais e você sente ao ouvir como a música te eletriza, pois a adrenalina que é passada só para no último acorde. Com dedilhados que tornam-se mais pesados e mostram claras influências de Grunge no som do Green Express, Evil Mind também sabe como cativar o ouvinte, ainda mais com os ótimos solos realizados por Daniel Green e Lipes.

    Com ares introspectivos, The Station promove uma viagem instrumental quase psicodélica em seus dedilhados, que estão bem conduzidos pela banda. Após um momento de calma, Yellow Lane entra com toda a vibração que o Rock Grunge do Green Express é capaz de passar, veja porque: guitarras rápidas e distorcidas, baixo frenético, bateria tocada com precisão e a devida velocidade, e isso tudo sem contar com a ótima atuação do vocalista.

    Para El Complemento, os dedilhados que te remetem ao Pearl Jam seguem por uns instantes até se modificarem-se em uma verdadeira sonzeira cheia do mais febril Rock´n´Roll de Seattle. Mais uma vez exibindo toda a sua capacidade em criar músicas que prendem o fã na hora, a seguinte, Lovin´Hit é possuidora de um andamento que não para, pois suas guitarras demonstram muita força, sua cozinha não descansa por um instante sequer, os versos são cantados de forma mais largada e devidamente agradáveis.

    Underground Gold Mine mantém a potência do Green Express e nos mostra também as típicas - mas sempre envolventes - mudanças de ritmo, presentes na proposta musical do quarteto, e posso afirmar, eles sempre as realizam com primor. Com mais peso e velocidade Show Me Power traz linhas quase que Punks, que certamente funcionarão perfeitamente ao vivo. Impressionante como o baixo, a bateria os vocais e as guitarras caminham juntos como se fossem um instrumento só nesta décima-segunda faixa. Em Elevator, o quarteto exibe uma queda acentuada na velocidade em um andamento, que lembra do Foo Figthers e nesta o baixista Butch segura o ritmo e o aumenta sua força, para que pouco depois, a melodia criada pelos cariocas fique mais acentuada ao receber solos distorcidos e muitos repiques na bateria. Para encerrar este brilhante lançamento do Green Express temos Mary Me, que começa mais suave e nos apresente suas linhas mais alternativas em um ritmo mais introspectivo, que é muito gostoso de ouvir pela forma descompromissada que é vocalizado.

    Se você aprecia os discos do Pearl Jam, Alice In Chains, Soundgarden, Foo Fighters e outros nomes da cena de Seattle dos anos 90 irá encontrar em Gex literalmente um prato cheio, porém, não se trata de uma cópia do que já foi composto e sim uma sonzeira das boas inspirada pelo o que estes nomes fizeram lá, Aliás, se o Green Express fosse oriundo desta região da América e contasse com o apoio da mídia de lá, seria um sucesso rápido e mundial, mas, mesmo enfrentando mais dificuldades, tenho certeza que esses caras vão longe.
Nota: 10,0.

Site: www.greenexpressrock.com.

Por Fernando R. R. Júnior
Fevereiro/2014

Voltar para Resenhas