Goatlove - The Goats Are Not What They Seem
11 Faixas - Independente - 2012

    O Goatlove é uma banda paulista que teve sua formação durante o ano de 2007 com o aclamado vocalista Roger Lombardi ( ex-Sunset Midnight ), além de Marco Nunes, Fábio Gusmão e Frank Gasparotto nas guitarras, Renato Canonico ( Ancestrral ) no baixo e Alexandre Watt na bateria. E não demorou muito para que este sexteto nos mostrasse seu primeiro trabalho, o ótimo álbum The Goats Are Not What They Seem, editado de forma independente em dezembro de 2012.

    O mais interessante de The Goats Are Not What They Seem é que sua proposta sonora transita por vários estilos musicais, porém pendendo mais para uma mistura de Hard Rock com Gothic Metal e soa completamente original e envolvente. As gravações aconteceram no estúdio The Goatroom em São Paulo/SP e quem assina a produção, mixagem e masterização é o guitarrista Marco Nunes. E para um álbum tão diversificado, posso dizer que ele realizou um ótimo trabalho. A capa é do outro guitarrista, Renato Canonico, que foge dos padrões apocalípticos utilizados por muitas bandas foi baseada em uma fotografia de Priscilla Zamarioni com a modelo Li Borges e prestando um tributo ao primeiro álbum do Black Sabbath ( repare bem que lembra ).

    Após algumas curtas falas tem início Brand New Horse, que é a faixa de abertura do cd com um vocal meio que gótico em um fundo Hard Rock, que é muito bem tocado enfatizando a energia do trio de guitarristas em um ritmo que envolve o ouvinte com facilidade. Depois mantendo o mesmo clima eletrificado temos Beatiful Bomb, com o vocalista Roger Lombardi soltando seu vozeirão com Marco Nunes, Fábio Gusmão e Frank Gasparotto realizando solos de guitarras que não deixam dúvidas quanto à qualidade do trabalho que te cativa na hora.

     E não é que a impressão que estava percebendo desde a primeira faixa acentua-se em Here She Come ( Hot Stuff ), pois o Goatlove exibe claras influências de The Cult e nesta o destaque fica com a participação de Anita Cecilia Pacheco ( do Morpheus Dreams ) nos vocais junto a Roger Lombardi, e isso sem contar o seu ótimo andamento, as levadas de bateria e aqueles solos de guitarras simples, mas que são sempre muito bem-vindos em uma música. Na seguinte, Blade Of Love,  as guitarras produzem uma linha com ótimas melodias, que alternam sua variação de peso a medida que Roger Lombardi canta seus versos, mas sempre em um estilo mais Rock'n'Roll.

    Em Desperate Passion, cuja letra é dividida com Ricardo Batalha da Roadie Crew ( sim... Roger e ele já tocaram juntos ), o baixista Renato Canonico começa com acordes mais graves que dão lugar a um ritmo mais melancólico na mais gótica das canções até aqui de The Goats Are Not What They Seem, que fica mais interessante em seus trechos mais Rock.

    A sexta é um mergulho em um Hard Rock, que está mais pesado e agrada na hora, estou falando de Kill Somebody, que exibe um andamento envolvente e gostoso de se ouvir vocalizado com o vozeirão grave de Roger Lombardi e com backings que aumentam sua aura Rock´n´Roll. Ultra Marine Dog é a mais agressiva que suas predecessoras com um revoltoso grito de Roger Lombardi e um estilo instrumental que lembra um Punk Rock com pitadas de Motörhead na forma pesada que as guitarras são tocadas, tanto que posso dizer que está é uma grande composição, daquelas que já se gosta na primeira audição.

    Com Automatic Fire, o Goatlove volta com o ritmo mais 'largadão' de seu diversificado Gothic Hard Rock em mais outra ótima canção do cd. Aliás, na hora dos solos de guitarras dotados de linhas 'bluesisticas', Marco Nunes, Fábio Gusmão e Frank Gasparotto proporcionam um dos melhores momentos deste trabalho. I Don´t Believe é a mais agressiva das canções deste cd de estreia do Goatlove em um Punk Rock cheio de distorções nas guitarras, bateria tocada com muita força e vocais cheios de cólera, tais quais como os Sex Pistols deixaram na história do Rock em seus primeiros álbuns.

    St. Pity retorna ao Goat´n´Roll, nome que os músicos se referem ao seu estilo neste cd, e em uma linha que sente-se o Rock´n´Roll influenciado por The Cult e System Of Mercy, eles prosseguem com boas melodias que te fazem querer acompanhar a letra, seja pelo ritmo de guitarras ( com eletrizantes e longos solos ) ou pelo ótimo refrão que é de fácil memorização. Para terminar com o grande brilhantismo visto por todas as canções de The Goats Are Not What They Seem temos Devil Sun, que começa mais acústica e exibe linhas mais introspectivas, que se modificam logo após os repiques feitos pelo baterista Alexandre Watt para um andamento mais épico que te conclama a entrar em combate. O interessante é que Devil Sun passa por momentos progressivos, outros mais melancólicos e um trecho Country, que parece extraído da trilha sonora do filme Django, enfim, temos uma excelente harmonia com trechos até viajantes, tais como uma suíte progressiva nos violões e vocais ao fundo que te levam para um final introspectivo dos bons.

    O Goatlove exibiu uma variação sonora significativa neste The Goats Are Not What They Seem ao passar por estilos como o Hard Rock e o Punk Rock, mas sempre sem tirar o vínculo com o Gothic, e mesmo com esse diversificado caldeirão, o grau do cd não diminui em hora nenhuma, muito pelo contrário, dá vontade de ouvir mais vezes. Parabéns pelo lançamento, que tenhamos os próximos.
Nota: 9,5.
 
Sites: http://www.goatloveweb.com e http://www.myspace.com/goatloveweb.

Por Fernando R. R. Júnior
Março/2013

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