Forka - Black Ocean
12 Faixas - Independente - 2013

     Os thrashers do Forka, após o lançamento de Enough de 2010 ( confira resenha ) continuaram firmes, fortes e conseguindo uma aparição maior na cena, que obteve boas críticas nos veículos especializados. Assim desta maneira, em 2013 deram vida ao sucessor deste vigoroso debut cd com o álbum Black Ocean, que foi produzido pelo guitarrista da banda Samuel 'Pastor' Dias e teve seus processos de gravação, mixagem e masterização realizados por Michel Oliveira no Sputinik Studio. A sinistra capa é um trabalho de Rafael Tavares, que mostra que a pegada do som de Ronaldo S. Coelho nos vocais, Samuel 'Pastor' Dias e Alan Moura nas guitarras, Ricardo Dickoff no baixo e agora Caio Imperator na bateria ( substituindo Rodolfo Salviato Grazie ) continua intacta e até mais poderosa.

    A bela instrumental Luna dá inicio ao cd com dedilhados mais lentos, melancólicos e até sombrios, que nos levam para a faixa título Black Ocean entrar com uma linha firme na bateria, que é amplificada em grande velocidade para Ronaldo S. Coelho berrar os seus versos. O que chama atenção nesta música são os repiques na bateria de Caio Imperator, os solos distorcidos dos guitarristas Samuel 'Pastor' Dias e Alan Moura, além das inversões de ritmo realizadas pelo quinteto. Depois o caos impera na rápida Last Confrotation, que é vocalizada com muita fúria e possui um andamento intenso que será ótimo para as rodas. Em Nation Of Ashes ouvimos uma fortificada melodia nas guitarras que evolui para uma violenta e acelerada música com um set instrumental que é para martelar a cabeça mesmo. E isso tudo permeado com vocais totalmente irados que cairão no gosto do ouvinte.

    Exibindo claramente a crueza de seu Thrash Metal Ronaldo S. Coelho inicia Honor com um “1...2...3...Vai!!!”, característica que tenho ouvido em algumas bandas brasileiras e que cria mais energia a quem ouve, como é o caso ouvido nesta quinta canção de Black Ocean. E o que se segue é uma sequencia matadora de solos de guitarras da dupla Samuel 'Pastor' Dias e Alan Moura, além é claro, de uma presença matadora de baixo e vocais agressivos. Como o Forka não tira o pé do acelerador por nenhum minuto sequer, a próxima do cd é Own Blood, porém, sua única diferença com a anterior é que possui um ritmo mais cadenciado dotado de notáveis viradas que ajudam a passar mais ainda a sensação de se quebrar tudo. Ponto para a banda.

    White Mask entra em cena após uma curta fala em português e aí temos uma da mais pesadas e violentas músicas de Black Ocean, pois esta é de ritmo mais cadenciado ( mas aquele que é mais cavernoso ) e é vocalizada furiosamente em cada verso urrado competentemente por Ronaldo S. Coelho. Quando eles aumentam a velocidade podemos sentir que chegaram a um momento para sacudir o pescoço num headbanging incansável.

    Depois, com um início que mostra instantes de Jazz, mas que rapidamente caminham para o caos sonoro, o Forka executa The Last Battle com uma cólera extrema com solos rápidos e distorcidos, ou seja, o que esperamos ouvir quando pegamos uma banda como esta de São Bernardo do Campo/SP. Para Forgiveness Denied, temos duas grandes surpresas: dedilhados mais calmos e versos em português para em seguida o quinteto nos enviar seu rolo compressor, aliás, atente seus ouvidos quando eles aumentam a velocidade e me fale. E se não bastasse a encerram da forma mais calma como começaram, o que aumenta o prazer de ouvir a música.

    Com uma sequencia instrumental passando ondas caóticas temos New Ways, que é um verdadeiro “soco na cara” pela forma que é cantada. Com um berro matador que inicia um andamento frenético temos Evil Love, que invoca uma intensidade muito grande, cheia violência pura seja nas guitarras ou na bateria e leva esta penúltima música de Black Ocean ao posto de uma das melhores do cd, que deverá ficar ainda melhor nas execuções ao vivo. Repetindo a fórmula de acrescentar alguns versos em português proferidos após seu acelerado começo, Empire Surrender é a incansável porrada que tem a honra de encerrar o cd.    

    Em Black Ocean o Forka cravou 12 músicas que são tocadas com um índice de brutalidade sonora bem maior que o segundo álbum Enough. Posso dizer que a banda está mais pesada, mais técnica e estão devidamente prontos para levar aos fãs um som destruidor, especialmente se você for um dos que apreciam o Sepultura dos anos 80 e início dos 90, pois neste cd você encontrará os mesmos níveis de fúria que os mineiros aplicavam em seus discos. Se curte um som assim, nem pense duas vezes e inclua este cd na sua coleção.
Nota: 9,0. 

Site: http://tramavirtual.uol.com.br/forka; http://www.myspace.com/ForkaMetal;
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Por Fernando R. R. Júnior
Julho/2013

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