Encéfalo - DeaThrone
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Faixas - Shinigami Records - 2018

    Nos quase 16 anos de atividades, a banda de Maracanaú/CE, região metropolitana de Fortaleza se notabilizou ao se tornar uma das mais pesadas do Thrash/Death Metal seja no palco ou em estúdio, sendo que neste período eles já lançaram o demo Destruction ( 2008 ) e os álbuns Slave Of Pain ( 2012 - leia resenha ) e o Die To Kill ( 2015 ). Para o seu terceiro disco, o agora Power Trio formado por Henrique Monteiro nos vocais e baixo, Lailton Souza na guitarra e Rodrigo Falconieri na bateria retorna com garra após a saída do vocalista Alex Maramaldo, um dos fundadores da banda.

    As gravações, mixagem e masterização de DeaThrone foram realizadas no VTM Studio com o produtor Andre Noronha e em seu estúdio, o Noronha Home Studio. Sobre as letras Lailton Souza esclarece que "a essência principal do disco é a 'Morte', tanto em ato, como em filosofia e o trono venerando-a como uma verdade suprema e nossa única certeza", que embora não seja um disco conceitual, se baseia na filosofia da morte no trono, ideia que está retratada na sua capa no desenho de Deygor Nogueira.

    A nível de experiência do Encéfalo vale dizer mencionar que eles já rodaram a Europa e o Brasil, além de já terem dividido o palco com nomes do gabarito do Deicide, Belphegor e Sinister, além de importantes festivais pelo país, o que lhes garantiram uma grande exposição aos fãs dos mais diversos lugares.

    A instrumental Intro abre o cd ao som de ventos e dedilhados feitos no violão em uma atmosfera sombria já nos preparando ao que teremos a seguir: um som avassalador, rápido e mortal com a voraz Echoes From The Past, cujos vocais guturais expressam uma fúria incontrolável, assim como percebe-se em suas linhas de baixo, bateria e guitarra. Com gritos agonizantes, o Power Trio dispara Visceral Sadism, que é um Death Metal Extremo com vocais guturais quase que incompreensíveis em meio a uma verdadeira aniquilação instrumental, que se amplifica até os seus breves trechos cadenciados, porque depois é o retorno da total devastação promovida pelo Encéfalo sem clemência por ninguém.

    Sempre diretos e esmagadores, o Encéfalo ataca na quarta de DeaThrone com Annihilation, Contempt To The Majesty, que é a cadenciada e urrada até a enésima potência, porém, aqui pode-se notar algumas partes de Thrash Metal. E o Power Trio segue tão forte que a passagem da quarta para a quinta música não é percebida, pois, a elevação da cólera, dos urros e da velocidade presentes em Blessed By The Wrong Choice parecem uma continuação da anterior, mas, não é... é uma dosagem de violência sem posologia cada vez mais intensa. A segunda instrumental de DeaThrone recebeu o nome de Hell e embora seja consideravelmente pesada nos toques de baixo e guitarra, o seu destaque fica para as fortificadas e diversificadas baquetadas de Rodrigo Falconirei em sua bateria.

    É possível soarem ainda mais extremos? Para nomes como o Encéfalo sim e com facilidade, pois, em These Final Rotten Days, os caras martelam com firmeza em uma das suas mais massacrantes criações, que trazem um solo de bateria poderosíssimo antes de os outros dois solarem juntos na mesma velocidade e isso sem contar os seus implacáveis vocais urrados. Se a ideia é de não  deixar nada no lugar, o terremoto contido em Food For Tyranny está registrada em DeaThrone com essa intenção, porque meu caro leitor(a)... que 'pauladaça' eles gravaram aqui, ouça atentamente e confirme.

    Para Retaliation, a aceleração instrumental e o ódio nos vocais são plenos com urros o tempo todo de forma que o ouvinte sinta como o Encéfalo coloca tudo a desmoronar com seu Death Metal impiedoso. E para encerrar depois de tantas abusivas bordoadas sonoras temos A Hollow Body, que aparece aos dedilhados mais leves - como se servissem para respirar um pouco - antes da última sessão de urros aliados à sonoridade para espancar com nossos ouvidos executada à plena velocidade, que  certamente fará os fãs de Death Metal "baterem a cabeça" repetidas vezes.

    Mais selvagens, mais detonadores, mais exterminadores... é assim que posso definir como está o atual estado do Encéfalo após a audição deste fulminante DeaThrone, que nos brindou com o seu melhor álbum até aqui. Em suma, temos nestas dez composições pouco mais de quarenta minutos de um Death Metal triturador para que os fãs possam encher a boca e dizer para os amigos gringos: "sim... eles são brasileiros e explodem com tudo que tem direito!!!!".
Nota: 8,5.

Por Fernando R. R. Júnior
Janeiro/2020

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