Dynahead - Chordata I
9 Faixas - Voice Music/MS Metal Records - 2013

    O terceiro cd do Dynahead é o luxuoso álbum Chordata I, que além de estar no formato 'digipack', conta com uma linda capa feita por Chris Panatier. A produção, engenharia, mixagem e masterização foram realizadas por Caio Duarte no Broadband Productions entre setembro e dezembro de 2012. Desta vez a banda de Brasília/DF formada por Caio Duarte ( nos vocais, bateria e teclados ), Diego Teixeira ( baixo ), Diogo Mafra e Pablo Vilela ( guitarras ) decidiram mergulhar seu Prog Metal em um inspirado álbum conceitual com a participação do convidado Jorge Macarrão na percussão.

A arte da capa ficou a cargo do renomado artista Jean Michel da Designations Artwork. - See more at: http://metalmilitia.com.br/wp/skinlepsy-saiba-tudo-sobre-o-album-condemning-the-empty-souls/#sthash.1KuOhpYz.dpuf

    Abiogenesis abre Chordata I em um clima que é introspectivo e emocionante sendo bem vocalizado por Caio Duarte, a música recebe um crescente que libera as guitarras de Diogo Mafra e Pablo Vilela nos mostrando em seguida as vozes urradas em uma alternância considerável e significativamente pesada. E o Dynahead já surpreende nesta primeira canção ao voltar com os momentos mais calmos em seu final. Com os guitarristas Diogo Mafra e Pablo Vilela solando com força temos a energia de Bred Patterns e depois a banda aplica variações que estão ora mais melodiosas e ora mais agressivas, o que realmente é uma clara demonstração da habilidade do quinteto e cuja condução em alguns trechos parece com um Thrash Metal ou Death Metal.

    Para Collective Skin ouvimos um set instrumental complexo, que eleva sua força e torna-se um raivoso Thrash Metal cheio de urros, que são devidamente quebrados por uma sequencia mais suave sendo realmente uma mistura mais incomum, mas cunhada com categoria pelo quinteto. Com belos repiques na bateria, teclados se evidenciando mais, ouvimos Caio Duarte cantando Dawn Mirrored In Me em alternações que por alguns momentos estão mais calmas, quase que em linhas alternativas com sonoridade indiana e outros de plena fúria, e mesmo sendo um tanto atípicos, pelo seu estilo, conseguem conquistar o ouvinte, ainda mais com os efeitos que são aplicados.

    Com o piano de Caio Duarte trazendo notas mais melancólicas Echoes Of The Waves possui suas vocalizações cheias de feeling e fazem desta quinta canção de Chordata I a mais calma, progressiva e uma das melhores de todo o cd. Foster evidencia o lado mais Metal, que está de volta e vai pouco a pouco ganhando mais potência em incrustadas ações de guitarras, baixo e bateria até chegar em linhas de vocais agressivas, porém, mais uma vez a banda causa um certo espanto ao voltar ao seu clima mais Progressivo, que em algumas vocalizações ( as calmas ) se aproximam do timbre de Geoff Tate do Queensrÿche, uma das influências da banda.

    Com o baixista Diego Teixeira exibindo uma competente evolução temos a viagem mais intimista de Growing In Veins, que mesmo quando Caio Duarte solta sua voz - e que está agressiva em algumas partes, como é a proposta da banda - a canção não perde sua linha viajante, que é melhor percebida quando Diogo Mafra e Pablo Vilela solam sua guitarras, tanto que qualifico esta ao lado de Echoes Of The Waves como as melhores de Chordata I.

    Aproveitando da viagem iniciada na anterior Hallowed Engine tem seu clima quebrado com as intervenções das guitarras e da bateria que trazem Caio Duarte aos berros, que passam muita raiva em cada um dos seus versos, mas como o Dynahead bebeu das fontes do Rock Progressivo eles encaixam com precisão os trechos mais calmos e algo próximo à um Samba para encerrarem esta oitava composição de forma pesada e sombria. Com toda a emoção que Caio Duarte é capaz de passar com sua voz temos Inevitable, que finaliza o cd em um ritmo de dedilhados que mostram momentos melancólicos e terminam pesados em mais uma grande atuação do vocalista.

    Vale dizer que o conceito de Chordata I, que aborda o surgimento da vida humana em seus aspectos biológicos não acaba aqui, pois é o primeiro volume, que terá sua continuação em 2014 e a forma que posso tentar definir o que você irá encontrar nas nove músicas do cd é um exercício de imaginação... então, pense o que aconteceria se pudéssemos realizar uma fusão de Thrash Metal com Death Metal com Rock Progressivo e Heavy Metal, acrescentando pitadas de Samba ( isso mesmo.. ) e Jazz. Imaginou? Não? Então pense assim: o que aconteceria se o Dream Theater se pudesse fundir com o Cannibal Corpse e que o resultando desta mistura pendesse mais para o Progressivo. Pronto: agora você poderá manjar o que é o Chordata I dos brazukas do Dynahead, mais um baita lançamento da MS Metal Records.
Nota: 9,0.

Site: www.dynahead.com.br, http://www.facebook.com/dynaheadband
e http://www.myspace.com/dynahead.

Por Fernando R. R. Júnior
Setembro/2013

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