Dorsal Atlântica - Terrorism Alive
20 Faixas - Shinigami Records - 2010

    A gravadora Shinigami Records está relançando para as novas gerações o álbum Terrorism Alive dos cariocas do Dorsal Atlântica, petardo que foi originalmente lançado em 2002 contendo o show gravado em 18 de setembro de 1998 na cidade de Fortaleza/CE.

    O trio, então formado por Carlos " Vândalo " Lopes ( vocais e guitarra ), Alexandre Farias ( baixo ) e Guga ( bateria ), exibiu nas 18 faixas do cd ( sendo duas bônus ) o porque que foram uma das mais importantes bandas do Heavy Metal nacional que contaram com o Sepultura abrindo a turnê do seu álbum Straight nos "idos" de 1988. Terrorism Alive foi mixado por Ciero e Tchello Martins no Da Tribo Estúdio em São Paulo/SP e a masterização foi um trabalho de Rodrigo da Rocha no Manhattan Studio no Rio de Janeiro/RJ.

    A faixa responsável por abrir a 'disgraceira sonora' que é o cd é Sign Of The Times, com Carlos Lopes disparando um Thrash/Death Metal bastante cru que certamente provocou rodas de mosh destruidoras, pois, ouvindo a faixa, percebe-se o nível da agressividade que o trio desejou passar aos headbangers presentes em Fortaleza. Sem que se perceba o Dorsal Atlântica emenda as outras três faixas seguintes numa pancadaria só: God´Complex ( um puro HC ), Rapist ( destacando a  esmagadora atuação do baterista Guga, além de todo o ódio demonstrado pelos vocais de Carlos Lopes ) e por fim, sem parar um instante, tocaram Who The Fuck Do You Think You Are - com uma energia que vai do Punk ao Thrash Metal visceral.

    Sem pausas. É assim que a cataclismática Dor mantém a violência sonora lá em cima. Depois em Alll The Women ( I´Ve Loved ), o baixista Alexandre Farias realiza uma vibrante evolução enquanto a bateria apresenta competentes repiques e a guitarra de Carlos produz muita cadência para os poucos e fortes vocais que são para 'bater a cabeça' mesmo. A próxima de Terrorism Alive é Black Mud e seu ótimo início instrumental extremamente pesado nos mostra mais da fúria ensandecida dos vocais de Carlos Lopes. Velhice possui um andamento mais cadenciado que despenca num arrebentador Thrash/Death urrado em português com muita raiva pelo vocalista, que também deixou riffs massacrantes em sua guitarra ( imagino aqui como devem ter sido as rodas nos trechos velozes... ). A seguinte é Vitória, e asseguro, é uma das melhores já criadas pelo Dorsal Atlântica, pois a destruição que segue é o puro Thrash/HC. Com riffs cadenciados e muita agressividade temos The Ones Left Screaming e o andamento desta décima música é ideal para ficar bangeando; o destaque vai para o longo solo que Carlos Lopes extrai de sua guitarra, que levam à um final quase Death, especialmente pelos vocais urrados.

    H.I.V. é mais na linha Punk/HC com bastante repiques de bateria. O show do Dorsal Atlântica é sem muitas falas com os fãs, é agressividade cadenciada ou não, tanto que em Madness ( devidamente interligada com a anterior ), os instrumentos garantem a precisa fúria para Carlos Lopes enraivecer a todos com seus vocais. Com o título anunciado em português, Blood Pact aumenta ainda mais os índices de brutalidade do trio, que diminui um pouco quando o andamento cadenciado e distorcido não recebem as intervenções do vocalista. Em Caçador da Noite a ordem é acelerar e a banda fez isso com muita habilidade, pois a guitarra, baixo e bateria estão do jeito que se espera de uma pancadaria como esta.    

    Thy Kingdom Come começa com um riff mais sombrio que dá lugar à uma esmagadora e desenfreada sessão de pancadas, que são para acabar com a cabeça de qualquer headbanger que se preze. Ligando um solo a outro, fato que deixou este cd ainda melhor, o Dorsal Atlântica dispara outra porrada com Take Time. Em seguida, o trio carioca apresentou Tortura que é ainda mais rápida e violenta que anterior, e esse Punk/HC arrombou, sem pedir, com as almas dos presentes. Segurando a distorção ao máximo da música anterior, Carlos Lopes atacou com uma avalanche de riffs em Guerrilha - faixa que encerrou o show vocalizada com muita ira e com o baixo e bateria parecendo ser apenas um instrumento. Muito interessante de comentar aqui também são as passagens com trechos do Hino Nacional Brasileiro na guitarra e o peso assustador de bateria e baixo para os poucos que ainda restavam em pé.

    Para este relançamento de Terrorism Alive, como disse no início temos dois bônus, sendo que o primeiro é Extreme Condictions ( também ao vivo com andamento mais cadenciado ) e Carniceria ( brutalidade ao limite ) que encerra o cd. Não vou dizer apenas um motivo para você incluir este álbum em sua coleção, digo vinte motivos, as vinte excelentes pauladas de Terrorism Alive.
Nota 9,0.

Site: www.dorsalatlantica.com.br

Por Fernando R. R. Júnior
Novembro/2010

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