Division Hell - Bleeding Hate
 9 Faixas - Black Legion Prod - 2015

    Depois de lançarem o EP Apokaliptika ( leia resenha ) em 2011 e saborearem sua positiva repercussão, seja nas resenhas ou nos shows que se seguiram, o quarteto curitibano Division Hell chegou ao seu debut com este Bleeding Hate, que foi composto e gravado na Clínica Pró Music Studio em Curitiba/PR entre 2012 a 2015 por Murillo de Rós e Fábio Banks, sendo que o primeiro também cuidou da mixagem e materização.

    A capa de Mex Guillen ( Inblood design ) deixa claro  que a violência sonora do Death/Thrash Metal criado por Hernan Borges ( baixo e backing vocals ), Eduardo Oliveira ( bateria ), Ubour ( guitarra e vocais ) e Renato Rieche ( guitarra ) nestas nove faixas de Bleeding Hate será ao gosto dos fãs de nomes como Sepultura, Obituary, Krisiun, Slayer e Morbid Angel, algumas das principais influências dos músicos.

    Como um vulcão prestes a entrar em erupção, a dilaceração começa com Army Of The Dead, onde somos expostos aos vocais guturais de Ubour e a um ritmo instrumental devastador, que recebe seus momentos mais cadenciados, que são ideais para abertura de rodas. E em meio a tanta violência sonora temos uma letra bastante crítica à sociedade atual. Se na primeira a sensação era que o vulcão ia explodir... em The Fable Of Salvation, ele está jorrando alto sua lava graças aos solos matadores dos guitarristas devidamente combinados com as pancadas do baterista Eduardo Oliveira e especialmente aos urros de Ubour em ferrenhas críticas à religião. Porém, apesar de seu início mortal, no decorrer desta segunda faixa percebemos linhas mais densas, arrastadas e cadenciadas, que culminam em um final melódico e de certa forma assustador.

    Para World Khaos ouvimos a bateria produzir um ritmo intenso, que nos trazem os vocais mais furiosos até aqui, que somados aos solos de guitarras causam a sensação de que estamos no fim do mundo. E como não poderia deixar de ser em sua letra, eles disparam contra o caos que deixamos entrar dentro de nós e destacam a participação de Mano Mutilated nos vocais. Na título, a Bleeding Hate, os riffs de guitarras de Renato Rieche e Ubour montam uma pesada base para que este último possa urrar exalando um ódio imenso em um Death Metal cadenciado, que é bastante envolvente.

    A brutalidade sonora prossegue com The Last Words, que após um início esmagador na bateria de Eduardo Oliveira percorre os caminhos mais cadenciados na parte instrumental e exibe vocalizações extremamente agressivas em um ritmo técnico de muitos solos de guitarras e uma cozinha ( baixo e bateria ) significativamente fortes, que por conta disso tornam-se bastante cativantes.

    Com falas duelando com os riffs de guitarras, Holy Lies continua Bleeding Hate despejando sua fúria a cada instante em linhas caóticas dotadas de muitas variações instrumentais, que te deixam curioso para descobrir qual caminho o Division Hell irá seguir, que obviamente, vou deixar para você saber somente na audição do cd.  

    A instrumental Bleak concede um momento sombrio para respirar após o massacre quase incessante da anterior e prepara com os dedilhados calmos, porém, sinistros de Renato Rieche em sua guitarra para a destruição contida na veloz Waiting For The Exact Time, que chega como um rolo compressor passando por cima de tudo, seja em seus implacáveis vocais guturais ou no incansável andamento instrumental, que apresenta alterações impactantes e fazem desta oitava a melhor faixa de Bleeding Hate. Para encerrar o cd, o Division Hell mira seus poderosos canhões sonoros na matadora Crossing The Line, que passa por linhas cadenciadas e também por avassaladores urros nos vocais de Ubour sempre embasados nos solos desconcertantes nas guitarras.

    Bleeding Hate marca uma excelente estreia desta trupe e é também um dos petardos mais extremos lançados em 2015, que não só exibe o potencial do Death Metal do Division Hell como os coloca em poder de igualdade aos muitos dos conhecidos nomes do estilo, sejam nacionais e internacionais, além de coroar os anos de batalhas e persistência no complicado e disputado Underground Brasileiro.
Nota: 9,0.

Sites: www.facebook.com/DivisionHellBrazil
e www.youtube.com/channel/UCpnRL3CGKIdLk500VuPbJww.

Por Fernando R. R. Júnior
Abril/2016

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