Dark Witch - The Circle Of Blood
13 Faixas - Arthorium Records - 2015

    A origem do Dark Witch remonta ao ano de 1999 na cidade de Santos/SP, quando alguns amigos tinham a intenção de tocarem um Heavy Metal influenciado por nomes como Grave Digger, Iced Earth, Iron Maiden e Judas Priest.

    Logo em 2001, o Dark Witch lançou sua primeira demo e a sua segunda demo não tardou a sair com com o título de Heavy Metal Burns On ganhando os holofotes em 2004 e também - mais recentemente - registraram sua presença na coletânea Rock Soldiers Vol. 15 ( de 2010 ), que ajudou a ir consolidando o nome da banda no cenário Underground. 

    Entretanto, somente com o line-up solidificado, que eles começaram a trabalhar em seu primeiro cd mais efetivamente, porém, durante este processo, o vocalista e baixista Bil Martins foi convidado para entrar no Hellish War e para participar por uma turnê pela Europa com a banda. Quando finalmente pode se dedicar novamente ao Dark Witch, Bil Martins junto a André Kreidel na bateria, Cesar Antunha e Décio Andolini nas guitarras, se reuniram para concluir os trabalhos de The Circle Of Blood, fato ocorrido no final de 2014 e o lançamento no mercado aconteceu em 2015 pela Arthorium Records. As gravações foram realizadas no Estúdio G e no DW Studios, enquanto que a mixagem e a masterização aconteceram no Estúdio Sunshine ao comando de Felipe Quirino. A capa é um ótimo desenho assinado por Yogr Gatti Alves.

    Com um pesado início - que claramente remete aos Heavy´s dos anos 80 - a rápida Circle Of Blood abre o cd evidenciando os bons vocais de Bil Martins, os trechos em coro e os solos de guitarras, que estão totalmente melodiosos e poderosos, além do envolvente andamento praticado pelo Dark Witch, que impacta logo em sua primeira audição e te fará curti-la rapidamente. Depois temos os 'possantes' solos de Wild Heart, que trazem um ritmo acelerado, que é solidificado pela energia dos guitarristas Décio Andolini e Cesar Antunha e é vocalizado com muita garra por Bil Martins te conclamando a cantar seus versos com ele, mas chamo sua atenção para o solo de baixo que ele faz, que é instantaneamente acompanhado pelas guitarras no melhor estilo do Iron Maiden, antes do refrão retornar e terminar a música. Para Master Of Fate, o baterista André Kreidel marca com ótimas evoluções, as carregadas linhas que esta terceira canção deve seguir e o Dark Witch nos exibe um contagiante Heavy Metal dotado de um ótimo refrão, que fixa na memória pela forma que é vocalizado por Bil Martins e por seu andamento maciço de solos juntos de guitarras.

    Em The Cauldron podemos ouvir um crescente instrumental, que aprecia-se imediatamente pelo seu ritmo mais cadenciado, que denota uma excelente atuação de Bil Martins no baixo, que inclusive canta sua letra numa linha bem próxima à explorada pelo Iced Earth, graças às suas eficazes melodias e aos seus fortes solos de guitarras. Na hora de seu refrão é praticamente inevitável cantar com a banda, pois, ele entra para valer em nossa mente.

    É muito provável que os solos mais bonitos de guitarras do cd estejam no começo de Firestorm, a quinta faixa de The Circle Of Blood, que transita por uma positiva linhagem Heavy Metal a la Iron Maiden com alto poder para conquistar o ouvinte, e isso, acontece também graças ao carisma dos vocais de Bil Martins, que canta de uma maneira bastante empolgante, que os fãs de Rob Halford certamente vão apreciar.

        Em Stronghold, o quarteto ataca com um andamento cadenciado, que serve para exibir os vigorosos toques de baixo em uma composição que deve-se gritar com a banda o seu título, assim que seus versos forem cantados com habilidade por Bil Martins. E vale mais um comentário: atente-se para a aura épica que o Dark Witch aplicou na música. Com dedilhados mais calmos e deveras cativantes, que em poucos momentos dão lugar à fortificados riffs dos guitarristas Cesar Anthunha e Décio Andolini, Blood Sentence crava seu formato de batalha a The Circle Of Blood, tanto que os fãs do Iced Earth sentirão recompensados com toda essa vibração, que é amplificada ainda mais pela atuação fascinante do vocalista Bil Martins em sua eficiente evolução instrumental.

    Depois em Liberty Is Death, o Dark Witch nos apresenta uma canção que é possuidora de uma brilhante introdução, torna-se mais veloz em alguns trechos e mais cadenciada em outros, porém, quando chega o refrão você sabe que cantará junto facilmente, pois, seu grau de fervor é talhado no mais puro Heavy Metal, aliás, imagino como será sua eletricidade em suas versões ao vivo, tanto que te desafio a tentar ficar parado. Em Lighthouse Reaper somos surpreendidos nos toques de baixo e na voz de Bil Martins, que leva toda sua dedicação nesta atraente canção, que é munida de incansáveis e exuberantes solos de guitarras em uma elevação melodiosa muito cativante. Temos aqui outra música cujo título ficará na memória, que inclusive contem influências de Tim Ripper Owens, quando este era vocal do Judas Priest.

    Com um andamento instrumental devastador se aproximando de um Thrash dos tempos do álbum Demoliton do Judas Priest, a violenta Death Rain exibe o vocalista alternando com precisão trechos agressivos com outros mais calmos, nesta faixa que é para se bater a cabeça, socar o ar e entrar nas rodas. Retornando à um estilo mais épico, com fortes dosagens de Power Metal, Siegfried é a eletrizante décima primeira composição de The Circle Of Blood, onde podemos reparar na potência de banda do Dark Witch, pois, todos os quatro músicos deixam clara sua dedicação à canção e promovendo assim, um grande momento do cd... ouça e confirme.

    A veloz To Valhalla We Ride - que pode ser considerada como uma das melhores - continua o cd com o Power/Speed Metal e conecta o fã ao som, de forma a fazer este desejar cantar seus versos com eles, que inteligentemente desferem suntuosos solos de guitarras e literalmente te intima a sair 'bangueando' em sua execução.

    No término deste primoroso The Circle Of Blood temos como bônus a versão do Dark Witch para Voz da Consciência, um clássico do Harppia que foi incluso no cd Tribute To Harppia de 2015 e no estilo tocado pelos santistas se mostrou uma excelente homenagem ao vocalista Percy Weiss, que nos deixou em abril deste ano, após um triste acidente.

    Demorou... mas quando finalmente o primeiro cd do Dark Witch ganhou a luz se tornou de cara um dos melhores discos brasileiros de 2015, uma grande obra do Heavy Metal e que é certeza de satisfação garantida após sua aquisição, afinal, estamos diante de um álbum que não deve nada para os discos de nomes como os citados Iced Earth, Tim "Ripper" Owens e outros lançamentos gringos.
Nota: 10,0.

Sites: https://www.facebook.com/pages/Dark-Witch/189938794393998
e http://soundcloud.com/Dark Witchmetal.

Por Fernando R. R. Júnior
Novembro/2015

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