Bloodwork - Just Let Me Rot
8 Faixas - Rapture Records - 201
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    A capa de Just Let Me Rot exibe lugar grotesco, onde a cova no alto reflete a passagem para submundo ( ou inferno ) de sexo e desgraça da forma mais nojenta e maluca possível, sendo que seu título "só queria apodrecer na terra" é a melhor solução para escapar deste local horrendo desenhado por Marcos Miller, que também cuidou dos encartes, que mostram uma orgia demoníaca dos mais bizarros seres que podemos imaginar, entre eles alguns zumbis.

    Ao observa-la atentamente já sabemos que estamos diante de uma trupe que investe pesado no Splatter/Gore mais nojento e insano que é possível. O Bloodwork formou-se em com ex-membros das bandas Empire Of Darkness, Future Hope e Unmaker em 2004 com a ideia de tocarem Death Metal na linha de nomes como Cannibal Corpse, Obituary e Carcass com o nome de Putrid Splattered, que teve pouca duração e só retornaram no segundo semestre de 2007 com o atual nome.

    Em 2010 lançaram o primeiro EP com o título Chainsaw Masturbation, em 2012, o EP Deadbaby In Your Belly e finalmente em 2014, o primeiro cd, o Just Let Me Rot com oito faixas, cujo line up responsável é composto por Felipe Nienow na bateria, Henrique Joner no baixo, Deleon Vith e Rafael Lubini nas guitarras e Fabiano Werle nos vocais. Suas gravações foram realizadas no Hurricane Studios em Porto Alegre/RS junto a Sebastian Carsin, que assina também a mixagem e masterização.

    Defecating Broken Glass entra rápida e cheia de urros furiosos passando uma linhagem caótica desenfreada, que prossegue a podridão com Cunt Suffocation, que também possui suas linhas extremas e alguns trechos cadenciados, onde não se consegue entender muito dos vocais quase vomitados de Fabiano Werle. Em Asphyxiant Cum Load, os guturais do vocalista estão ainda mais violentos ( se isso for imaginável ) em um ritmo cadenciado de guitarras, além de muitos 'triggers' e pedais duplos. Para Suck My Cut Finger ouvimos ( ou tentamos ) vocais quase inteligíveis, que são escarrados bem de acordo com o desejo dos fãs de Death/Splatter/Grindcore em um ambiente extremo.

    Na sequencia temos Human Slaughter House, que é bem mais acelerada com uso intenso de 'triggers' na bateria de Henrique Joner e com as guitarras de Deleon Vith e Rafael Lubini soladas com elevadíssimos níveis de ódio, que emitem toda a crueza do Bloodwork em mais outra música que está repleta de urros incompreensíveis. A sexta de Just Let Me Rot é Rotten 69... e com um nome assim, já dá para imaginar o tamanho da ferocidade da composição e seu caráter sexual bizarro, ou seja, temos outra esmagadora música dos gaúchos de ritmo e vocais dementes.

     A 'mutilação sonora' prossegue na destruição contida em Necro Sex Club onde tudo é tão furioso, que tecnicamente não consegue-se capturar nada do som, só violência e pancadas incansáveis oriundas dos vocais ou demais instrumentos, o que causa aquele conhecido deleite dos fãs do estilo. Fechando o curto Just Let Me Rot, o quinteto executa Toothed Vagina, que ainda bem que se trata de um delírio dos loucos membros da banda, pois, te pergunto... imagina se fosse assim? Bem, o som é aquela já esperada aniquilação vomitada nos vocais e aquele peso gigantesco.

    Para os iniciados em Splatter/Grindcore, que sejam fãs do Cannibal Corpse, Morbid Angel e Autopsy este álbum Just Let Me Rot dos gaúchos de Dois Irmãos se inspira nos mais viscerais discos destas bandas, seja na sonoridade ou na 'temática' de suas letras, que só vale conhecer aquelas almas mais transloucados, que gostem crueza total.
Nota: 8,0.

Sites: http://www.bloodwork.biz/; https://soundcloud.com/bloodworksplatter
 e https://www.youtube.com/user/BloodWorkSplatter.

Por Fernando R. R. Júnior
Janeiro/2016

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