Revolution Fest com Pedra Leticia, Atari Rock e Garage Machine
Sociedade Recreativa Esportiva Pinhalense em Espírito Santo do Pinhal/SP
Quarta, 14 de junho de 2017

    Pouco menos de oito meses da última edição da Revolution Fest, onde tivemos o Popmind com o Bruno Boncini e o Garage Machine ( relembre como foi ), eis que a terceira edição do evento levou ao salão principal do Sociedade Esportiva e Recreativa Pinhalense pela primeira vez do quarteto Pedra Letícia. Além deles tivemos também o Atari Rock e o Garage Machine, que sempre empolgam por onde tocam.

    A estrutura desta edição contou com uma área vip com um excelente camarote Open Bar & Food, que posso destacar a qualidade e o empenho da LG2 Produções em parceria com o Bar do Clube, onde saliento os nomes do André Ricardo Latarini e do Guinho. Inclusive, outro ponto deve ser mencionado: a iluminação do palco e o som, sendo que ambos estavam excelentes, ou seja, a ideia era fornecer um evento de qualidade nesta Revolution Fest, que recebeu um ótimo público por se tratar de uma véspera de feriado e sabidamente muitos viajam.

 

Atari Rock

    A primeira atração desta Revolution Fest foi a banda Atari Rock, uma conhecida de muitos dos presentes por costumeiramente estar no 'cast' das atrações do Bar do Clube sempre relembrando de vários clássicos do Rock'n'Roll dos anos 80 e 90, algumas passagens por Pop Rock, porém, sempre com músicas que são bem aceitas.

    O Atari Rock teve sua formação em 2005, fizeram uma pausa entre 2009 e 2012, sendo atualmente composto por Rogério Siqueira nos vocais, Danilo Barreto na guitarra e vocais, Guilherme Barreto no baixo e vocais e o pinhalense Pedro Torres na bateria e vocais. Entretanto, o vocalista Rogério Siqueira não pode comparecer nesta noite e foi substituído por Alex Capela da banda Alma Truque, que mostrou muita desenvoltura e presença de palco comprovando que foi uma ótima escolha.

    Por volta da 00:05, o Atari Rock subiu no palco para tocar com muita habilidade sua versão para Learn To Fly do Foo Fighters, sendo que já pudemos conferir o carisma do vocalista Alex Capela, que se movimentava pelo palco e ia contagiando o público.

    Animados, eles conversam com o público e informam que vão tocar a mais tranquila Aeroplane do Red Hot Chilli Peppers com uma levada mais Pop, que serviu também para Guilherme Barreto realizar um curto, mas, ótimo solo de baixo. A terceira foi o sucesso Don't Look Back In Anger do Oasis, que teve uma emoção maior para mim pelo fato da canção ter sido utilizada no amistoso da França com a Inglaterra como homenagem para as vítimas dos atentados terroristas em Manchester e Londres, e assim como no jogo, o público cantou com Alex Capela o seu emblemático refrão.

    Com um "Valeu Pinhal", o vocalista nos agradece e o Atari Rock segue com Alive, clássico do Pearl Jam, que também contou com uma competente versão do quarteto com direito a um prolongamento nos solos de guitarra. Ainda relembrando dos grandes nomes do Grunge, eles tocaram muito bem a Plush do Stone Temple Pilots, que apesar da alegria que a música proporciona, também nos faz lembrar dos ícones do estilo que partiram nestes últimos anos.

    Em seguida, o vocalista avisa da alegria que estão sentindo por se apresentarem novamente em Pinhal e citam que apesar do Garage Machine ter seu set na maioria com músicas do Rock Brasileiro, que estava na hora de um Rock Nacional, desta forma, do Paralamas do Sucesso tivemos a Caleidoscópio, que é bem gostosa de se ouvir e contou com um ótimo solo de guitarra feito por Danilo Barreto.

    Ainda relembrando de grandes músicas e nomes do Rock Nacional, o Atari Rock mostrou sua versão para Pais e Filhos do Legião Urbana e assim que foi solicitado pelo vocalista, a plateia correspondeu cantou seus versos com ele e também participou da parte onde eles prolongaram com os trechos de Stand By Me do John Lennon em caprichosos riffs de guitarra. Mais acelerada, o Atari Rock envia a Meu Erro do Paralamas do Sucesso, que também garantiu muitos aplausos.

   Em seguida, outro sucesso Pop dos anos 80 com A Little Respect do Erasure, que relembrou de quando nós íamos para as baladas noturnas, inclusive, na famosa 'boatinha do Clube', que sempre tocavam estas músicas ( os mais velhos certamente se recordarão ). Ainda neste clima 'eigthies' tivemos a Punk mais Pop Dancing With Myself do Billy Idol, porém, em uma versão bastante pesada se for comparar com a original.

    Agradecendo o calor do público, o vocalista Alex Capela nos informa está substituindo o Rogério Siqueira e neste clima de 'revival' tivemos Psycho Killer do Talking Heads com 'treinados pinhalenses' participando no refrão, agora o mais interessante e que me chamou muito a atenção em particular foi o breve trecho de Smoke On The Water do Deep Purple incluso na música.

    Com um sonoro "Muito Obrigado" Pedro Torres apresenta a banda, agradece a todos pela presença e pede licença ao Padre Augusto para a exibição de Highway To Hell do AC/DC, que fez a galera pular bastante ( que coisa não, um clássico do Heavy Metal causando... ) e encerrou o show do Atari Rock nesta Revolution Fest marcando mais uma ótima apresentação do quarteto e um belo aquecimento para o que estaria por vir.

Set List do Atari Rock

1 - Learn To Fly
2 - Aeroplane
3 - Don't Look Back In Anger
4 - Alive
5 -  Plush
6 - Caleidoscópio
7 - Pais e Filhos
8 - Meu Erro
9 - A Little Respect
10 - Dancing With Myself
11 - Psycho Killer
12 - Highway To Hell

 

Pedra Letícia

    Com origem em 2005 em Goiânia, o Pedra Letícia possui quatro cd´s gravados, sendo dois de estúdio e dois ao vivo, 35 milhões de views no Youtube, já percorreu 16 estados brasileiros em mais de 350 shows, além de atualmente ser a banda oficial do Programa do Porchat, que vai ao ar todas as noites pela Rede Record. Atualmente, o Pedra Letícia conta com a seguinte formação Fabiano Cambota nos vocais, Pedro Torres na bateria, Kuky Sanchez no baixo e Xiquinho Mendes na guitarra e juntos eles realizam um Pop Rock cômico na linha de nomes como Mamonas Assassinas, onde tudo é de certa forma mais descompromissado.

    Depois de aproximadamente uns trinta minutos, o palco estava pronto para que o Pedra Letícia pudesse começar o seu show e por volta da 01:30, o quarteto sobe no palco com Creuza ( do primeiro álbum de 2008 ), que foi bem recebida pelo público, que estava em maior número comparando-se com o show do Atari Rock.

    Muitos cantaram os versos da música com Fabiano Cambota, que se movimentou bastante pelo palco e aproveitou para dizer: "que é uma imensa honra tocar nessa terra, que vocês devem saber que nós temos um membro da nossa banda que é pinhalense e que nós preparamos uma noite especial para vocês. A gente vai completar 12 anos de Pedra Letícia." E ainda teve tempo para mais um trecho da primeira música após este contente discurso.

Mais festa e menos Rock 

   Eu Tô na Seca - outra do primeiro trabalho - foi a segunda da noite e foi mais elétrica com sua letra que tem um tanto de realidade, especialmente, para quem é solteiro. Agitando bastante, os quatro músicos do Pedra Letícia continuam o show com Ela Traiu o Rock'n'Roll ( do Eu Sou Pedreiro de 2011 ), que é bem divertida e foi bem recebida pelos presentes, sendo que os seguidores mais assíduos cantaram com eles.

    Muitos já começam a pedir músicas para a banda e o vocalista Fabiano Cambota conversa novamente com a plateia para depois ao olhar para seus companheiros de palco enviar a Funcionário do Mês ( outra do Eu Sou Pedreiro ), que contou com um pouco de peso vindo da bateria de Pedro Torres e um ritmo mais Pop nas linhas de baixo e guitarra.

    Uma que fez a maioria cantar junto com o Pedra Letícia por incrível que pareça foi a Sandra Rosa Madalena do Sidney Magal com incisões de Seven Nation Army do The White Stripes na parte instrumental, e mesmo sendo uma 'zoação' da parte da banda, vale ressaltar o peso que incluíram na parte final, embora jamais pensei que fosse ouvir algo assim em um show de Rock, entretanto, o Pedra Letícia não é exatamente uma banda de Rock e sim uma banda de festa. Depois, o brincalhão vocalista comenta das suas influências do Sertanejo ( ele nasceu em Goiás, e bem... de lá vieram praticamente todas as duplas ) e pergunta: "Vocês querem Fio de Cabelo ou Boate Azul?".

    Desta forma, Boate Azul, que ficou conhecida no país inteiro nas vozes da dupla Milionário e Zé Rico foi cantada e para minha surpresa.. acompanhada por muitos dos presentes no Recreativo, por incrível que pareça, mas, sabemos que na cidade, o Sertanejo é muito forte, entretanto, esta é um clássico do estilo e não os descartáveis e ridículos Sertanejos Universitários.

Muitas misturas... e não tão boas

    Mas, parece que após mais uma brincadeira do vocalista, que canta versos no estilo de Bruno Barreto, que sendo para dar risada ou não serviu para estragar o clima e enfim... era um show de Rock ( ao menos era a expectativa... e não um Stand-up Comedy ). Nesta verdadeira salada musical eles tocam vários trechos de músicas, entre elas destaco as passagens por Boys Don´t Cry do The Cure, que posteriormente retornou para o trecho final de Ela Traiu o Rock'n'Roll.

    Mesmo assim com essas combinações de gosto um tanto duvidoso para um show de Rock, eles ganharam aplausos e o vocalista comenta sobre a próxima música, que uma ex-namorada inspirou ele para compor Como Que Ocê Pode Abandoná Eu? e emendaram isso com o samba enredo presente em Vou Festejar de Beth Carvalho, que naturalmente causou uma estranheza nos que são mais fãs do Rock, e até concordo, pois, sempre esperamos aquela linhagem que nos fez gostar de Rock e Heavy Metal, ou seja, embora não tenha ficado ruim por conta da capacidade dos músicos, novamente poderia ter sido dispensada, afinal, era uma noite voltada ao Rock. E parece que até o Pedra Letícia entendeu isso, pois, incluiu notas do Led Zeppelin bem pesadas antes da versão de Carimbador Maluco, que foi bastante importante relembrar do mestre Raul Seixas.

    Após uma rápida nova conversa com os fãs, o vocalista que faz muitas 'caras e bocas' no show anuncia Libertas Quase Será Também!, outra presente no Eu Sou Pedreiro, que se mostrou dotada de uma mistura bem forte onde enalteço os toques do baterista Pedro Torres e os riffs de guitarra feitos por Xiquinho Mendes.

    Depois, Fabiano Cambota conta a história de que no dia 08 de janeiro de 1998 uma ex-namorada terminou com ele no dia de seu aniversário e que a música criada por ele narrando este fato real se tornou um hit da Pedra Letícia e após isso, tivemos a continuação de Como Que Ocê Pode Abandoná Eu? com o vocalista tocando seu violão. E a imprevisibilidade é tamanha que os versos de Fogo e Paixão do Vando fizeram parte da canção, mas, aí eu te pergunto Vando num show de Rock?... olha... ficou estranho e até desnecessário considerando a proposta do evento.

    O guitarrista Xiquinho Mendes assume os vocais cantando trechos de uma música em inglês até que Fabiano Cambota dê uma de radialista fazendo um longo, romântico e engraçado discurso, que recebeu muitos sorrisos dos fãs e resultou Diga, que seria uma balada nos padrões irreverentes da banda, que assim como percebido anteriormente passa por trechos de canções que não caberiam num show de Rock, apenas num show da Pedra Letícia.

     Comunicativo, Fabiano Cambota pergunta quais músicas os fãs querem ouvir e fala: "esta é a música mais séria que eu já escrevi, uma música que pouca gente conhece e a gente nunca fez parte de nenhum movimento, a gente não é não é Rock, não é Pop, não é Punk, não é bosta nenhuma, ainda bem que as coisas melhoraram..." e cita o Popmind ( que estavam com quase todos os  seus integrantes presentes ) em sinal de alegria.

    Assim, tocando seu violão Fabiano Cambota traz os versos de O Circo de Um Homem Só, sendo que após alguns versos, ele novamente parou para falar com a plateia, apesar da quebrada de ritmo que isto provoca, posso dizer que serviu para mostrar seu carisma e também que ele soube como dominar o palco e manter atenção do público, que foi sucedida por O Amor Não Escolhe Profissão do Eu Sou Pedreiro com uma letra mais cômica.

    Eu Sou Pedreiro, canção título do segundo álbum é tocada no violão, depois também ganhou suas partes mais fortes e cabe aqui mais um comentário: os  outros três músicos também participam sempre das músicas fazendo os backing vocals de forma competente. E quando apenas o vocalista canta seus engraçados versos no esquema voz e violão, quem conhecia muito bem a letra fez questão de cantar com ele.

Ótima surpresa

    Com toques no violão e um estilo mais acústico Teorema de Carlão do primeiro cd foi cantada por muitos e sua letra não deixa de ser uma verdade, aliás, é até romântica acrescentaria eu... e o vocalista explica o porque que escreveu a música, brinca com o baterista Pedrão que gosta de 'velhas e barangas' enquanto dedilha seu violão, e complementa dizendo que ele paquera até no bingo... será? O final de Teorema de Carlão foi mais encorpado em uma atuação habilidosa do Pedra Letícia e vale dizer também que era uma das mais aguardadas do show, que termina em riffs distorcidos do guitarrista Xiquinho Mendes.

    Contente, Fabiano Cambota agradece a energia dos fãs, aos iluminadores, aos roadies, enfim, lembra-se que o show não é somente da banda, sem a turma da técnica as coisas não acontecem e também comenta do Atari Rock e do Garage Machine reconhecendo a importância das bandas e por fim, agradece também a cada um de seus companheiros de palco brincando bastante com eles, que fizeram seus breves solos individuais e claro que o nosso conterrâneo aqui, Pedro Torres fez aquele solo de bateria.

    Outra surpresa inesperada - e agora positiva - neste momento do show do Pedra Letícia foi a inclusão de O Vira dos Secos & Molhados, que mostra a classe do Rock Nacional dos anos 70 e seu final foi deveras pesado.

Anomalias musicais

    Mas, pensa que foi só? Não pelo contrário eles foram longe com um medley de Lindo Balão Azul da A Turma do Balão Mágico, Punk Rock com fragmentos de Hey Hey Let´s Go do Ramones, algo de Axé com Arerê da Ivete Sangalo ( hein!!! como assim??? ) e até Ilariê ( esta dou um 'desconto pois vi o Raimundos detonando em pleno Monsters Of Rock de 1996 ) e que bom que terminou com o instrumental de Killing In The Name do Rage Against The Machine, mas assustou com Dança da Manivela, que graças ao bom Deus não foi tocada na integra.

    Enfim, uma salada musical bizarra, que ficaria excelente em um casamento, formatura, aniversário, mas não em uma Revolution Fest, que já se padronizou por colocar bandas de Rock. Essa miscigenação musical até serviu para fazer a festa, especialmente, para quem viveu nos anos 80... para o bem e para o mal. Agora tirando eu e a maioria dos presentes, alguns gostaram e cantaram com o Pedra Letícia e eram só sorrisos... vai entender...

    Aos gritos de "Raul... Raul...", Fabiano Cambota avisa que não entende porque nunca foram chamados para tocar no Rock In Rio e diz para o guitarrista Xiquinho Mendes que queria fazer uma coisa: "Eu sou Freddie Mercury e você é Brian May..." e entre dedilhados de Love Of My Life do Queen, eles seguem para Em Plena Lua de Mel do primeiro cd, que teve seus versos cantados pelos fãs mais fervorosos, e pena que esta eles não tocaram inteira. A muito esperada Eu Não Toco Raul também foi cantada por muitos  e exibida em uma calorosa versão, com direito a vários elogios ao baterista Pedro Torres pronunciados pelo vocalista e finalizou o show de aproximadamente uma hora e meia.

    Para quem não conhecia o Pedra Letícia conforme era meu caso, posso atestar que eles são muito divertidos no palco, mas estão longe de serem uma banda de Rock, conforme até explicado por seu vocalista, tanto que volto a dizer, para um Stand Up, casamento, formatura, aniversário... conte com eles, já para um show onde o foco é o Rock... bem aí é preciso ter a mente bastante aberta.

    Se o objetivo da Revolution Fest fosse diferente de projetar uma noite de Rock ao público pinhalense, o show do Pedra Letícia seria mais indicado, pois, mesmo com bons momentos e mantendo a atenção em sua apresentação, que de certa forma deixaram sua marca, como posso atestar pelos efusivos aplausos que receberam com o nome sendo berrado pelos fãs. Enfim, se eles não colocassem tantas misturas com outros estilos díspares com relação ao Rock, certamente que seu show teria sido bem melhor.

Set List Pedra Letícia

1 - Creuza
2 - Eu Tô Na Seca
3 - Ela Traiu o Rock'n'Roll
4 - Funcionário do Mês
5 - Sandra Rosa Madalena
6 - Boate Azul
7 - Como Que Ocê Pode Abandoná Eu?
8 - Carimbador Maluco
9 - Libertas Quase Será Também!
10 - O Circo de Um Homem Só
11 - O Amor Não Escolhe Profissão
12 - Eu Sou Pedreiro
13 - Teorema de Carlão
14 - O Vira // Lindo Balão Azul // Hey Hey Let´s Go // Arerê // Ilariê // Killing In The Name
15 - Em Plena Lua
16 - Eu Não Toco Raul

Garage Machine

    Embora não tenha demorado bastante tempo para que a troca de palco do Pedra Letícia fosse realizada, muitos dos presentes deixaram o Clube Recreativo, pois, o horário já estava avançado e quando eram 04:10, eis que o quinteto pinhalense Garage Machine formado atualmente pelos meus amigos Ratinho nos vocais, Jéh e Matheus Garage nas guitarras, Paulo Sosi no baixo e Celo na bateria estavam prontos para finalizarem esta Revolution Fest com o melhor show do evento.

    Eles entraram no palco dispostos a mostrar para quem estava presente que iam realizar mais uma de suas apresentações repletas de eletricidade, que costumeiramente alterna músicas em português, canções próprias e algumas internacionais. Logo de cara executaram o hit Pula! do Tihuana em que todos da banda - menos o baterista, obviamente - agitaram consideravelmente e isso era levado para o público, que reagia também se mexendo bastante, seja socando o ar, cantando ou mesmo pulando com eles.

    Ratinho solta um "Boa Noite Pinhal" e depois percebendo a voltagem em alta canta a Meu Erro do Paralamas do Sucesso em uma linhagem bem Rock'n'Roll e um detalhe me chamou a atenção nesta e nas subsequentes: a movimentação frenética dos integrantes do Garage Machine, sendo que Ratinho, Jéh, Matheus Garage e Paulo Sosi se mexiam tanto, que fizeram o palco se tornar pequeno para eles e isso, logicamente inflama quem está assistindo o show.

    Paulo Sosi vem à frente do palco para iniciar com os toques em seu baixo a canção Um Minuto Para o Fim do Mundo do CPM 22 e havia dito que o palco era pequeno para eles, não foi? Bem, o vocalista Ratinho desce do palco e foi dar uma volta pela pista do Recreativo cantando lá junto com os fãs, um gesto não muito comum de outras bandas, mas, além de ser uma característica deles... é muito importante e chama mais a galera para curtir o show do Garage Machine.

    Lado B Lado A do O Rappa foi a próxima e o Ratinho enfrentou um problema em seu microfone que foi rapidamente resolvido pela equipe da técnica e contou com a ajuda do guitarrista Matheus Garage, que não só emprestou o seu microfone para ele como também auxiliou nos backing vocals - após a solução do problema - nesta um tanto que difícil letra para um olhar mais leigo. Mantendo a chama acesa, eles disparam a Me Lambe do Raimundos e a Me Pirou o Cabeção do Charlie Brown Jr. com a participação do guitarrista Estevan de Carli do Popmind, que subiu no palco pegou a guitarra do Jéh e a tocou com o Garage Machine enaltecendo a união que existe entre as duas bandas para mais uma ótima versão desta canção.

    Posteriormente, disse para ele: "a mão coça né... você mesmo em um dia de folga foi lá para tocar uma música com eles, não é verdade?". E lógico, que ele sorriu e me comentou que o Rock está no sangue como resposta. Aliás, este tipo de Jam feita entre amigos de longa data é muito gostoso de se ver em um show e na música seguinte, a Papo Reto, aliás uma das melhores criadas pelo Charlie Brown Jr. contou com a participação do baixista Sandro Paixão do Popmind e neste momento ocupou o lugar de Paulo Sosi tocando com o seu conhecido estilo showman e técnico ao utilizar o instrumento. E a versão do Garage Machine para esta é simplesmente explosiva.

    Infelizmente, por conta do já citado horário avançado, o show do Garage Machine teve que ser encurtado e eles partiram para duas canções em inglês, e, além do mais, uma delas é uma das melhores versões das músicas que tocam em seus shows e praticamente uma que não pode faltar, a Killing In The Name do Rage Against The Machine, que colocou a galera para pular, sacudir os pescoços ou mesmo socar o ar em mais uma primorosa exibição, que levou novamente o vocalista Ratinho para participar junto dos fãs cantando com eles.

    O momento Heavy Metal promovido pelo Garage Machine continuou com Enter Sandman e de novo Ratinho não ficou na frente do palco e foi para diante do seu público, em uma aula de carisma dividindo o microfone com alguns dos presentes, dentre os quais, este que voz escreve, que tive o orgulho de cantar este algumas partes deste sucesso do Metallica em mais um eletrizante show do Garage Machine. Aliás, faço questão de registrar um "Valeu Ratinho!!!".

Set List Garage Machine

1 - Pula!
2 - Meu Erro
3 - Um Minuto Para o Fim do Mundo
4 - Lado B Lado A
5 - Me Lambe
6 - Tempo Perdido
7- Me Pirou O Cabeção
8 - Papo Reto
9 - Killing In The Mame
10 - Enter Sandman

    Mesmo com a atração principal desta Revolution Fest, o Pedra Letícia não atingindo as expectativas de muitos dos presentes, apesar da capacidade técnica de seus músicos, a realização de um evento como este é importante, pois, se trata de uma festa dedicada ao Rock e que desde a sua primeira edição está contando com a presença de ótimos nomes, como foram os casos do Popmind, do Garage Machine, do Bruno Boncini e agora podemos incluir nesta lista o Atari Rock.

    Que todos os envolvidos possam dentro em breve cumprir o desafio de realizar uma nova edição da Revolution Fest para que tenhamos na cidade uma tradição de eventos assim, pois, um público consumidor e carente já existe, que certamente estará presente novamente, ainda mais com a estrutura que tivemos nesta ocasião. Deste já aguardamos ansiosos, pois, queremos ver em Pinhal mais grandes shows de Rock.

Texto e Fotos: Fernando R. R. Júnior
Agradecimentos para André Ricardo Latarini da
LG2 Produções
e ao Guinho do Bar do Clube
pela atenção e credenciamento
Junho/2017

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