Rock and Roll no Vip Bar
Com: Stone Of The Crowds e 70 e Tal

Sábado, 05 de julho de 2014
no Vip Bar em Itapira/SP

     Mais uma vez retornei a Itapira para conferir duas bandas que se apresentariam no Vip Bar, uma das ótimas casas que concedem oportunidades ao Rock´n´Roll que temos na região. Para quem não conhece, o Vip Bar é uma casa com um ótimo espaço e dois ambientes, e cada uma das duas bandas desta noite se apresentaria em um deles, sendo a 70 e Tal no quiosque e a Stone Of The Crowds no salão principal.

    Sempre é importante conferir o que os novos projetos musicais estão criando ou exibindo. E como Itapira é uma cidade que possui uma grande afinidade por Rock´n´Roll, o Vip Bar recebeu um ótimo público para conferir os shows.

70 e Tal

    O 70 e Tal exibiu um set list enfatizando clássicos absolutos do Rock de nomes com Led Zeppelin, Janis Joplin, ZZ Top e Jimi Hendrix, e aí já cabe a primeira curiosidade, a formação da banda, pois tínhamos duas garotas que tocaram no Sweethearts, a Kris Freitas no baixo e a Lívia Tellini na bateria, além de Thaís Maragno de Oliveira nos vocais, que demonstrou ao longo do show uma bela alma de 'blueseira', além do guitarrista Arian Z. Nogueira.

    E foi com Come Together dos Beatles que a banda iniciou seu show por volta das 22hs, onde pude notar a pegada forte da baterista Lívia Tellini, que ajudou a cativar os presentes. Depois, com o guitarrista Arian Z. Nogueira solando com firmeza tivemos uma versão pesada de Purple Haze do Jimi Hendrix e o clássico Sunshine Of Your Love do Cream, vocalizado com muito feeling pela Thaís Maragno de Oliveira, mesmo tendo que enfrentar constantes problemas com a mesa de som. Aliás, nesta destaco também o solo de baixo feito por Kris Freitas e as linhas de guitarras feitas por Arian Z. Nogueira.

    Com aquele repique introdutório que já a denuncia sempre, Sharp Dressed Man do ZZ Top foi a próxima do 70 e Tal, e esse quarteto a tocou muito bem, com uma bela dedicação, porém, os problemas com o volume do microfone da Thaís Maragno de Oliveira teimavam em continuar deixando a vocalista bastante irritada com a produção, mas não com seu público, que tratou com um grande carisma. Infelizmente, isso acontece... e quando acontecia, cabia aos demais membros prolongarem seus solos para tentar amenizar.

    Bem, eles continuam com Wholla Lotta Love do Led Zeppelin e é bem curioso ver uma música dessas sendo vocalizada por uma mulher e diga-se de passagem, muito bem, ou seja, ela conseguiu passar a emoção necessária.

    Outra que ficou muito interessante nesta roupagem - feminina - foi a Foxy Lady do Jimi Hendrix, mas o destaque ficou para o guitarrista Arian Z. Nogueira, que solou com aquela distorção que tanto adoramos. A próxima foi Immigrant Song do Led Zeppelin e em uma música como esta onde os vocais são um dos pontos que mais devem ser observados o que aconteceu? Os infelizes problemas no microfone/mesa de som.

    Entretanto, o 70 e Tal estava agradando e com a presença do convidado Nelson ( da banda Máfia do Blues ) eles tocam o hino Crossroads, regravado pelo Cream, mas composto por Robert Johnson. Depois desta, eles surpreendem com uma versão Blues Rock para o Reggae I Shot The Sheriff de Bob Marley e mantém o clima cheio de energia com Jumpin´ Jack Flash dos Rolling Stones. Vale dizer que em todas as músicas tanto as meninas quanto o rapaz do 70 e Tal se movimentam bem e fazem um belo show que terminou com uma versão totalmente Blues de Ando Meio Desligado dos Mutantes.

    Porém, como estavam com o público nas mãos e talvez todos os preparativos para o próximo show não estivessem prontos em sua totalidade, eles tiveram que tocar mais e atenderam os pedidos dos presentes tocaram a Man In The Box do Alice In Chains e Me And Bobby McGee da Janis Joplin com a presença da Letícia Bergamin Souto na guitarra, momento que o show começou a se transformar quase que em uma Jam Session.

    A vocalista Thaís Maragno de Oliveira mais uma vez cravou uma bela atuação neste Rock´n´Roll clássico, e depois avisou que o gaitista Maurício iria realizar o que ela chamou de "Blues para a Ruiva" e eles tocaram um vibrante 'bluesão' instrumental. A saidera foi a versão de Cocaine do Eric Clapton.

Stone Of The Crowds

    O bom de visitar o que acontece na cena underground é ser exposto a boas bandas que buscam mais seu lugar ao sol e este é o caso do Power Trio Stone Of The Crowds, que realizou um show calcado em músicas próprias e versões de grandes clássicos do Rock, bem ao gosto dos presentes.

    Com origem na cidade mineira de Bueno Brandão, Gabriel Angst na guitarra e vocal, João Paulo Angst no baixo e vocal e Arnold Freitas na bateria começam sua apresentação pouco mais de 00:45 com a composição própria Freiheit, que é uma bela sonzeira setentista e teve muitos de seus longos riffs inspirados pelo Led Zeppelin.

    E os irmãos Angst, que segundo uma fã são professores de música continuam agora colocando mais peso à esta noite no Vip Bar com Into The Void do Black Sabbath e com Highway Star do Deep Purple. A despeito dos problemas ocorridos com a 70 e Tal, agora o som do salão principal estava muito bom e o trio pode realizar um show tranquilo.

 

    Com bons repiques feitos pelo baterista Arnold Freitas, a autoral Until The Night Is Over nos trouxe longos solos de guitarra e algumas distorções 'iomminianas'. Antes de anunciar a próxima eles falam que tocaram uma própria e nos perguntam se gostamos, depois, continuaram com Break On Through do The Doors e detalhe, como tanto Gabriel quanto João Paulo cantam, cada música um dos dois a vocalizava e ambos fizeram a função bem.

    E se alguém havia perdido a Come Together tocada pelo 70 e Tal teve uma nova oportunidade de conferir a versão do Stone Of The Crowds, que logicamente diferiu da primeira pelo fato de ser vocalizada por um homem e também ser mais pesada. Ainda lembrando dos Beatles tocaram uma excelente versão para While My Guitar Gently Weeps, que por ser tratar de uma balada fez alguns casais até dançarem ao seu som, e vale destacar solos de guitarra de Gabriel Angst, que foram os longos e trouxeram a atmosfera melancólica da canção.

    E o passeio por grandes nomes da história seguiu com duas dos Rolling Stones, primeiro a Gimme Shelter e depois a  Paint It Black com o seu ritmo cheio de energia, muito bem reproduzido pelo trio causando uma boa participação da galera. A próxima foi dedicada à namorada do baixista João Paulo Angst dizendo que ela é a Foxy Lady dele, e nesta nova versão para o clássico de Jimi Hendrix pude observar alguns improvisos realizados pela banda.

    Muito boa foi a versão de White Room, clássico do Cream, que trouxe boas e gratas lembranças aos meus ouvidos  e instantes depois, como praticamente sempre acontece, tem aquela galera que grita 'Toca Raul' e o Stone Of The Crowd atendeu os pedidos executando uma versão bem pesada de Sociedade Alternativa, que foi muito bem recebida pela galera, que queria mais, porém o Power Trio avisou que iriam tocar mais pesado e então dispararam a Snowblind do Black Sabbath, que fez até algumas poucas rodas surgirem e muita gente se agitar.

    Nesta linha do quarteto de Birmigham tocaram também a Fairies Wears Boots, as próprias No More Rules ( que é um belo 'Heavyão'  sombrio com longos e ótimos solos de guitarra ) e Road Of Americas, além de mais The Doors em sua versão para Love Me Two Times. O show encaminhava para o final e muita gente já estava indo embora, afinal, era bem mais de duas da manhã, e eles fecharam com Seek And Destroy do Metallica e Ace Of Spades do Motörhead. Ainda teve tempo para mais uma composição própria com a Fire Drawnings In The Sky.

    A parte final do show do Stone Of The Crowds teve o clássico War Pigs do Black Sabbath, a própria Someday You´re Gonna Kill Me com algumas distorções envolventes em um ritmo cadenciado e uma que serve para mostrar a força que nós todos headbangers temos, pois somos todos uns ... Iron Man ( também do Black Sabbath ).

    Uma noite que nos traga à memória os grandes nomes do Rock´n´Roll, Heavy Metal, Hard Rock e do Blues, como foram muito bem revividos pelo Stone Of The Crowds e pelo 70 e Tal, sempre é muito gostoso de se curtir e outro ponto também a ser destacado é a oportunidade de ficar de olho ( e ouvidos ) nas composições próprias que foram exibidas, pois provavelmente, no caso do Stone Of The Crows, isso pode ainda virar um futuro cd.

    Enfim, é sempre importante ver que a cena mais underground no interior sobrevive e tem sempre um belo número de seguidores para conferir os shows, mesmo que não sejam de bandas que sejam tão conhecidas como outras que já se apresentaram nos palcos Itapira/SP. Parabéns ao Ricardo Sartoretto do Vip Bar pela oportunidade concedida à essas bandas.

Texto e Fotos: Fernando R. R. Júnior
Agradecimentos à Ricardo Sartoretto
pela atenção e credenciamento
Julho/2014

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